América do Sul se destaca na vacinação contra a Covid

A América do Sul é uma das regiões que mais sofreram os impactos da pandemia, mas graças a vacinação, esse cenário vem mudando. A região tem o pior histórico da pandemia de covid-19 do mundo, com as ondas mais mortais e o maior acumulado de mortes pela doença no planeta. Desde que começaram a ser registrados os óbitos de pacientes com covid-19, houve 2.740 mortes por milhão de habitantes na América do Sul, segundo o banco de dados Our World in Data. Nos Estados Unidos, foram 2.450; na Europa, 2 mil; e na Ásia, 267.

O pico de mortes diárias ao longo da pandemia também ocorreu na América do Sul, com uma média de 10,85 por milhão de habitantes em abril do ano passado. No entanto, o subcontinente encerrou 2021 com um dado animador: é o que possui a maior taxa de vacinação contra o coronavírus, com 63,4% de sua população completamente imunizada (com duas doses ou dose única, conforme o requerimento de cada vacina) e 74,3% de seus 434 milhões de habitantes com pelo menos uma dose, segundo dados oficiais divulgados pela Organização Pan-Americana de Saúde no final de dezembro.

Além disso, de 17 a 23 de dezembro, a região teve uma média diária de 0,7 óbitos por milhão de habitantes, seis vezes menos que a Europa ou os Estados Unidos, segundo a plataforma Our World in Data. A Europa é a segunda região com mais gente completamente imunizada, um percentual de 60,5%, enquanto outros 4,2% da população estão parcialmente vacinados.

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A América do Norte aparece em terceiro lugar, com 59,6% dos 500 milhões de habitantes do México, Estados Unidos e Canadá com a vacinação completa, e os que tomaram pelo menos uma dose somavam 71,4%. O Caribe apresenta, por sua vez, 43% da população com a imunização completa e 49% com pelo menos uma dose, enquanto na América Central, estes percentuais são de 42% e 54%, respectivamente.

O continente americano como um todo conta com 59,7% da população vacinada com duas doses (ou dose única), 70,8% com pelo menos uma dose e 10,6% com doses de reforço. Já a Oceania tem 58% de sua população imunizada com duas doses, e a Ásia, 55%. Por último, vem a África, com apenas 8,8% de seus habitantes com o processo de vacinação completo.

Terceira dose

Embora dois países da América do Sul — Chile e Uruguai — registrem altos níveis de vacinação com doses de reforço (52,7% e 42,7%, respectivamente), a média do subcontinente é consideravelmente menor (8,8%).

A Europa é o continente com o maior número de doses de reforço aplicadas (21,5%). Na América do Norte, 13,4% da população recebeu a dose de reforço. A Oceania (5%) e a Ásia (4%) são as regiões onde menos se administrou a terceira dose, tirando a África, onde a aplicação do reforço tem sido insignificante.

Fonte: Site BBC Brasil

Brasil é país com menor rejeição à vacina, contra a Covid, na América Latina

O Brasil é o país com o menor percentual de população que declara não querer tomar a vacina contra covid-19 na América Latina. É o que concluiu uma pesquisa feita em parceria pelo Banco Mundial e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a partir de ligações telefônicas periódicas a domicílios de 24 países da América Latina. Os dados da segunda fase do levantamento foram apresentados na segunda-feira (29/11) em Washington.

Segundo o estudo, enquanto a taxa média de hesitação vacinal na América Latina está em torno de 8%, no Brasil, ela é menos do que a metade, cerca de 3%. De outro lado, enquanto na média, 51% dos latino-americanos já estão imunizados contra a covid-19, no Brasil, o percentual ultrapassa os 80%.

Os dados indicam que as repetidas declarações do presidente Jair Bolsonaro que lançam dúvidas sobre a segurança e a eficácia da imunização não encontraram aderência na população brasileira, mesmo entre seus apoiadores.

Bolsonaro é o único líder do G-20 a afirmar não ter se vacinado. O presidente já afirmou, sem qualquer evidência científica, que quem tomasse vacina contra a Covid poderia “virar jacaré”, associou os imunizantes a desenvolvimento da AIDS e sugeriu que a Coronavac, produzida pelo Butantan em parceria com a China, causava “morte, invalidez, anomalia”.

Há um ano, ele postou em seu Twitter uma foto em que abraçava um cachorro, com a seguinte legenda: “vacina obrigatória só aqui no Faísca”.

O relatório final da CPI da Covid atribui ao governo federal atraso no início do programa vacinal brasileiro, que só começou meses depois de EUA e Europa. O presidente sempre negou ter sido responsável por qualquer atraso na vacinação.

Apesar disso, atualmente o Brasil já supera os americanos e alguns países europeus em cobertura vacinal, graças a forte adesão da população.

Especialistas em saúde pública atribuem o fenômeno à cultura de imunização alimentada por anos em campanhas massivas de vacinação promovidas pelo Sistema Único de Saúde – e em que a figura central era o Zé Gotinha.

Além disso, o fato de o programa de transferência de renda Bolsa Família e as escolas e creches públicas requererem a vacinação para garantir o benefício e as vagas também geram engajamento da população.

Para os estudiosos, no entanto, é preciso estar atento aos possíveis efeitos de longo-prazo de declarações de autoridades contra vacinas. A cobertura vacinal no Brasil vem registrando queda desde 2011 e uma das causas pode ser justamente a hesitação vacinal.

De acordo com o estudo do Banco Mundial, áreas rurais e pobres são hoje as mais afetadas por sentimentos antivacina na América Latina. “Entre os não vacinados, mais da metade afirma que sua indisposição deriva da falta de confiança e uma preocupação com a eficácia da vacina. A hesitação vacinal é particularmente alta entre as famílias rurais e indivíduos com níveis de escolaridade mais baixos. A população do Caribe apresenta os níveis mais altos de hesitação vacinal”, afirmam os pesquisadores no relatório.

O Haiti é o país com a menor taxa de vacinação contra o novo coronavírus (menos de 1%) e com a maior proporção de pessoas que dizem se recusar a tomar o imunizante (quase 60%). O Haiti também foi a última nação das Américas a receber doses para iniciar a campanha de imunização, que segue a passos lentos. Atrás dos haitianos, habitantes de Jamaica e Santa Lúcia são os que mais recusam vacina, com 50% e 43%, respectivamente.

Saúde melhorou, educação nem tanto

O relatório aponta ainda que o acesso à saúde no continente melhorou e já retornou a níveis pré-pandêmicos. Enquanto 48% da população latina, em média, buscou atendimento médico emergencial há pouco tempo, percentual semelhante (47%) afirmou ter ido ao médico recentemente por razões preventivas, o que, segundo os autores do estudo, revela que os serviços públicos e privados de saúde já não estão mais sobrecarregados pela pandemia como aconteceu no pico da contaminação na região.

O mesmo, no entanto, não aconteceu em relação ao acesso à educação. Mais de um ano após o início da pandemia, apenas 23% das crianças em idade escolar na região frequentavam aulas presenciais. No Brasil, o percentual ficou em torno de 40%. A qualidade da educação oferecida à distância e a falta de conexão à internet segura e de qualidade de parte da população geram preocupação sobre o futuro de crianças e adolescentes.

