O crescimento urbano acelerado e desordenado foi uma das marcas do século xx. O deslumbramento provocado pelas grandes cidades, muitas vezes, ocultava o lado sombrio das grandes aglomerações. Por trás das luzes da modernidade, a escuridão pairava nos bairros dos subúrbios. As populações desses locais se submetiam as mais cruéis situações para conseguir sobreviver – Todo o avanço alcançado pelo desenvolvimento industrial e tecnológico não chegava até esses habitantes.
Procurando desvendar o universo marginalizado dos subúrbios o diretor espanhol Luis Buñuel lançou na metade do século passado (precisamente em 1950) o filme “Los olvidados” – Os esquecidos em português. Para fazer a película, Buñuel viveu durante 04 meses em um dos bairros mais marginalizados da Cidade de México, entrevistou psiquiatras especializados em delinquência juvenil, examinou relatos de jornais da época sobre o assunto e utilizou atores não profissionais provenientes destes bairros marginalizados.
O resultado desse mergulho do diretor no universo dos menos favorecidos foi uma verdadeira obra prima do cinema. O filme demonstra com uma sutileza realista e cruel as consequências que a exclusão social pode gerar na vida das pessoas. Até os personagens que poderíamos considerar como vilões são mostrados como vítimas de um sistema que gera violência atrás de violência e por mais que alguém tente quebrar a roda, fica difícil romper esse círculo vicioso.
Um dos pontos que mais me impressionou no filme foi a atualidade das situações apresentadas. Infelizmente, apesar de já terem sido passados quase 70 anos das gravações os problemas apresentados ainda continuam sendo corriqueiros nas diversas periferias do mundo, e as soluções parecem ainda estar longe de serem alcançadas.
Confira no link abaixo “Los Olvidados” completo em espanhol:
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