Duas noites que nunca vão acabar

No último dia 27 de janeiro, se completou 10 anos de uma das maiores tragédias brasileiras: o incêndio da Boate Kiss. Para evitar que algo tão triste e revoltante se repita é fundamental que o fato não caia no esquecimento e a mídia, sem dúvida, é uma grande aliada nesse sentido. Para marcar uma década da tragédia, duas grandes plataformas de streaming lançaram uma série sobre o tema: “Todo dia a mesma noite” pela Netflix e “Boate Kiss” a tragédia de Santa Maria, pela GloboPlay. Apesar do assunto ser o mesmo, as abordagens são diferentes: a produção da Netflix é uma obra ficcional baseada no livro da jornalista Daniela Arbex, que leva o mesmo nome da série, já a obra da Globo Play é uma série documental, dirigida pelo jornalista Marcelo Canellas, com relatos reais de sobreviventes, amigos, familiares, réus, entre outros envolvidos diretamente no acontecimento.

Eu, particularmente, gostei bastante das duas séries, e acredito que vale a pena assisti-las para se ter uma percepção mais aprofundada sobre ângulos diferentes, apesar de alguns momentos serem muito duros para acompanhar em ambas as produções… A série da GloboPlay me chamou a atenção, especialmente, por um fato específico: a equipe da Globo foi até a Argentina para contar uma história extremamente semelhante à tragédia de Santa Maria e que eu nunca tinha ouvido falar: o incêndio na boate República Cromañón, localizada em Buenos Aires, no dia 30 de dezembro de 2004.

A tragédia argentina também foi consequência do lançamento de um equipamento pirotécnico utilizado por um dos integrantes da banda que se apresentava no local naquela noite, a Callejeros. Ao entrar em contato com o teto composto de material inflamável, começou um incêndio que vitimou quase 200 pessoas fatalmente e deixou feridas outras 1.432. Antes da tragédia de Santa Maria, esse era o incidente em casa noturna que mais contabilizava vítimas em toda a América Latina. Foi inevitável pensar, que sabendo que algo tão grave já havia acontecido no país vizinho, a tragédia em Santa Catarina poderia ter sido evitada se houvesse mais consciência pelos responsáveis pelo funcionamento da boate, autoridades municipais e também pelos integrantes da banda que se apresentou naquela terrível noite na Kiss.

Na série documental da GloboPlay podemos ver como as famílias argentinas e brasileiras se uniram para combater a dor de perder seus entes queridos e também para clamar por justiça.

Fonte: Portal Uol Notícias

Baila Vini Jr

Os jogares de futebol brasileiros são conhecidos pela sua habilidade, dribles irreverentes e alegria em campo. Essa desenvoltura, que anda ao lado da competência, nunca foi um empecilho pra nossos craques se destacarem aqui no Brasil e também na gringa, pelo contrário. Mas esse prazer de jogar bola, que nossos atletas manifestam, aliado ao grande talento, infelizmente parece incomodar alguns. Prova disso, foi o que aconteceu com o craque Vinícius Jr, que joga atualmente pelo Real Madrid: O jogador foi vítima de xenofobia e racismo em uma tacada só.

Na quinta-feira, dia 15 de setembro, durante o programa de TV “El Chiringuito”, o Presidente da Associação Espanhola de Empresários de Jogadores, Pedro Bravo, usou termos preconceituosos para se referir ao atleta brasileiro. Após a repercussão da fala, o atacante do Real Madrid se manifestou na tarde de sexta (16), em meio a uma série de apoios de grandes lendas do futebol.

O estopim da história foram as dancinhas feitas por Vini Jr. na comemoração de seus gols. Inicialmente, o jogador Koke, do Atlético de Madrid, afirmou que o brasileiro teria uma “confusão” caso fizesse isso ao marcar um gol no próximo domingo. Então, Bravo seguiu pela mesma linha de raciocínio no programa espanhol – mas comparou a atitude do atleta à de um “macaco”. “Você tem que respeitar o rival. Se quer dançar, que vá ao Sambódromo no Brasil. Aqui o que você tem que fazer é respeitar os companheiros de profissão e deixar de fazer macaquice”, declarou o agente. A fala de Bravo imediatamente revoltou colegas de programa, que logo o rebateram.