“Menor envolvimento em atividades de aprendizagem e baixo comparecimento face a face representam riscos significativos para os resultados de aprendizagem das crianças e para a acumulação de capital humano. Estimativas recentes revelam que os alunos na região perderam entre 12 e 18 meses de escolaridade. Aqueles de baixo nível socioeconômico foram particularmente afetados, o que sugere efeitos negativos duradouros sobre a mobilidade social e a desigualdade”, diz o relatório da pesquisa.

*Com informações de BBC News Brasil

A engenhosa técnica utilizada pelos maias para utilizar um bem vital

Na antiga cidade maia de Tikal, na Guatemala, os visitantes se veem cercados por íngremes pirâmides de calcário quase tão altas quanto a catedral de Notre Dame, em Paris, enquanto gritos de macacos bugios e tucanos emanam da floresta tropical ao fundo.

Construídas sem a ajuda de animais de carga, ferramentas de metal ou a roda, essas grandiosas construções de pedra serviram como sedes de poder para os reis e sacerdotes que governavam uma das cidades-estado mais influentes do reino maia, que abrangia a Península de Yucatán, no México, Guatemala, Belize, partes de Honduras e El Salvador.

Tikal era o centro econômico e cerimonial de uma civilização que, à luz dos recentes mapeamentos aéreos a laser que revelaram mais de 60 mil estruturas escondidas por séculos em meio à selva, pode ter abrigado de 10 a 15 milhões de habitantes no total. Na presença dos enormes palácios e templos de pedra de Tikal, cada um posicionado levando em conta a movimentação diária do Sol no céu, a proeza dos maias como arquitetos e astrônomos se avoluma.

Mas os maias nunca teriam previsto eclipses com precisão e esses monumentos nunca teriam sido erguidos em direção ao céu sem o domínio de algo muito mais elementar para a sobrevivência em Tikal: a água.

Sem rios ou lagos por perto, os maias tiveram que criar uma rede de enormes reservatórios para coletar e armazenar água da chuva suficiente durante a estação chuvosa para abastecer sua considerável população — as estimativas variam de 40 mil a 240 mil pessoas no apogeu da cidade no século 8 — durante os quatro a seis meses de estação de seca.

Esses reservatórios propiciaram mais de 1.000 anos de presença maia em Tikal, de aproximadamente 600 a.C. até seu centro urbano ser abandonado pela classe dominante por volta de 900 d.C. No ano passado, arqueólogos descobriram por meio de técnicas científicas modernas uma nova proeza dos feitos hidrológicos dos maias. Amostras de sedimentos retiradas dos reservatórios de Tikal revelaram que os maias criaram o mais antigo sistema de filtragem de água conhecido no hemisfério ocidental.

O sistema de purificação de água dos maias era tão avançado que um de seus principais materiais, a zeólita, ainda é amplamente utilizado nos filtros de água de hoje.

As zeólitas são um tipo de mineral vulcânico composto principalmente de alumínio, silício e oxigênio que se forma quando a cinza vulcânica reage com a água subterrânea alcalina. Elas se apresentam em muitas formas e possuem propriedades físicas e químicas únicas que permitem filtrar contaminantes — desde metais pesados ​​a micróbios minúsculos.

Os grãos individuais de zeólitas têm uma estrutura porosa, o que faz deles excelentes filtros físicos, e também são carregados negativamente, o que significa que outros elementos se ligam prontamente a eles.

A civilização maia chama atenção pela sua arquitetura e astronomia surpreendentes – Foto: Samantha Haebich – GETTY IMAGES

Isso quer dizer que quando a água passa pelas zeólitas, as partículas suspensas podem ficar física ou quimicamente presas aos grãos de zeólitas enquanto a água continua fluindo pelas aberturas. Embora os arqueólogos só tenham encontrado zeólitas em um dos reservatórios de Tikal, agora conhecido como Corriental, fragmentos de vasos de argila encontrados ali sugerem que a água purificada de era usada especificamente para beber.

Os pesquisadores por trás da descoberta dizem que o uso maia das zeólitas é o mais antigo uso conhecido do mineral para purificação de água no mundo, antes de aparecer novamente em um sistema de filtragem de areia desenvolvido pelo cientista britânico Robert Bacon em 1627 — cerca de 1,8 mil anos depois.

O sistema de filtragem de água por zeólitas dos maias, que os acadêmicos acreditam ter sido construído por volta de 164 a.C., é anterior a um filtro de pano conhecido como “luva de Hipócrates”, que foi desenvolvido na Grécia antiga por volta de 500 a.C., mas o método dos maias teria sido muito mais eficaz na remoção de contaminantes invisíveis, como bactérias ou chumbo.

“Sou um nativo americano e sempre me incomodou que os arqueólogos e antropólogos tradicionalmente presumissem que os povos indígenas das Américas não desenvolveram o músculo tecnológico que foi encontrado em outras partes do mundo antigo, em lugares como Grécia, Egito, Índia ou China”, diz Kenneth Tankersley, geólogo arqueológico da Universidade de Cincinnati, nos EUA, e principal autor do estudo que documenta o uso de zeólitas pelos maias.

“Este sistema propiciou aos maias água potável segura por mais de 1.000 anos, e outros sistemas de filtração conhecidos daquela época eram primitivos em comparação a ele — o método de filtração grego antigo era apenas sacos de pano.”

Tikal está localizada onde hoje é o norte da Guatemala, e nesta parte do mundo há apenas duas estações: uma muito úmida, e outra muito seca. Para tornar as coisas ainda mais desafiadoras, as chuvas torrenciais da estação chuvosa escoam rapidamente porque, à medida que a água da chuva se infiltra pela fina camada superficial do solo, torna-se ácida o suficiente para dissolver o calcário rico em cálcio que compõe a base rochosa da região.

Isso cria o que os geólogos chamam de paisagem cárstica, repleta de buracos e cavernas onde o lençol freático fica a cerca de 200 m abaixo da superfície, bem fora do alcance dos maias. Sem fontes de água doce por perto para usar, os moradores dessa metrópole da América Central tiveram que inventar maneiras de fazer a água durar quando chegasse na estação chuvosa. É aí que entram em cena os reservatórios — e como Tikal está localizada em torno de uma colina, os maias foram capazes de utilizar habilmente as encostas para canalizar água para esses reservatórios.

Até mesmo a grande praça central, que fica entre os Templos 1 e 2 e é ladeada pela acrópole principal, é pavimentada com pedras enormes que foram colocadas na inclinação certa para drenar a água em canais que desaguam nos reservatórios do Templo e do Palácio próximos.

Os visitantes modernos de Tikal precisarão fazer um esforço extra para localizar os reservatórios, que se apresentam hoje principalmente como depressões no solo, mas algumas das barragens e bermas de barro usadas para reter as vastas quantidades de água que outrora matavam a sede da cidade ainda são evidentes para o observador informado.

Lar de até 240 mil pessoas em seu apogeu no século 8, Tikal foi abandonada por volta de 900 d.C. Foto: Hvalar – GETTY IMAGES

Estima-se que o reservatório do Palácio já armazenou 31 milhões de litros de água, e acredita-se que o Corriental purificado por zeólitas teve uma capacidade de 58 milhões de litros em seu apogeu.

