Em 2019 a Espanha celebra 80 anos do fim da guerra civil que assolou o país. Estima-se que aproximadamente um milhão de pessoas tenham morrido durante os intensos conflitos ocorridos na década de 1930. Os combates no território espanhol chegaram ao fim no ano de 1939, porém as novidades sobre o encerramento do conflito, infelizmente, não seriam tão positivas para a população já que o fim da guerra marcou a vitória de um grupo nacionalista que colocou no poder o violento general Francisco Franco.
Contexto Histórico
Assim que se encerrou a guerra civil em território espanhol, teve início o maior conflito internacional do século XX, a Segunda Guerra Mundial. Francisco Franco, que recebeu apoio de Itália e da Alemanha durante a Guerra Civil Espanhola, tratou de retribuir a ajuda apoiando esses regimes fascistas que integravam um dos grupos durante a guerra.
O Franquismo se manteve vivo e forte na Espanha mesmo com a derrota de outros países fascistas na Segunda Guerra Mundial, caso de Itália e Alemanha. O regime chegou a ser condenado nos tribunais que julgaram as ditaduras após o término do conflito internacional, mas manteve-se de pé através do poderio de Francisco Franco. A partir daí, foram décadas de dominação do regime Franquista na Espanha.
O Franquismo era baseado na ditadura do líder que dava nome ao regime e tinha como característica uma forte repressão aos opositores do sistema. As bases do regime eram definidas pelo catolicismo e o anticomunismo. Mas apesar da afinidade com o capitalismo e o pólo ideológico liderado pelos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, o que marcou a Guerra Fria, a política econômica e a incompetência governamental do ditador fizeram com que a Espanha parasse de crescer. O regime era mantido por efeito da força radical e eliminadora de adversários que o governo desfrutava. O governo personalista do Franquismo era apoiado ainda pela Igreja Católica e pelo Exército. Com isso, a ditadura comandava os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Os Estados Unidos com sua política ideológica da Guerra Fria investiram milhões de dólares na Espanha, o que elevou a qualidade de vida da população e ofereceu outra máscara para o regime ditatorial. Em troca, Francisco Franco permitiu que os estadunidenses estabelecessem bases militares no território espanhol.
O Franquismo só chegou ao fim, como regime político, com a morte do ditador Francisco Franco em 1975, o que abriu espaço para a transição para uma democracia parlamentar. A etapa de transição para a democracia, esteve marcada pelo chamado pacto del olvido, segundo o qual o processo de redemocratização exigia o esquecimento dos traumas e das injustiças cometidas durante a guerra civil e no período ditatorial, o que faz com que até os dias atuais uma grande parte da sociedade espanhola continue discutindo a questão da impunidade de crimes cometidos pelo terrorismo de Estado.
Tanto a literatura quanto as artes plásticas e o cinema têm tratado, das mais variadas formas, das memórias silenciadas nesses 80 anos e daquelas que se fizeram ouvir, apesar de todos os riscos e impedimentos. Em 2006, as Cortes Espanholas e o Parlamento Europeu condenaram o Franquismo com a justificava de que há provas suficientes para demonstrar que os direitos humanos foram violados durante o período de governo do ditador.
Debater para não esquecer
Considerando a importância de se debater esse período tão marcante, que ainda deixa sequelas na sociedade espanhola, professores da Universidade Federal de Minas organizaram um seminário que acontecerá no próximo dia 28 de outubro no prédio da Faculdade de Letras. O evento contará com a presença de especialistas no assunto da própria instituição mineira e também de outras renomadas universidades do país.
Confira a programação completa 👇
Fonte: Site InfoEscola
Deixe um comentário