Passado o episódio, Pedro foi às redes sociais e tentou se retratar pelo que houve. “Quero esclarecer que a expressão ‘fazer macaquice’ que utilizei mal ao qualificar a dança do Vinicius na comemoração dos gols foi de maneira metafórica (‘fazer idiotices’). Como minha intenção não foi de ofender ninguém, peço sinceramente desculpas. Sinto muito!”, escreveu o presidente da associação.

Imagem: Twitter – ViniJr

Vini Jr. se manifesta

Diante da situação, Vini divulgou um vídeo rebatendo as falas racistas que recebeu, citando como suas conquistas incomodam. Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra”. Tenho essa frase tatuada em meu corpo e tenho uma atitude na minha vida que transforma essa filosofia em prática. Dizem que a felicidade incomoda. A felicidade de um preto, brasileiro e vitorioso na Europa, incomoda muito mais. Mas a minha vontade de vencer, meu sorriso e o brilho dos meus olhos são muito maiores do que isso”, iniciou.

O brasileiro, então, deu “nome aos bois” e não minimizou o que sofreu, pontuando como sua atitude não difere do comportamento de outras lendas do futebol. “Fui vítima de xenofobia e racismo em uma só declaração. Mas nada disso começou ontem. Há semanas começaram a criminalizar as minhas danças. Danças que não são minhas. São do Ronaldinho, do Neymar, do Paquetá, do Matheus Cunha, do Griezmann e do João Félix. Dos funkeiros e sambistas brasileiros, dos cantores latinos de reggaeton e dos pretos americanos. São danças para celebrar a diversidade cultural do mundo. Aceitem, respeitem, ou surtem. Eu não vou parar”, afirmou.

Vini ainda mencionou como busca incentivar a educação e como seguirá na luta para que racismo e xenofobia sejam combatidos de frente. “Não costumo vir publicamente rebater críticas. Sou atacado e não falo. Sou elogiado e também não falo. Eu trabalho e muito! Dentro e fora de campo. Desenvolvi um aplicativo para auxiliar a educação de crianças em escolas públicas sem ajuda financeira de ninguém. Eu estou fazendo uma escola com meu nome e farei muito mais pela educação. Quero que as próximas gerações estejam preparadas, como eu estou, para combater os racistas e os xenofóbicos”, acrescentou.

Por fim, o craque do Real Madrid deixou claro que não vai abaixar a cabeça e nem parar de dançar. “Sempre tento ser um exemplo de profissional e cidadão, mas isso não dá clique, não engaja em rede social. Então, os covardes inventam algum problema para me atacar e o roteiro sempre termina com um pedido de desculpas, ou um ‘fui mal interpretado’. Mas eu repito para você, racista: não vou parar de bailar. Seja no Sambódromo, no Bernabéu, ou onde eu quiser. Com o carinho e o sorriso de quem é muito feliz, Vini Jr”, concluiu ele.

Assista ao vídeo abaixo:

Desde este lamentável ocorrido, a hastag: #BAILAVINIJR vem viralizado em várias partes do mundo em solidariedade ao jogador brasileiro. Esperamos que ele siga sim bailando e demostrando sua alegria ao celebrar cada gol e cada vitória. No final do ano, desejamos que os jogadores latinos, especialmente, os nossos brasileiros, tenham muitas razões para bailar em campo durante a Copa do Mundo. Parafraseando o Velho Lobo Zagallo: Os racistas e xenófobos de plantão vão ter que nos engolir…

Fontes: Instagram e Site SoundLab

Amigos con derechos

A diva brasileira Marília Mendonça, que se foi tão precocemente em novembro do ano passado, deixou um grande legado musical. Inspiração para vários artistas, a cantora tem mais de 100 composições prontas para a gravação, além de parcerias que estavam sendo preparadas para serem lançadas em breve. Um desses projetos estava sendo trabalhado em conjunto com a estrela mexicana Dulce Maria. A canção “Amigos con derechos” seria a primeira cantada oficialmente em espanhol, por Marília, que sonhava em fazer carreira internacional.

Para seguir adiante com o sonho de Marília, a ex-integrante do grupo RBD lançou a música Amigos com Direitos, (em tradução para o português). A canção foi produzida por Stefano Vieni e tem a pegada da sofrência, tão marcante na carreira da brasileira.