A descoberta do sistema de filtração de Corriental surgiu de um trabalho de campo realizado por volta de 2010, quando os pesquisadores coletaram 10 amostras de sedimentos de quatro reservatórios de Tikal.

Estas amostras revelaram que níveis perigosos de contaminação por mercúrio e sinais de proliferação de algas tóxicas infestaram os reservatórios do Palácio e do Templo, perto do coração de Tikal, na época em que as elites dominantes abandonaram o centro da cidade no século 9.

Mas quase tão impressionante quanto a própria contaminação foi o fato de que o reservatório de Corriental permaneceu praticamente intocado, mesmo quando os reservatórios do Palácio e do Templo se tornaram tóxicos.

Quando Tankersley analisou mais de perto as amostras de Corriental, ele encontrou quatro camadas discretas de areia que apresentavam pedaços de quartzo cristalino e zeólitas, que não apareciam em nenhum dos outros reservatórios.

Quando a equipe fez um levantamento do entorno, não havia fontes naturais desse tipo de areia, muito menos de zeólitas, levando os pesquisadores a sugerir que o material havia sido trazido intencionalmente para uso em algum tipo de filtro na entrada do reservatório.

Por acaso, um dos pesquisadores do projeto sabia de uma depressão a cerca de 30 km a nordeste de Tikal que apresentava uma areia de aparência semelhante, que é conhecida como Bajo de Azúcar, que os moradores locais haviam dito a ele ter água cristalina e de sabor doce.

Os testes revelaram que as rochas e areia de Bajo de Azúcar continham zeólitas e, portanto, podem ter sido a fonte de Tikal para as zeólitas em Corriental. “Sem uma máquina do tempo, não sabemos o que aconteceu exatamente”, diz Tankersley.

“Mas não é preciso muita dedução para imaginar alguém de Tikal pensando: ‘Se água doce e limpa está saindo desse tufo vulcânico cristalino, talvez poderíamos quebrar alguns e usar para tornar a nossa água limpa também’.”

Os pesquisadores levantam a hipótese de que a areia de zeólitas pode ter sido imprensada entre camadas de folhas de plantas entrelaçadas para fazer filtros. Esses filtros podem ter sido embutidos em paredes porosas de tijolos de calcário que os maias instalaram no caminho da água que flui para o reservatório.

De acordo com o estudo que detalha o uso de zeólitas pelos maias, a areia por si só faria a água parecer clara, mas não teria nenhum impacto sobre os micróbios ou o mercúrio. Com a adição de zeólitas, os maias obtiveram água límpida que também era limpa até para os padrões modernos.

“Os maias podem não ter entendido o que a zeólita em particular estava fazendo, mas entenderam a importância de manter a água limpa”, afirma Lisa Lucero, antropóloga da Universidade de Illinois, nos EUA, que não estava envolvida no estudo. “E empregaram sua tecnologia e seu conhecimento do meio ambiente para purificar sua água potável.”

As quatro camadas de areia contendo zeólitas sugerem que o filtro foi destruído por enchentes durante as estações chuvosas particularmente fortes e, subsequentemente, reconstruído várias vezes. Embora Corriental seja o único lugar onde este sistema de filtragem de zeólitas maia foi encontrado, isso não exclui seu uso em outros lugares.

Liwy Grazioso, diretora do Museu Miraflores da Guatemala e coautora do estudo que descobriu a contaminação dos reservatórios do Palácio e do Templo, espera que esta descoberta incentive mais pesquisas sobre os reservatórios maias. “Não creio que Tikal fosse o único local com esta tecnologia”, diz ela.

“Os reservatórios estavam por toda parte no mundo maia e apenas alguns foram estudados, mas se não os estudarmos, nunca saberemos.” Para Tankersley, essas descobertas revelam as riquezas que podem ser encontradas quando os pesquisadores olham além dos artefatos brilhantes feitos de ouro ou jade.

Ele sugere que os visitantes de Tikal não devem se maravilhar apenas com as estruturas, mas também contemplar as pessoas que as construíram há 1.000 ou até 2 mil anos atrás, sem máquinas ou animais de carga.

“Pense sobre quais foram suas realizações”, diz ele, “e lembre-se de que este não é um povo extinto, essas realizações são herança da moderna população indígena da América Central.”

Fonte: BBC Brasil

Excelente notícia na luta contra a Covid: uma das vacinas mais eficazes do mundo será fabricada no Brasil e distribuída na América Latina

O mês de Agosto está se aproximando do fim com uma notícia muito boa para a América Latina, na luta contra o novo coronavírus. A farmacêutica norte-americana  Pfizer anunciou nesta quinta-feira (26) um acordo com a brasileira EuroFarma  para a produção local da vacina de mRNA da empresa contra a Covid-19 , a ComiRNAty, que será distribuída exclusivamente na América Latina.

Em nota, a Pfizer afirmou que foi assinada uma carta de intenção com a empresa brasileira, que ficará responsável pelas “atividades de fabricação dentro da cadeia de fornecimento e rede de fabricação de vacinas contra a Covid-19 globais da Pfizer e da BioNTech”.

A previsão é que as atividades de transferência técnica, desenvolvimento no local e instalação de equipamentos comecem imediatamente. A Eurofarma receberá o produto de instalações nos Estados Unidos e a fabricação das doses acabadas terá início em 2022.

A expectativa é que, em plena capacidade operacional, a produção anual no Brasil da vacina da Pfizer excederá 100 milhões de doses. Com o acordo, a Pfizer afirmou que a produção de seu imunizante será feita em quatro continentes, em mais de 20 instalações.

“Nossa nova colaboração com a Eurofarma expande nossa rede global de cadeia de suprimentos, nos ajudando a continuar fornecendo acesso justo e equitativo à nossa vacina. Continuaremos a explorar e buscar oportunidades como esta para ajudar a garantir que as vacinas estejam disponíveis para todos os que precisam”, disse Albert Bourla, presidente e CEO da Pfizer, em nota.

“A parceria de hoje é um passo importante para ampliar o acesso às vacinas na América Latina e além, expandindo nossa rede de fabricação global ”, afirmou Ugur Sahin, CEO e cofundador da BioNTech.

Também em nota, a Eurofarma afirmou que a parceria com a Pfizer e a BioNtech é motivo de “orgulho e esperança” para a empresa.“A assinatura dessa colaboração na produção da vacina contra a Covid-19 representa mais um marco em nossa trajetória. Estamos disponibilizando nossos melhores recursos em capacidade industrial, tecnologia e qualidade para este projeto, para que possamos cumprir o contrato com excelência e contribuir com o abastecimento do mercado latino-americano”, disse Maurízio Billi, presidente da farmacêutica.

As empresas também disseram que o objetivo é fornecer 2 bilhões de doses para países de baixa e média renda em 2021 e 2022 – 1 bilhão a cada ano –, seja por meio de acordos direto com governos, pelo acordo com os EUA para fornecer 500 milhões de doses que serão doadas, ou pelo contrato com a Covax Facility para fornecer 40 milhões de doses em 2021.

Aprovação definitiva da FDA

A Food and Drug Administration (FDA, em inglês), agência reguladora dos Estados Unidos equivalente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), concedeu na segunda-feira (23) o registro definitivo para a vacina da Pfizer contra a Covid-19 para pessoas com 16 anos ou mais no país.

