Mergulhando na arte

O mês de fevereiro começou bem para os amantes da arte que vivem ou estarão de passagem pela capital paulista: A cidade de São Paulo recebe, a partir da quarta-feira (1º), duas exposições imersivas de ícones mundiais das artes visuais: a mexicana Frida Kahlo e o britânico Banksy.

  • As instalações estão no Shopping Eldorado, na Zona Oeste da capital, e ficam em exibição até 30 de abril de 2023;
  • Os ingressos são vendidos separadamente, variam de R$ 45 (meia-entrada) a R$ 170 (experiência VIP);
  • E podem ser adquiridos no site da Eventim.

Frida Kahlo: uma biografia imersiva

A exposição sobre Frida Kahlo, ícone da arte e do feminismo, chega a São Paulo após ter passado por Europa, Estados Unidos e ter estreado no Brasil por Salvador, na Bahia. “Por meio de coleções de fotografias históricas, filmes originais, ambientes digitais, instalações artísticas, itens de colecionador e música original, o público é convidado a um mergulho nos momentos mais relevantes da vida da artista mexicana e nos valores e ideais que fazem sua obra reverberar nos tempos atuais ainda com mais força”, informou a assessoria do evento.

  • A mostra é composta por dez ambientes em um espaço de 2.000 m²;
  • A duração é de cerca de 90 minutos;
  • Alguns destaques são:
    – “O Instante”: holografia que reproduz o acidente de bonde que marcou a vida de Frida;
    – “O Sonho”: uma instalação que tenta reproduzir imaginação e sentimentos de Frida durante a sua recuperação na cama, lugar onde criou grande parte de suas obras;
  • O destaque é o salão principal, que tem 1.000 m² de telas projetáveis pelo chamado “Universo de Frida”, onde o expectador se “mistura às obras”.

The Art of Banksy

Já a exposição The Art of Banksy reúne mais de 150 obras do artista entre originais, certificados, gravuras, fotos, litografias, esculturas, murais e instalações de vídeo. Alguns dos trabalhos foram reproduzidos para a exposição a partir da técnica de estêncil de Banksy.

  • As obras estão distribuídas em 14 ambientes;
  • Há uma sala dedicada à Ucrânia, que reproduz intervenções recentes feitas em uma área bombardeada na guerra com a Rússia;
  • Algumas das obras expostas são: “Gangsta Rat”, “Flying Copper”, “Kate Moss”, “Kissing Coppers”, “Monkey Queen”, “Bomb Hugger”, “Game Changer” e as icônicas “Flower Thrower” e “Ballon Girl”;
  • Um documentário em vídeo em um ambiente único oferece aos visitantes informações sobre a vida e a obra do artista.
A crítica social é uma das marcas da obra do artista – Imagem Divulgação

“A mostra foi preparada para que, em vários momentos, as pessoas consigam se sentir inseridas no ambiente de algumas de suas criações, estejam com ele no momento e no local em que sua arte foi gerada. Entre elas, seu trabalho mais recente, a intervenção feita por ele na Ucrânia”, contou Rafael Reisman, produtor executivo da exposição, realizada em parceria com Muse Entertainment, Events e EEG.

Vale muito apena conferir as duas exposições 😉

*Com informações de Portal G1 e Canal Band Jornalismo – Youtube

Figura sempre polêmica

Pablo Escobar, o narcotraficante mais conhecido do mundo, em todos os tempos,  é uma figura que sempre gera polêmica. Odiado por muitos e amado por outros, o criminoso já foi tema de filmes, livros, séries, documentários e até mesmo de obras de arte!

A figura de Escobar sempre gera curiosidade, e consequentemente audiência. Muitos criticam essa superexposição porque seria uma espécie de apologia ao crime e à violência. Outros acreditam que é importante que as pessoas, especialmente os mais jovens, conheçam bem sua história, até mesmo para evitar que ela se repita.

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O salão de cabeleireiro “El Patrón” é um pequeno estabelecimento dedicado ao traficante no bairro criado por ele em Medellín – Foto Raúl Arboleda – AFP

Na Colômbia, terra natal de Pablo, uma outra personalidade muito conhecida do país, o artista plástico Fernando Botero, gerou polêmica ao pintar o criminoso em duas oportunidades. Os dois quadros mostram um Pablo Escobar enorme sobre telhados de casas.