A cantora mexicana afirma que não chegou conhecer Marília pessoalmente, mas sentia que ambas tinham uma conexão . “É uma honra para mim que ela tenha cantado pela primeira vez em espanhol nesse meu humilde projeto independente que fiz justamente para resgatar meus sonhos e voltar a Origem“, declarou.

No Instagram, Dulce Maria fez um discurso cheio de amor e carinho: “Amigos, estou cheia de emoção, um lançamento agridoce, mas com todo o amor para os fãs de Marília e todo mundo que a ama. Obrigada, eterna e maravilhosa Marília, por sua generosidade, seu coração tão grande, sua humildade, por cantar comigo e por empoderar tantas mulheres, inclusive a mim.”

Dulce Maria finaliza em um tom emocionante e manda um recado a brasileira: “Obrigada por este presente tão grande e por me deixar compartilhá-lo com tanta gente antes de partir. Eu sinto como um abraço no meu coração. Sou eternamente grata e um abraço aos céus de todos que te queremos muito bem”. 

Se você ainda não conhece esse hit das duas musas, click no link abaixo para cantar e matar a saudade da eterna rainha da sofrência.

Fonte: Site Estadão

Resistência palestrina

Neste dia 02 de janeiro, a nação cruzeirense celebra mais um ano de existência de seu amado clube. Os últimos anos amargos contrastam com a trajetória vitoriosa da equipe celeste, que construiu ao longo de seus mais de 100 anos, uma história repleta de páginas heroicas e imortais. Para presentear a torcida estrelada e também todos os amantes do futebol brasileiro e mundial, o blog recomenda hoje o documentário “Em busca da história do Cruzeiro”. Dirigido por Gustavo Nolasco e André Amparo e produzido pelo Instituto Palestra Itália, o filme foi o grande vencedor do Cinefoot 2021, o maior festival de cinema de futebol das Américas. O documentário foi premiado como melhor filme da mostra competitiva internacional de longas-metragens por votação dos internautas. A película concorreu com produções de Espanha, Reino Unido, Chile, Argentina e México, além de outras três realizações brasileiras.

“Em Busca da História do Cruzeiro” é um mergulho nos acervos e memórias do Palestra Itália ao Cruzeiro Esporte Clube, fundado, em 1921, por operários, jogadores, torcedores e imigrantes italianos que queriam ter um time para chamar de seu. O filme também marca o primeiro centenário da instituição, celebrado em 2021.

Em seus primeiros anos, o Palestra Itália teve que lutar para superar preconceitos e ser aceito no meio do futebol brasileiro. Imagem – Acervo Cruzeiro

Torcedores, ídolos, ex-jogadores, cronistas e historiadores são os personagens que recontam, com revelações emocionantes e inéditas, a trajetória de superação de preconceitos e perseguições e as conquistas que transformaram o velho Palestra Itália no multicampeão Cruzeiro. A produção do filme contou com uma equipe de mais de 40 profissionais e colaboradores, gerando empregos diretos no setor do audiovisual e aportes para ações culturais do próprio Instituto Palestra Italia (Ipita).

Presidente do Instituto Palestra Itália, Lidson Potsch Magalhães celebrou a conquista do projeto, que foi realizado pelo IPITA, em parceria com o Instituto Vivas e viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura. “É uma alegria imensa para nós saber que um projeto como esse foi premiado no festival, que é o principal na América Latina. Essa premiação é resultado de um trabalho maravilhoso, feito com muita dedicação por toda a equipe. Foram muitos meses de trabalho, e em meio aos desafios de uma pandemia. Parabéns a todos os profissionais, aos competentíssimos diretores e também à torcida, que tem agora esse importante legado”, afirmou.

Você cruzeirense e todo amante de futebol não pode deixar de conferir essa obra que vai a fundo para explicar as origens do clube mineiro, que mesclou as identidades brasileiras e italianas de uma maneira extremamente especial. No documentário, entendemos como os imigrantes italianos humildes, em união com os mais abastados forjaram o Palestra, que sobreviveu, inclusive aos horrores da Segunda Guerra, para se perpetuar na história do esporte mundial.