Esta é a primeira vacina contra o novo coronavírus  aprovada de forma definitiva pela FDA. A vacina da Pfizer/BioNTech foi autorizada para uso emergencial nos EUA em dezembro de 2020, para pessoas com 16 anos ou mais. Em maio deste ano, a autorização foi estendida a maiores de 12 anos. De mais de 170 milhões de pessoas nos Estados Unidos totalmente vacinadas contra a Covid-19, mais de 92 milhões receberam o imunizante da Pfizer/BioNTech.

Rapidez no processo

Em entrevista coletiva, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga definiu a parceria como um terceiro modelo de negócio, o de “indústrias privadas que se juntam para aumentar a produção brasileira”. Ele disse isso para explicar que o governo federal não participou do negócio e vai continuar comprando as doses da Pfizer. Mas, agora, fará isso com a Eurofarma. Isso deve dar rapidez ao processo, já que as doses serão produzidas no país.

Expectativas

A presidente da Pfizer no Brasil, Marta Diez, explicou que estava em contato com a Eurofarma há dois meses e a carta de intenção foi assinada nesta semana. “Mais um grande passo da Pfizer na luta contra a COVID-19”, afirmou. O presidente da empresa na América Latina, Carlos Murillo, também reforçou que a medida vai ajudar no acesso de outros países às vacinas, já que a Eurofarma tem grande capacidade de produção. “Queremos o acesso justo à vacina. A Eurofarma é o orgulho de todos os brasileiros e vai nos ajudar a aumentar o nosso alcance”, completou Murillo.

*Com informações de: CNN Brasil

Chile e Uruguai anunciam vacinação de jovens a partir de 12 anos contra covid-19

As autoridades sanitárias do Chile e do Uruguai aprovaram nesta semana a administração da vacina contra Covid-19 produzida pela Pfizer e BioNTech em menores de idade a partir de 12 anos. A imunização de adolescentes nos países sul-americanos começará depois dos Estados Unidos, Canadá e da União Europeia (UE) também terem aprovado a vacina do laboratório americano para a faixa etária.

A informação sobre a aprovação no Chile foi divulgada pelo Instituto de Saúde Pública (ISP) na segunda-feira 31. Já o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, anunciou a notícia nesta terça-feira 1º.

Em entrevista à emissora Canal 10, Lacalle Pou confessou estar preocupado com a pandemia no Uruguai e disse que até o final desta semana a programação será aberta para que jovens a partir de 12 anos possam ser vacinados. O chefe de governo insistiu que ele está confiante nas medidas implementadas por seu governo e no processo de vacinação.

A este respeito, ele confirmou que o Uruguai acaba de assinar “uma reserva de mais de 500.000 doses da vacina CoronaVac” para aumentar sua distribuição. O governo uruguaio vem cogitando administrar uma terceira dose para reforçar a eficácia dos imunizantes que estão sendo inoculadas no país, os de Pfizer e AstraZeneca e a CoronaVac.

No Chile, a vacinação de adolescentes entre 12 e 16 anos deve começar nas próximas semanas. A faixa etária se juntará às 7,9 milhões de pessoas que já receberam o calendário completo de vacinação no país, que tem 19 milhões de habitantes.

Uruguai e Chile anunciam vacinação para público entre 12 e 18 anos – Imagens: Reprodução Internet

Até hoje, o Chile recebeu quase 22 milhões de vacinas, sendo 17 milhões delas a CoronaVac. Também há 3,6 milhões de doses do imunizante da Pfizer, 693,6 mil da AstraZeneca e 300 mil da CanSino.

Além dos países sul-americanos, a vacina da Pfizer também foi aprovada em adolescentes nos Estados Unidos, no Canadá e na União Europeia. O laboratório americano solicitou no último dia 20 a aprovação da vacina em jovens a partir de 12 anos e forneceu estudos favoráveis de agências como a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA).

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) liberou na última sexta-feira a aplicação da vacina da Pfizer e da BioNTech, com tecnologia RNA mensageiro, para jovens de 12 a 15 anos de idade.

Inevitável pensar, nesse momento, que o Brasil poderia estar nesse mesmo ritmo de vacinação, não é mesmo? 😓

Fonte: Revista Veja

América Latina ultrapassa um milhão de mortes pela Covid-19

O número de mortos por Covid-19 na América Latina e no Caribe ultrapassou a marca de 1 milhão, no último domingo dia 23, em meio ao agravamento da pandemia na região, de acordo com levantamento da Universidade Johns Hopkins.

Das montanhas da Bolívia a São Paulo, a pandemia inundou os sistemas de saúde subfinanciados depois de se espalhar rapidamente por países onde muitas pessoas sobrevivem com dificuldades e não conseguem permanecer em isolamento social. No Peru, uma das nações mais atingidas na região, pacientes de Covid-19 morreram em corredores de hospitais lotados da capital Lima. Em Manaus, capital do Amazonas, moradores morreram por falta de oxigênio no início do ano.

Com casos caindo na Europa, Ásia e América do Norte, e estáveis na África, a América do Sul é a única região em que novas infecções estão crescendo rapidamente em uma base per capita, de acordo com a publicação Our World in Data. Atualmente, porém, é a Índia que está lutando contra um dos piores surtos do mundo. Na média em maio, 31% das mortes por Covid-19 no mundo ocorreram na América Latina e no Caribe — onde vivem apenas 8,4% da população global.

Médicos e epidemiologistas dizem que a pandemia de coronavírus pegou governos despreparados de surpresa no ano passado e seu impacto foi agravado por líderes que minimizaram sua gravidade e não conseguiram garantir o fornecimento de vacinas em tempo hábil. Os oito países que registraram maior número de mortes por Covid-19 per capita na semana passada foram todos na América Latina.

“Em vez de nos prepararmos para a pandemia, minimizamos a doença, dizendo que o calor tropical desativaria o vírus”, disse o dr. Francisco Moreno Sanchez, chefe do programa Covid-19 em um dos principais hospitais do México e crítico do plano de vacinação do governo.

Na média em maio, 31% das mortes por Covid-19 no mundo ocorreram na América Latina e no Caribe – onde vivem apenas 8,4% da população global. GETTY – IMAGES.

Com o número de mortos aumentando constantemente, os cemitérios de vários países foram forçados a expandir fileiras e mais fileiras de novas sepulturas. Em uma ruptura com a cultura tradicional predominantemente católica da região, os mortos costumam ser enterrados com poucos ou nenhum parente para se despedir.

Brasil

Com mais 450 mil mortes, o Brasil, que se tornou um epicentro do coronavírus, foi o país com mais mortos na região e o segundo no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Na América Latina, nosso país é seguido em número de óbitos por México e Colômbia, e juntos representam cerca de 74% de todas as mortes na América Latina.

Em termos globais, o Brasil é o terceiro país mais afetado em casos confirmados de Covid-19, atrás da Índia e dos Estados Unidos.

O governo do presidente Jair Bolsonaro, que demostrou ceticismo em relação às vacinas em vários momentos, e é um crítico do isolamento social, está sendo investigado por uma CPI a respeito de sua condução da pandemia.

