Não faz nenhum um mês que os Jogos Olímpicos de Tóquio acabaram e já estamos com muita saudade não é mesmo? Tantas histórias incríveis e tantas medalhas maravilhosas que o Brasil conquistou, realmente o evento foi marcante. Uma competição, que particularmente me chamou a atenção foi o BMX, também conhecido como bicicross, que é considerado o caçula do ciclismo. As bicicletas são pequenas, mas os saltos chegam a alturas de tirar o fôlego. 🙀 A origem da modalidade data das décadas de 1960 e 1970, época em que as vertentes mais tradicionais do esporte — estrada e pista — já faziam parte dos Jogos Olímpicos. O BMX surgiu graças à admiração de jovens norte-americanos pelo MotoCross. A vontade de imitar as manobras dos ídolos aliada à falta de equipamento fez com que bicicletas fossem utilizadas em pistas de terra. Nasceu, então, o Bicycle Moto Cross, ou simplesmente BMX.
Bem mais barato e fácil de ser praticado que sua modalidade inspiradora, o BMX cresceu rapidamente, especialmente entre os jovens. Na década de 1970, o esporte viu a criação da primeira federação, nos Estados Unidos. Em 1981, surgiu a Federação Internacional de BMX. Um ano depois, ocorreu o primeiro Campeonato Mundial da categoria, disputado em Dayton, nos Estados Unidos. Todos os campeões foram pilotos norte-americanos. Em 1993, a União Ciclística Internacional (UCI) passou a regular o esporte.

As provas do BMX são disputadas em baterias com 8 atletas cada, até se chegar à final. As bicicletas utilizadas pelos competidores possuem rodas com aro 20”, além de uma marcha e um freio. A largada é dada de uma plataforma de cerca de 10m de altura e os atletas passam por obstáculos montados na pista até cruzar a linha de chegada.
O BMX fez sua primeira aparição olímpica nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, com disputas tanto no masculino quanto no feminino. Em Tóquio 2020 foi a quarta vez que o BMX distribuiu medalhas em uma edição dos Jogos.
Rainha Latina
E uma das medalhistas dessa última edição é uma verdadeira rainha, em seu país natal: a Colômbia e uma fã declarada de um ídolo bem brasileiro. Mariana Pajón tinha 2 anos quando Ayrton Senna disputou sua última corrida. Bicampeã olímpica e medalhista de prata nos Jogos de Tóquio, ela cresceu ouvindo e lendo histórias sobre o tricampeão mundial de Fórmula 1, que tornou-se seu grande ídolo. Ainda que, em comum com o esporte que ela pratica, o brasileiro tinha apenas a sede de chegar na frente: a colombiana é há uma década a melhor do mundo nas corridas de BMX.
A história de Mariana com a bicicleta começou como a de quase todas as crianças. Aprendeu a pedalar aos 4 anos. Primeiro com as rodinhas de apoio, depois sem. A semelhança com a molecada da sua idade termina aí. Aos 9 anos, ela já era campeã mundial da sua categoria. 🤯 Hoje, aos 29, além de bicampeã olímpica é dona de seis títulos mundiais em competições adultas. “Sou uma sonhadora e dedicada a tudo àquilo que amo”, conta a colombiana, uma das maiores atletas que seu país já teve.
O amor ao BMX e a dedicação foram colocados à prova em 2018, quando Mariana já estava no topo do mundo e com a parede recheada de medalhas de ouro. Em uma etapa da Copa do Mundo disputada na Holanda, ela teve um acidente com uma adversária e o resultado foi a ruptura de ligamentos do joelho esquerdo, que ficou praticamente sem cartilagem. “Foi a lesão que me tomou mais tempo, foi um ano até voltar a competir. E eu percebi o quanto ainda amo este esporte”, conta.
A atleta teve praticamente que reaprender a andar e enfrentou sessões e mais sessões de fisioterapia. Havia uma dúvida se conseguiria ser tão competitiva quanto antes. Se seria de novo a biker que desaparecia na frente das rivais rumo à linha de chegada. “Pra mim, tudo se resumia a saber que poderia estar na frente de novo, que seria capaz de ganhar as competições”, conta. E assim ela provou. Menos de dois anos depois de retornar às corridas, a rainha do BMX já é número 2 do ranking mundial. 👊 Um verdadeiro fenômeno!
“Quando acordo, tudo o que quero é saber que ao levantar vou ser melhor do que era ontem”, conta Mariana Pajón. “Tenho um coração gigante, sou uma pessoa amorosa, mas quando coloco o capacete, é como entrar numa armadura e ir à guerra. Sou uma guerreira”, diz a colombiana. As glórias já são muitas, mas ela não vai parar tão cedo. Determinada como as imagens que viu de seu ídolo brasileiro, ela só se contenta com o pódio. E o alto dele.
- Com informações de rededoesporte.gov e redbull.com/br
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