Fonte: soubh.uai.com.br

Mudança necessária

De uns anos pra cá, no mundo inteiro, as pessoas têm se questionado sobre a necessidade de serem revistos os critérios para se homenagear uma personalidade histórica. Alguém que promovia atos violentos contra determinadas etnias, ou participou de um governo ditatorial seria digno de receber homenagens como estátuas ou nome de ruas e avenidas? 🤔

Pensando nisso, representantes da fundação Memorial da América Latina, em São Paulo, procuraram a Câmara Municipal da cidade para pedir a mudança do nome da via, onde fica localizado o Memorial. A nova lei tem origem no PL 249/21, de autoria dos vereadores João Jorge e Xexéu Tripoli, ambos do PSDB. O projeto foi apresentado na Câmara em abril e entrou em vigor na quinta-feira, dia 07 de outubro. A lei altera o nome da Avenida Auro Soares de Moura Andrade para Mário de Andrade, na Barra Funda, zona oeste da cidade de São Paulo. A antiga denominação homenageava um ex-senador que apoiou o golpe militar de 1964, enquanto a nova faz referência ao conhecido escritor brasileiro.

Com a mudança, a avenida passa a ser considerada uma continuação da Rua Mário de Andrade, localizada entre a Avenida Pacaembu e a Avenida General Olímpio da Silveira, que tem este nome desde 1949. A lei (de número 17.671/21) foi promulgada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) e publicada no Diário Oficial do município.

No documento em que pediam a mudança, os representantes da fundação destacavam que o endereço original do espaço é Rua Mário de Andrade, 664, pois a via era antes considerada um “prolongamento natural da Rua Mário de Andrade”. Além disso, ressaltam que Auro Soares de Moura Andrade foi o senador que presidiu a sessão extraordinária do Congresso Nacional que declarou vaga a Presidência da República em 1964.

Com o golpe militar, o senador chegou a concorrer como vice-presidente na eleição indireta que elegeu o Marechal Castello Branco. “Renomear a Avenida, voltando ao seu nome original, torna-se ainda mais premente quando pensamos que, em fevereiro de 2022, comemora-se o centenário da Semana de Arte Moderna, da qual Mário de Andrade foi um dos protagonistas”, destacaram os representantes do memorial no pedido.

O documento é assinado por Almino Monteiro Álvares Affonso, presidente do Conselho Curador da Fundação Memorial da América Latina, pelo atual presidente da fundação, Jorge Damião de Almeida, e por três ex-presidentes da organização: Fabio Magalhães, José Henrique Reis Lobo e João Batista de Andrade. A mudança no endereço para o nome do senador ocorreu em 1996, com a publicação de um decreto do então prefeito Paulo Maluf.

Na justificativa dos autores do PL, também foi destacado que a Lei 14.454/2007 permite a mudança de nome de vias e logradouros públicos “quando se tratar de denominação referente à autoridade que tenha cometido crime de lesa-humanidade ou graves violações de direitos humanos”. “Dessa forma, imperativa a alteração da denominação, que representa uma injusta homenagem a uma autoridade que, a despeito de seu compromisso com a Nação, desrespeitou os preceitos democráticos fundamentais do Brasil”, diz a argumentação.

Mário de Andrade foi um importante escritor brasileiro e promotor das artes no país. Foto: Reprodução – Google Imagens

Não há previsão de alteração no nome da Praça Senador Auro Soares de Moura Andrade, no Morumbi, zona sul paulistana, que também homenageia o ex-senador. A denominação foi determinada em 1988, durante a prefeitura de Jânio Quadros.

Além dos trabalhos como escritor, Mário de Andrade também é conhecido pelo período em que liderou a fundação e foi presidente do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo, que deu origem à Secretaria Municipal de Cultura. Na época, fez um inventário do patrimônio histórico brasileiro, que se tornou referência nacional, e também liderou a criação dos parques infantis, considerados “embriões” da educação infantil na cidade.

O autor de Macunaíma e Paulicéia Desvairada morou nas proximidades da via que leva seu nome por mais de 20 anos. A residência foi posteriormente transformada na sede da Casa Mário de Andrade, espaço cultural ligado ao Governo do Estado de São Paulo.