A média diária de mortos na América do Sul diminuiu em maio para 3.872, dos 4.558 em abril, de acordo com uma análise da Reuters. Mas os casos estão aumentando novamente e as mortes são um indicador lento, geralmente aumentando semanas depois de um surto de novas infecções.

A vacinação na América do Sul está atrás de grande parte do mundo. Na América do Sul, apenas 15% das pessoas receberam pelo menos uma dose, em comparação com 28% na Europa e 34% na América do Norte. Apenas Ásia e África estão abaixo, com 5% e 1%, respectivamente, de acordo com Our World in Data até 19 de maio.

Fonte: CNN Brasil

Alfajores, uma paixão argentina

É impossível ir até a Argentina e não se deliciar com esse iguaria. O doce também é muito utilizado para presentear os amigos quando voltamos de viagem ao país vizinho, afinal, é uma marca de nossos hermanos. A Argentina é o país que mais produz e consome alfajores no mundo. E essa riqueza culinária está se espalhando pelo mundo.

Os olhos da chocolatier Maria Romero brilham quando ela se lembra da infância em Quilmes, cidade argentina na província de Buenos Aires, e do seu primeiro contato com os alfajores. “Minha primeira lembrança de comê-los é de quando era pequena”, diz ela.

“Tinha um quiosque dentro da escola e corríamos no intervalo para comprar alfajor. Tenho uma lembrança muito forte de ficar de pé ouvindo as crianças gritando os nomes das diferentes marcas — Jorgito, Capitán del Espacio, Fantoche. Se você estava com fome, precisava de um doce, estava triste, você comprava um. Às vezes, você só precisa de um alfajor para sobreviver.” Em sua forma mais comum, o alfajor argentino é um doce feito com dois biscoitos macios que esfarelam, recheados com doce de leite e cobertos com chocolate ou polvilhados com açúcar ou coco ralado.

Romero descreve os alfajores como “biscakes” — algo entre um biscoito e um bolo (cake, em inglês) — e ganha a vida com eles. Depois de trabalhar para a Savoy em Londres, os fabricantes de chocolate de luxo Artisan du Chocolat e Rococo, e o Hilton, em Buenos Aires, ela agora dirige a Sur Chocolates, no Reino Unido, que produz alfajores gourmet. Romero coloca alfajores no mesmo patamar do vinho Malbec, da carne e da erva-mate no panteão culinário da Argentina — e ela não está sozinha.

Cerca de 1 bilhão de alfajores são vendidos na Argentina todos os anos, de acordo com o conselho de turismo de Buenos Aires, e centenas de variedades estão disponíveis em quiosques, supermercados e padarias de todo o país, desde a Tierra del Fuego, no extremo sul, às planícies áridas de Jujuy, ao norte.

“Você pode encontrá-los em qualquer lugar”, diz Allie Lazar, crítica gastronômica de Buenos Aires e colaboradora do blog Pick Up The Fork.

“Cada quiosque vende uma grande seleção de alfajores. A maioria dos argentinos tem uma queda por doces, e doce de leite é basicamente um tesouro nacional, então os alfajores são há muito tempo a guloseima ou o lanche rápido perfeito. Também são um ótimo acompanhamento para contrastar a erva-mate, que tende a ser bastante amarga.”

Os alfajores são parte integrante da cultura popular argentina, aparecendo em diversas obras — do conto O Aleph, de Jorge Luis Borges, às tirinhas da tão amada Mafalda, do cartunista Quino.

Quando era jovem, o jogador Lionel Messi era recompensado por um dos seus treinadores com alfajores por cada gol que marcava. Eles são tão importantes para a vida argentina que a Constituição do país foi supostamente escrita em uma alfajorería (loja de alfajores) em meados do século 19. Embora sejam um produto relativamente simples, os alfajores têm uma história longa e complexa.

Facundo Calabró, criador do blog Catador de alfajores e autor do livro ‘En busca del alfajor perdido’ (Em Busca do Alfajor perdido, em português), explica que eles datam pelo menos do século 8, quando um biscoito árabe feito de açúcar, melado, nozes e canela chegou à Península Ibérica durante a conquista dos mouros.

Foram desenvolvidas na sequência versões da Andaluzia e da Múrcia, que ganharam o nome de alajú ou alfajor — derivado, alguns linguistas acreditam, da palavra árabe al-fakher (“luxuoso”) ou da palavra árabe antiga al-huasu (“preenchido” ou “recheado”) .

Com formato cilíndrico e feito de amêndoas moídas, avelãs, farinha de rosca, açúcar, mel e especiarias como a canela, essas versões ainda são tradicionalmente consumidas em algumas partes da Espanha no Natal e em algumas regiões estão disponíveis o ano todo.

Mas os alfajores ganharam destaque de verdade na América Latina.

“No século 16, durante o [período colonial], o alfajor chegou do sul da Espanha e se espalhou pelas Américas, principalmente por meio dos conventos. Começou a se hibridar, pegando os ingredientes de cada região e perdendo outros”, conta Calabró. Os alfajores em Porto Rico são tipicamente feitos de mandioca moída, por exemplo; enquanto Chile, Peru e México — entre outros — usam suas próprias versões de doce de leite.

No entanto, embora sejam encontrados por toda a América Latina, eles são símbolo, antes de mais nada, da Argentina, maior produtora e consumidora do produto.

Alfajores são normalmente recheados com uma camada de doce de leite e então cobertos com chocolate, açúcar ou coco ralado. GETTY IMAGES

Hoje, os alfajores argentinos estão muito distantes de seus predecessores espanhóis e árabes. As versões caseiras mais comuns — e geralmente encontradas nas padarias — são conhecidas como alfajores de maizena, com recheio de doce de leite e cobertura de açúcar ou coco ralado.

“Mas, como a maioria dos alimentos que chegaram à Argentina, os alfajores passaram por reviravoltas provinciais”, explicam Paula Delgado e Claudio Ortiz, chefs da Estancia Los Potreros, que vão publicar seu primeiro livro de receitas em 2021.

“Nossos chefs recorrem a receitas que aprenderam com suas mães, tias, avós. Aqui na província de Córdoba, os alfajores são tipicamente recheados com uma pasta de marmelo doce. Todos os nossos gaúchos, cozinheiros, faxineiros e funcionários se sentam à tarde para falar sobre a vida e política com alfajores e chá mate. Eles são uma parte importante da cultura argentina.”

O tipo mais famoso de alfajor comprado nas lojas é o marplatense, que é recheado com doce de leite e coberto com chocolate. Seu nome vem da cidade costeira de Mar del Plata, berço da principal marca Havanna, que abriu sua primeira padaria em 1947 e agora tem lojas e cafés em toda a Argentina.

Mas há inúmeras variações além do clássico marplatense.

Se você explorar as prateleiras de um quiosque, vai encontrar versões cobertas com açúcar, merengue ou iogurte; recheadas com geleia, ganache, mousse ou pasta de amendoim; e aromatizadas com café, frutas, nozes ou bebidas como rum ou uísque.

Há variedades veganas, sem glúten, de arroz e até com três camadas. As pessoas estabelecem ligações profundas com marcas específicas, de acordo com o marido de Romero, Emanuel:

“Os argentinos precisam pertencer a um lado ou ao outro. Como no futebol, por exemplo, você torce pelo Boca ou pelo River. Com os alfajores é quase a mesma coisa — você tem uma marca (preferida) e a defende.”