Em um deles, o barão do tráfico está de pé, atingido por várias balas. No segundo, aparece derrubado em cima do teto de uma casa, que foi o local de seu falecimento, há 25 anos.

Mesmo sem ser consideradas obras-primas de Botero, os quadros “La muerte de Pablo Escobar”, de 1999 e “Pablo Escobar muerto”, de 2006, deram o que falar desde o momento em que vieram a público. Produziram muitos questionamentos sobre o porquê de Botero ter decidido retratar, à sua maneira, os momentos finais do chefão do tráfico.

Para saber um pouco sobre a história destas pinturas, que se encontram hoje no Museu de Antioquia em Medellín, a  rede BBC conversou com Juan Carlos Botero, filho de Fernando Botero e estudioso da obra do pai.

Duas séries

O filho do pintor explica que os dois quadros de seu pai sobre Escobar são parte de duas séries distintas de pinturas, produzidas em momentos diferentes.

A primeira pintura (“La muerte de Pablo Escobar”, com o traficante de pé) é parte de uma série sobre a violência na Colômbia, da qual também fazem parte recriações de conflitos armados e episódios ocorridos no país dos anos 1950 para cá, como massacres e atentados.

O segundo quadro, no qual Escobar aparece já morto, é parte da outra série na qual são retratados momentos violentos da Colômbia e do resto do mundo.

“As duas coleções têm uma grande carga de denúncia, e são nelas que aparecem as imagens de Escobar”, diz Botero.

O especialista diz que seu pai achava “impossível virar as costas às atrocidades que ocorriam na Colômbia”, como sequestros, massacres, torturas e a violência do narcotráfico.

“Meu pai não fez estes quadros para mudar a realidade, mas para manter a memória destes episódios e para que não sejam esquecidos. A intenção era relatar a brutal realidade colombiana”, acrescenta.

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Tela “La muerte de Pablo” exposta no museu da Antioquia – Reprodução BBC Brasil

Pablo gigante

Para além do estilo particular de Botero, há alguma razão para Escobar ter sido retratado como um gigante nas pinturas?

De acordo com filho do pintor, que é autor do livro “A arte de Fernando Botero”, de 2011, o tamanho de Escobar nas pinturas reflete o tamanho da tragédia que se abateu sobre a Colômbia.

“A figura (de Escobar) é monumental, comparada ao resto do ambiente, para mostrar a dimensão que (o narcotráfico) adquiriu na Colômbia”, diz ele.

Juan Carlos Botero acrescenta que tamanhos e formas são parte importante da obra de seu pai.

“O tamanho das figuras nestes quadros de Escobar mostram a dimensão quase mítica que ele chegou a ter”, diz ele.

O repúdio de Botero a Escobar

Em livros e entrevistas, diz-se que Pablo Escobar fez duas previsões a seus comparsas mais próximos: de que Botero o pintaria, e de que Álvaro Uribe seria presidente da Colômbia. As previsões são uma espécie de lenda, e não há comprovação de que Escobar realmente tenha dito isso.

Finalmente, as duas se tornaram verdade.

De qualquer forma, o filho do pintor esclarece que o mestre colombiano repudia o narcotraficante, e jamais recebeu uma encomenda de Escobar para pintá-lo.

“Sendo Escobar tão grandiloquente quanto era, não tenho dúvidas de que possa ter desejado que meu pai fizesse uma pintura sua. Mas a realidade é que nunca chegou a pedir”, disse Juan Carlos Botero.

O especialista, que é também escritor de ficção, acrescenta que seu pai repudiou o fato de Escobar ter pinturas suas em sua coleção de arte.

Sabe-se que o narcotraficante tinha milhões de dólares em pinturas. Entre elas, havia ao menos um trabalho original de Fernando Botero e algumas réplicas.

Botero, em meados dos anos 1980, deixou público seu repúdio a isto em entrevistas à imprensa.

Fernando Botero
O artista plástico Fernando Botero é conhecido mundialmente – GETTY IMAGES

Outro aspecto destacado pelo filho do pintor é o de que seu pai, nascido em Medellín, desejava que sua cidade fosse conhecida como capital artística da Colômbia. E não como capital mundial de homicídios, como Escobar a tornou conhecida há trinta anos.

E você também acha que figuras como as de Pablo Escobar devem ser lembradas frequentemente?

Fontes: Sites BBC Brasil News e Estadão.

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