Nas duas votações na Câmara, o PL teve voto contrário exclusivamente da vereadora Sonaira Fernandes (Republicanos). De acordo com o decreto, “as despesas com a execução desta Lei correrão por conta das dotações orçamentárias próprias”.

E você também é a favor desse tipo de mudança?

*Com informações de Portal Uol

Triste fim de nossa história

O incêndio que devastou o Museu Nacional no início do mês foi um golpe duro, não só para o Brasil, mas para todo o continente e para a humanidade em geral.  O edifício histórico que era vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, contava com o maior acervo de História Natural e Antropologia da América Latina,  sendo um dos cinco maiores do mundo. Eram mais de 20 milhões de itens catalogados. O acervo do museu foi formado ao longo de mais de dois séculos por meio de permutas, aquisições e doações. Possuía coleções de geologia, paleontologia, botânica, zoologia, antropologia biológica, arqueologia e etnologia – uma riqueza de relevância incalculável.

Entre seus principais tesouros estavam a primeira coleção de múmias egípcias da América Latina e o Bendegó, o maior meterioto já encontrado no Brasil – encontrado no sertão da Bahia no século 18 que pesa mais de 05 toneladas. O fóssil de Luzia, que revolucionou as teorias da chegada dos primeiros homens à América, possuindo assim um valor inestimável, assim como o esqueleto do primeiro dinossauro de grande porte montado no Brasil, também era parte da coleção local. A história dos povos indígenas também faz parte do acervo do museu com, por exemplo, uma coleção de trajes usados em cerimônias dos índios brasileiros há mais de cem anos.

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Museu Nacional é o mais antigo do país e abrigava uma coleção de valor incalculável – Reprodução Internet

O Museu Nacional foi residência da família real portuguesa, sendo o local de nascimento de D. Pedro II.  O  documento que selou a Independência do Brasil foi assinado ali  pela princesa Leopoldina em 1822.

Com tanto valor histórico e cultural, chega a ser assustador e inacreditável o fato do Museu estar tão abandonado, a ponto do incêndio que praticamente arruinou com todo o acervo, ser considerado uma tragédia anunciada. Prova do descaso total das autoridades é o fato do último presidente a ter visitado o local ter sido Juscelino Kubistschek a mais de 50 anos atrás.

E pensar que o investimento que poderia ter mantido nossa história viva nem era tão alto assim: Por pouco mais de meio milhão de reais por ano o incêndio poderia ter sido evitado.

O sentimento que tomou conta de todos, principalmente dos apaixonados pela arte e  cultura, foi o de desânimo total:  Que futuro podemos esperar de um país que não valoriza sua História?

As notícias que se seguiram após a tragédia faziam cada vez a sensação de desânimo aumentar: Soubemos que o governo gasta somente com um deputado mais do que com a segurança do maior museu do país. Outro fato triste que tivemos conhecimento é que no ano passado o Museu do Louvre em Paris recebeu mais visitantes brasileiros do que o nosso Museu Nacional. São fatos que revelam o quão longe estamos de valorizar nossa cultura e como o Brasil despreza suas próprias riquezas. Não adianta culpar só a população pelo baixo número de visitantes: faltou investimento por parte do governo, não só em infraestrutura, mas também em divulgação. Assistir as reportagens mostrando como os museus são valorizados nos países desenvolvidos, fez ressurgir aquele velho complexo de vira-latas e até uma mesmo uma certa vergonha de ser brasileiro.

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Depois de ver as imagens de tantas preciosidades se reduzirem a pó, fica a sensação de vazio e impotência. Não resta muita coisa a fazer a não ser lamentar por não ter havido uma mobilização para salvar o Museu antes que fosse tarde demais.

Se para o Nacional, não há muito o que fazer, pelo menos um grande legado ele pode deixar para o Brasil e para toda a América Latina: a conscientização sobre a importância da preservação dos edifícios históricos.  Remediar, em casos como este, realmente não dá: Ou se conserva o que tem ou se perde tudo que a natureza levou milhares de anos para preservar, em poucos minutos.

A tragédia do dia 02 de setembro de 2018 não pode ser esquecida. Deve ser lembrada a cada ano com tristeza e principalmente com ação. O que nos resta agora é tentar renascer nossas esperanças em meio às cinzas.

Fonte: Portal G1

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