A marca “HAVANNA” é uma das mais populares na Argentina e no mundo

Apesar de sua popularidade na Argentina e em outras partes da América Latina, os alfajores são relativamente pouco conhecidos no resto do mundo, embora isso esteja começando a mudar. A Havanna abriu uma loja na Flórida, a primeira nos EUA, em 2017. “Há também lojas Havanna na Espanha e mais de 100 no resto da América Latina”, afirma Mariano Oliva, CEO da Havanna USA.

“Vendemos cerca de meio milhão de alfajores por ano nos Estados Unidos e temos um plano — suspenso por enquanto [por causa da covid-19] — de abrir mais unidades. Os alfajores têm um potencial fenomenal.”

No Reino Unido, os alfajores criativos de Romero — erva-mate, Malbec, chocolate amargo e menta são apenas alguns dos sabores — também se revelaram um sucesso. “Nosso sonho é levar [alfajores] para todos os lugares”, diz ela.

No entanto, enquanto os alfajores se expandem globalmente, a questão de por que exatamente eles são tão populares na Argentina, permanece sem resposta.

Delgado e Ortiz atribuem à paixão nacional por doces; Oliva sugere um forte apego emocional que se desenvolve na infância; e Romero acredita que se deve a uma “paixão compartilhada”.

Para Calabró, as razões por trás do amor argentino pelos alfajores permanecem um “grande mistério”.

“É óbvio que eles fazem parte de nossa identidade coletiva”, afirma.

“[Mas] nós amamos alfajores porque eles fazem parte da nossa identidade ou porque, por alguma estranha razão, decidimos amá-los? Ainda não há resposta.”

Fonte: BBC Brasil

A “cidade perdida” na América Central descoberta por pesquisadores de animais que se imaginava estarem extintos

A selva de Mosquitia, que se estende do leste de Honduras ao extremo norte da Nicarágua, é uma das maiores florestas tropicais da América Central e — até recentemente — um dos lugares menos explorados do planeta.

Em 2013, arqueólogos descobriram as ruínas de uma antiga “cidade perdida” escondida em suas profundezas, a partir do uso da tecnologia de mapeamento a laser LIDAR (da sigla em inglês Light Detection and Ranging, ou seja, detecção e medição com luz).

Desde então, pesquisadores têm estudado esta floresta densa, não apenas à procura de mais vestígios da antiga cidade mesoamericana, mas em busca de vida selvagem em seu território intocado.

E o que descobriram recentemente foi melhor do que podiam imaginar: um rico ecossistema com centenas de espécies da fauna e da flora — algumas das quais acreditava-se estarem extintas.

Em 2017, uma equipe de biólogos — liderada pelo Programa de Avaliação Rápida da Conservação Internacional em parceria com o governo de Honduras — passou duas semanas na selva de Mosquitia.

A expedição era para pesquisar e catalogar as diversas espécies raras e ameaçadas de extinção que encontraram na bacia do Rio Plátano, que corre pela floresta.

Entre as descobertas feitas pela equipe, estão 22 espécies de plantas e animais nunca antes registradas em Honduras — e duas espécies da fauna que se pensava estarem extintas no país: o morcego Phylloderma stenops e a cobra Rhinobothryum bovallii, além do besouro-tigre, que tinha sido visto apenas na Nicarágua e era considerado extinto.

Acreditava-se que a cobra Rhinobothryum bovallii estava extinta em Honduras desde 1965

“O fato de termos encontrado o besouro-tigre na ‘cidade perdida’ sugere que este lugar é realmente ‘saudável'”, diz Trond Larsen, líder da expedição.

No total, os pesquisadores documentaram centenas de espécies de plantas, borboletas e mariposas, aves, anfíbios, répteis, peixes e mamíferos — destaque para uma grande presença de felinos, como onças, pumas, jaguatiricas, jaguarundis e gatos-maracajá — vivendo na floresta tropical.

“Alguns mamíferos grandes tendem a fugir assim que ouvem ou sentem o cheiro de gente perto. Mas os macacos-aranha-de-Geoffroy, espécie ameaçada de extinção, não eram nada tímidos”, recorda Larsen.

“Havia grupos enormes deles nas árvores, balançando os galhos para a gente, curiosos em tentar descobrir o que estava acontecendo, por que todas aquelas pessoas estavam trabalhando ao redor deles.”

Macaco-aranha-de-Geoffroy também deu o ar da graça na floresta

Larsen lembra ainda o encontro que teve com um puma quando caminhava sozinho à noite pela floresta.

“Eu me virei e vi aqueles olhos grandes e brilhantes se movendo lentamente na minha direção, ele estava meio agachado e movia a cabeça para frente e para trás olhando para mim.”

“Nós meio que olhamos para baixo, e então o puma se virou e desapareceu em meio à mata. Estava escuro como breu, e eu não fazia ideia de onde ele estava. Foi quando comecei a ficar um pouco nervoso”, revela.

A equipe de pesquisadores passou duas semanas na mata catalogando as espécies

A principal explicação para tamanha diversidade é que a área permaneceu praticamente intocada pelo homem por séculos, depois que os ancestrais das comunidades indígenas que hoje vivem na região abandonaram inexplicavelmente a antiga cidade que um dia existiu ali.

“Podia haver atividades não muito longe de onde estávamos trabalhando, mas nas imediações de onde estávamos, era praticamente intocado pelo homem”, afirma o pesquisador.

Difícil acesso

A floresta de 350 mil hectares é coberta sobretudo por árvores densas de 25m a 35m de altura, com algumas chegando a atingir 50m — e, por isso, o acesso não é fácil.

Os pesquisadores tiveram que ser transportados de helicóptero até lá.

“A única forma de acesso aos locais que visitamos era de helicóptero, porque era longe de qualquer estrada ou qualquer tipo de acesso”, explica. Em solo, a folhagem da mata era tão densa que precisaram abrir caminho com facões. E, por questão de segurança, Larsen conta que a equipe foi escoltada o tempo todo por soldados armados.

Ruínas da ‘cidade perdida’ descoberta por arqueólogos na floresta

A área também compreende a Reserva da Biosfera do Rio Plátano, a maior área protegida de Honduras — e Patrimônio Mundial da Unesco.

Além de abrigar toda essa vida selvagem, a selva de Mosquitia é essencial para o processo de captura dos gases causadores do efeito estufa da atmosfera.

No entanto, a região tem sido ameaçada pelo tráfico de animais e pelo desmatamento — 90% dos danos à floresta tropical são causados ​​pela pecuária ilegal, que também é fortemente impulsionada pelo tráfico de drogas na área.

Em um esforço para preservar a região, a floresta tropical agora está sendo parcialmente vigiada e patrulhada por militares hondurenhos.

Em 2018, o governo lançou um programa para proteger tanto a floresta quanto as ruínas da cidade antiga, que permaneceram intocadas e sem ser saqueadas por gerações — algo incomum para qualquer sítio arqueológico na América Central.

Fonte: BBC Brasil

Seis motores que podem reativar economia na América Latina pós-pandemia

As marcas deixadas pela pandemia de covid-19 na América Latina  não vão desaparecer do dia para a noite, mas, quanto mais cedo estiverem funcionando os motores da recuperação econômica, maiores são as possibilidades de deixar a crise para trás mais rapidamente.

