Medianeras

Sabe aqueles filmes, que de tão fofos, depois que você assiste, dá vontade de recomendar pra todo mundo? Medianeras, Buenos Aires na era do amor digital é assim… A película, como o nome sugere é um romance, mas abrange muitos outros pontos que vão do amor ao drama, com boas doses de comédia.

O título original “Medianeras” se refere ao nome que dão na Argentina para as  laterais dos prédios, que viraram local de propaganda e já abrigaram murais de pintores.  As medianeras são o lado esquecido de um edifício. O lado que não dá para a frente nem para os fundos, que acusa a passagem do tempo e que não esconde a sujeira que faz parte da cidade e sua história. O restante do título adotado no Brasil  (Buenos Aires na Era do Amor Digital) deve-se a  conexão que o roteiro faz entre a arquitetura, a modernidade, o crescimento desordenado de uma metrópole  (no caso, a capital argentina) e como isso afeta seus habitantes.

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O filme Medianeras debate os reflexos nocivos da modernidade na vida das pessoas. Imagem – Reprodução Internet

O filme foi lançado em 2011, quando os smartphones ainda não eram tão presentes em nosso cotidiano como são hoje, mas a internet já era presença marcante na vida de muitos, especialmente dos mais jovens. O filme propõe uma reflexão sobre como o ambiente digital, que promete uma aproximação das pessoas, pode muitas vezes causar o efeito contrário: uma solidão cada vez maior.

Os personagens principais Martin (Javier Drolas)  e  Mariana (Pilar López  de Ayala)   _  que dão um show de atuação _  são exemplos de jovens solitários que se fecham cada vez mais em si mesmos, devido especialmente a traumas sofridos no passado. Ambos parecem não se adaptar bem a esse universo de amores líquidos, que vão e vem numa velocidade tão rápida como um clique.

Durante todo o filme ficamos torcendo pelo encontro dos dois, já que ao conhecer a história de cada um de forma paralela, vamos percebendo como eles são parecidos e como formariam um par ideal. O tão esperado encontro parece que não vai acontecer nunca, e enquanto isso, eles vão vivendo outras histórias desencontradas, e sofrendo cada um com suas desilusões.

Acredito que essa demora do encontro foi uma maneira de o diretor Gustavo Taretto chamar nossa atenção para alguns fatores, tais como: A dificuldade de conhecer alguém  com quem realmente desejemos ter um relacionamento duradouro, mesmo vivendo em locais com tanta gente; Como nas questões amorosas o quesito sorte, ou  o destino, se preferirem, é tão decisivo, (afinal, eles moravam tão perto e nunca haviam se encontrado antes); Como o ambiente virtual deixa as relações pessoais um tanto banalizadas; Como é importante se desconectar um pouco para viver de fato a vida, entre outros tópicos…

O lançamento de Medianeiras aconteceu há 07 anos, mas posso afirmar que o filme está cada vez mais atual e suas reflexões estão ainda mais pertinentes,  hoje em dia, na era das redes sociais. Se você ainda não viu, confira no link abaixo essa deliciosa história legendada em português e descubra que ainda há espaço para o amor em nosso mundo cada vez cibernético.

Ps: Assista até o final dos créditos para não perder uma parte importante Rs

 

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