Gracias Medellín

A terça-feira dia 29 de novembro de 2016 jamais será esquecida. A data marca o dia mais triste do esporte brasileiro. Com a queda do avião do time da Chapecoense um sentimento de tristeza muito grande tomou conta de nosso país. Afinal como aceitar essa  dura realidade da total imprevisibilidade da vida? O vazio que nos invade ao ver tantos sonhos interrompidos é enorme. Mas em meio a tanto desalento, gestos de solidariedade espalhados pelo mundo, nos fizeram ter ainda um pouco de esperança. O verde da Chapecoense que simboliza justamente esse sentimento de esperança é também o verde do Atlético Nacional de Medellín, adversário da equipe brasileira na final Copa Sul-Americana.

Não houve partida. Não houve disputa.  Não houve alegria. Não houve comemoração. O que se viu em Medellín, na noite de quarta, foi uma das mais bonitas manifestações de solidariedade e humanidade da história do esporte mundial:  Milhares de pessoas, a maioria vestidas de branco e portando uma vela acesa,  compareceram ao estádio Atanasio Girardot para homenagear as vítimas da tragédia.

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Foto Raul Arboleda – AFP 

No horário em que começaria o jogo, às 21:45 (horário de Brasília) o estádio já estava com sua capacidade máxima preenchida.  Outras milhares de pessoas, ficaram do lado de fora  e acompanharam a cerimônia por telões.

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População de Medellín promove emocionante à equipe da Chapecoense – Foto – Luís Acosta – AFP 

Nas arquibancadas, os colombianos ergueram buquês de flores e diversas faixas e cartazes em homenagem às vítimas da tragédia, suas famílias e à cidade de Chapecó. Pôde-se ver também algumas fotos dos jogadores da Chape e bandeirinhas com o escudo do clube catarinense. Um momento de emoção muito forte!

Um das faixas resumiu o sentimento dos colombianos em Medellín: “o futebol não tem fronteiras. Força torcedores, famílias e povo de Chapecó”.

Organizada pelo Atlético Nacional e pela Prefeitura de Medellín, a cerimônia de homenagem à equipe brasileira começou com 71 pombas brancas sendo soltas no céu da cidade, lembrando o número total de vítimas fatais do acidente.  Depois, um minuto de silêncio foi respeitado em memória dos mortos.

O minuto de silêncio aconteceu exatamente às 21h45, horário em que aconteceria a partida do Atlético Nacional contra a Chapecoense no jogo de ida da decisão da Copa Sul-Americana. Momentos depois, todo vestido de preto, o elenco do time colombiano subiu ao gramado em silêncio.

A homenagem também contou com a participação da Orquestra Sinfônica da Colômbia, que tocou o hino do país e logo em seguida, o do Brasil – muito aplaudido pelos torcedores colombianos.

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Foto: Felipe Pereira – UOL 

A cerimônia de homenagem à Chapecoense contou ainda com a presença de importantes autoridades. Entre elas, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, o governador do departamento da Antioquia, Luis Perez,  o prefeito de Medellín, Federico Guitiérrez, o presidente da Conmebol, Alejandro Hernandez,  além do presidente do Atlético Nacional, Juan Carlos de la Cuesta, que se vestiu de preto, em luto.

O prefeito de Medellín também falou aos colombianos no estádio. Ele destacou o sentimento de solidariedade que tomou conta da Colômbia com o desastre:

“Tudo que estão vendo e o que não pode ver ao redor do estádio, este sentimento, este valor, se chama solidariedade. O pior que pode ocorrer a qualquer sociedade é a indiferença. E nós não somos indiferentes com nossas dores e a dos outros. Temos o coração machucado, mas é um pouco de carinho que queremos que chegue ao Brasil e a Bolívia”, disse Federico Gutiérrez. 

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Prefeitos de Chapecó e Medellín reunidos em momento de grande emoção – Imagem Reprodução Internet 

Na parte final da homenagem, mais cenas tocantes.  Diversas crianças, vestidas com o uniforme da Chapecoense, soltaram balões brancos enquanto o mestre de cerimônia anunciava o nome de cada um dos 19 jogadores mortos no acidente.

Na sequência, os jornalistas brasileiros também tiveram seus nomes lembrados. E, à medida que se lia uma mensagem do Papa Francisco, os torcedores jogaram pétalas de flores no gramado do Atanasio Girardot – que, pelo menos por uma noite, tornou-se a segunda casa da Chapecoense.

Em meio a tanto carinho e respeito, sem dúvida a equipe colombiana ganhou a torcida de todos os brasileiros. Nossa cor daqui pra frente será sempre o verde da Chapecoense e também do Atlético Nacional de Medellín…

#GraciasColômbia

#ForçaChape

Fontes: http://www.globoesporte.com  e http://www.esporte.uol.com.br

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