Na região que contabiliza mais de 11 milhões de pessoas contaminadas pela doença causada pelo novo coronavírus — mais da metade no Brasil — e de 400 mil mortos, as projeções mais recentes apontam para uma queda recorde do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, superior a 9%.

Diante de uma contração dessa magnitude, o desemprego disparou a 11,4% no primeiro semestre deste ano, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O problema, entretanto, é bem mais grave do que parece, porque as cifras da OIT não incluem os trabalhadores informais, que são mais de 50% da força de trabalho na região.

A pergunta que muitos países se fazem agora é como reconstruir a economia diante do aumento da dívida pública e da queda na arrecadação de impostos.

Não há uma receita única que sirva para toda a região.

Ainda assim, pesquisadores da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) propõem alguns caminhos que podem dar um impulso ao que provavelmente vai ser um longo período de recuperação.

“A chave é incluir as dimensões econômica, social e ambiental do desenvolvimento sustentável”, disse à BBC News Mundo, serviço em língua espanhola da BBC, Alice Bárcena, secretária executiva da organização.

Entre os possíveis motores identificados pela Cepal estão as energias renováveis, o setor de transportes, a chamada “revolução digital”, a indústria da saúde, a bioeconomia e a economia circular. Conheça cada um deles a seguir:

1. Uma nova matriz energética

A participação das energias renováveis não convencionais (biomassa, solar, eólica, geotérmica e biogás) na produção de eletricidade na América Latina aumentou de cerca de 4% em 2010 para 12% em 2018.

“Se continuarmos ‘descarbonizando’ (substituindo a energia que tem como subproduto gases poluentes), poderíamos criar sete milhões de empregos em uma década”, aponta Bárcena.

Um fator alentador nesse sentido é o fato de que o investimento estrangeiro na área de energia renovável vem crescendo, principalmente por meio de empresas europeias e, em menor medida, chinesas.

O crescimento estrangeiro em energia renovável cresceu na região nos últimos anos.

No processo de transição para o uso de energia mais “limpa” destacam-se países como Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua, na América Central, e, no sul da região, Brasil, Chile e Uruguai.

Na contramão estão México, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, que chegaram a reduzir a participação das modalidades renováveis na oferta total de energia.

2. Mobilidade urbana

A substituição dos veículos que rodam com combustível fóssil tem potencial para criar cerca de 4 milhões de empregos no setor de transportes nos segmentos de operação e manutenção de veículos pesados e outros 1,5 milhão na indústria de veículos leves, de acordo com as estimativas da Cepal.

Ainda que a indústria de carros elétricos seja incipiente, a frota de ônibus elétricos começa a crescer — são cerca de 1,3 mil unidades rodando em 10 países —, especialmente em cidades como Santiago, capital do Chile.

Dois fatores contribuem para o avanço: a redução do custo das baterias, que tornou os ônibus elétricos mais competitivos, e o processo relativamente eficiente de conversão dos veículos convencionais em elétricos, que é barato.

3. A revolução digital

A pandemia acelerou a digitalização em vários países da região e evidenciou a importância da conectividade para o mundo do trabalho, da saúde, da educação e para o comércio.

Enquanto na Europa e nos Estados Unidos cerca de 40% dos trabalhadores empregados conseguem desempenhar suas funções em home office, na América Latina isso só vale para 21,3% dos ocupados.

No campo da educação, por sua vez, quase metade das crianças com idade entre 5 e 12 anos vive em domicílios sem acesso à internet — o que acabou afetando o processo de aprendizagem de muitas delas no período em que as escolas estiveram fechadas.

Na América Latina, cerca de 21% dos ocupados conseguem trabalhar de casa – metade do percentual registrado na Europa e nos Estados Unidos.

O uso de tecnologias digitais também está muito aquém do que se observa em outras regiões quando se fala de cadeia de suprimentos, de processamento e manufatura. Enquanto 70% das empresas nos países da OCDE utilizam internet em sua cadeia de abastecimento, na América Latina a cifra chega a apenas 37%.

Por isso, especialistas afirmam que os países latino-americanos devem se preparar para a indústria do futuro, especialmente formando mão de obra qualificada, com as novas habilidades que essas tecnologias demandam.

4. A indústria da saúde

Essa é uma área que engloba diferentes segmentos: a indústria farmacêutica, a fabricação de medicamentos e equipamentos e pesquisa e desenvolvimento.

São setores que costumam criar empregos com boa remuneração, que facilitam o progresso técnico e que, por isso, podem ajudar a dinamizar a economia.

Com a chegada da pandemia de covid-19, as grandes corporações estão mudando suas estratégias para reduzir os níveis de risco de quebra suas cadeias de abastecimento, ainda que isso signifique maior custo de produção.

A bioeconomia inclui desde agricultura até a produção de bens biotecnológicos, como vacinas e métodos diagnósticos.

Na prática, algumas empresas têm tentado levar parte da produção para mais próximo de seus mercados consumidores, o que pode beneficiar países da América Latina, especialmente se a região oferecer alternativas na área de produção.

5. A bioeconomia

O potencial da bioeconomia ficou ainda mais evidente com a pandemia. Essa é uma área que busca agregar valor a recursos biológicos de maneira sustentável — e é uma das que tem se beneficiado nesses tempos de crise sanitária.

Ela inclui desde a agricultura e a produção de alimentos à fabricação do produtos biotecnológicos como vacinas, métodos diagnósticos e de tratamento.

6. A economia circular

Se a economia linear se baseia em produzir, consumir e eliminar, a circular busca um outro caminho: reciclar e reutilizar os produtos em vez de descartá-los.

Um dos seus fundamentos, portanto, é reduzir a geração de resíduos e as emissões de dióxido de carbono para resguardar o meio ambiente.

A Cepal vê uma oportunidade para que a região aposte nessa área por meio de segmentos como a gestão de resíduos sólidos domiciliares, do lixo orgânico a plásticos e eletrônicos.

Retorno aos níveis pré-crise

Segundo os cálculos da Cepal, caso a América Latina crescesse à taxa média observada na última década, de 1,8%, voltaria ao patamar observado antes da crise causada pela pandemia em 2024.

Se o ritmo fosse o dos últimos 6 anos, de apenas 0,4%, o retorno ao nível pré-crise não chegaria antes da próxima década, acrescenta Bárcena.

Boa parte do futuro da economia da região dependerá de fatores como a evolução da pandemia, o ritmo de recuperação do mundo como um todo, o preço das matérias-primas e os recursos disponíveis no mercado e nos organismos internacionais para financiar o crescimento, além da vontade política de cada governo.

Fonte: BBC Brasil

Países latino-americanos usam dinheiro apreendido do narcotráfico e da corrupção para combater covid-19

Com o mundo todo lutando para conter a disseminação do coronavírus, muitos países enfrentam com dificuldade o desafio de comprar o equipamento sanitário e hospitalar necessário para conter a pandemia.

Dois países latino-americanos, no entanto, adotaram uma maneira original de obter parte dos recursos extras. Argentina e Colômbia usam ativos apreendidos do narcotráfico e oriundos de outras atividades criminosas para fortalecer seus sistemas de saúde diante do avanço do vírus.

De carros a imóveis que pertenciam a criminosos suspeitos, esses bens são usados ​​para transportar ou abrigar pacientes com coronavírus ou isolar pessoas em risco devido à pandemia.

Isso é possível graças a uma figura jurídica chamada “extinção de domínio”, que se aplica a ativos supostamente adquiridos ilegalmente.

Basicamente, permite que os pertences ilícitos de pessoas acusadas de crimes como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, tráfico humano, terrorismo ou corrupção sejam colocados à disposição do Estado.

Como funciona

As pessoas investigadas por esses crimes geralmente enfrentam processos criminais, e suas propriedades, em países que não possuem um regime de extinção de domínio, só podem ser confiscadas se a pessoa for condenada (algo que pode levar anos). Com o mecanismo de extinção de domínio, o procedimento é muito mais rápido.

A justiça pode apreender fortunas de origem suspeita mesmo antes de processar criminalmente o acusado.

Nesses países, quando um juiz criminal decreta medidas cautelares sobre bens suspeitos de origem criminosa, esses bens imediatamente vão para a jurisdição civil, onde é decidido o possível confisco. Ou seja, mesmo antes de um suspeito ser processado e condenado pela Justiça, tudo o que se presume ter sido adquirido por meio de atividades ilegais passa para as mãos da Justiça civil.

Com a aplicação da extinção de domínio sobre esses bens, o suspeito perde seus direitos de propriedade sobre eles. Aí esses ativos passam para as mãos do Estado e são administrados por entidades criadas especialmente para esse fim.

Na Colômbia, onde a extinção de domínio foi aprovada por lei em 2014, esse órgão é a Sociedad de Activos Especiales (SAE). Na Argentina, que aprovou o regime no início de 2019 por meio de um decreto do então presidente Mauricio Macri é a Agência de Administração de Ativos do Estado (AABE).

Contra a covid-19

Esses dois países não são os únicos na região que adotam sistemas desse tipo. Peru, México, El Salvador, Honduras, Guatemala e Bolívia também têm figuras legais semelhantes em sua legislação, assim como vários outros países do mundo.

No entanto, Argentina e Colômbia são os dois primeiros que atribuíram a esse recurso um uso específico na luta contra o coronavírus.

No Brasil, o pacote das dez medidas contra a corrupção previa, originalmente, a criação da chamada ação de extinção de domínio, para permitir “dar perdimento a bens sem origem lícita, independentemente da responsabilização do autor dos fatos ilícitos, que pode não ser punido por não ser descoberto, por falecer ou em decorrência de prescrição”.

A Câmara chegou a tirar este ponto durante a votação, mas ele foi resgatado pelos senadores. O projeto, no entanto, ainda não foi votado novamente pela Câmara.

Na Argentina e na Colômbia, até agora, os bens apreendidos relativos a atividades ilegais foram usados ​​ou leiloados para financiar organizações que combatem o crime organizado ou para ajudar pessoas com menos recursos.

Com a pandemia, no entanto, esses bens passaram a ser usados como parte da estratégia para conter o avanço do vírus. O primeiro exemplo disso ocorreu no norte da Argentina, em 21 de março, três semanas após o país registrar seu primeiro caso de coronavírus e um dia após a decretação da quarentena obrigatória nacional.

A AABE cedeu ao governo da província de Salta, um popular destino turístico, dois hotéis para acomodar viajantes estrangeiros procedentes de áreas de risco.

Os hotéis foram duas das dezenas de propriedades que pertenciam ao clã Loza, organização de narcotráfico internacional que foi destruída em 2018 e cujos ativos foram os primeiros recuperados pelo regime de extinção do domínio argentino.

Edifícios, carros e dinheiro

Alguns dias depois, a AABE aceitou um pedido de Pilar, um município do norte da província de Buenos Aires, para dispor de um “megaempreendimento” supostamente financiado por um cartel de drogas colombiano.

Trata-se de um imenso projeto imobiliário chamado Pilar Bicentenário, que segundo a Justiça Argentina, fazia parte de uma operação de lavagem de dinheiro do cartel liderado por José Bayron Piedrahita Ceballos, atualmente detido nos Estados Unidos.

Por meio de uma resolução, a AABE aprovou a transformação do prédio em construção em um “centro de diagnóstico covid-19”.

O megaprojeto Pilar Bicentenário, que será usado como um centro de diagnóstico para a covid-19.

A Justiça da Argentina também liberou carros e dinheiro para ajudar no combate à pandemia. Em 4 de abril, um juiz da cidade de Mar del Plata, o mais famoso balneário de Buenos Aires, aceitou o pedido do prefeito local e ordenou que 26 veículos apreendidos de uma suposta quadrilha de traficantes de drogas fossem usados ​​para prestar serviços no âmbito da resposta ao coronavírus.

Os carros serão usados ​​para transportar pacientes e outras tarefas de segurança durante a quarentena obrigatória.

Dinheiro da corrupção

Fortunas apreendidas em dois dos casos de corrupção de maior destaque nos últimos anos também tiveram esse fim.

O tribunal que julgou o ex-secretário de Obras Públicas do governo Kirchner, José López, condenado por enriquecimento ilícito depois de ter sido filmado escondendo sacos com milhões de dólares em um convento, determinou que US$ 2 milhões (R$ 10,6 milhões) desse dinheiro sejam doados ao hospital pediátrico Garrahan, em Buenos Aires.

Esse verba, além de outros US$ 12 mil (R$ 63 mil), serão destinados à compra de respiradores, máscaras e óculos de proteção.

Enquanto isso, o tribunal que julga o empresário Lázaro Báez, acusado de lavar dinheiro para o governo Kirchner, entregou ao Exército “como um depósito judicial” bens que incluem 17 contêineres vazios, 300 equipamentos de proteção e 21 macas.

Colômbia

A Sociedade Colombiana de Ativos Especiais (SAE) também permitiu que alguns bens apreendidos fossem utilizados provisoriamente para ajudar a combater o coronavírus.

“Para apoiar o governo e entidades territoriais no tratamento dessa contingência, a SAE ajustou os procedimentos internos”, explicou Virginia Torres, presidente da SAE, ao jornal El Tiempo. “Isso garante que os ativos gerenciados possam ser usados ​​e adequados como instalações para tratamento, isolamento e atendimento, sem atender a outros requisitos comuns”.

Propriedades apreendidas pela SAE que podem ser usadas como abrigos para mulheres que correm risco de sofrer violência doméstica.

Entre as propriedades que a entidade ofereceu estão o Hotel Benjamin, na cidade de Santa Marta, no norte do país, que pertencia ao israelense Assi Mosh, expulso da Colômbia em 2017 por supostos vínculos com redes de prostituição. E um ex-prostíbulo conhecido como “El Castillo”, no centro de Bogotá, oferecido ao Instituto Nacional Penitenciário e Prisional (Inpec) para abrigar prisioneiros infectados com a covid-19, para que estes não infectem o resto da população carcerária.

A SAE também disponibilizou às autoridades regionais 65 prédios a serem utilizados durante a pandemia como abrigos para mulheres que correm o risco de sofrer violência doméstica durante o isolamento obrigatório .

Fonte: BBC Brasil

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