Um país, várias maneiras de hablar

Se você tem vontade de morar, ou viajar à Espanha como turista, precisa saber que além do espanhol, também chamado de castelhano, você vai ouvir por lá diversas outras línguas e dialetos (não se assuste rs). Historicamente, a Espanha é a união de povos e culturas distintas. Isso se materializa até hoje na multiplicidade e riqueza linguística que se encontra neste país da Península Ibérica. 

Um dos principais eventos históricos que influenciaram as línguas dos povos dessa região foi a invasão e ocupação do império romano. Isso fez com que praticamente todos os idiomas na Espanha  adquirissem raízes latinas. No entanto, há vários termos provenientes dos árabes, por exemplo, que ocuparam a Península por um bom tempo. 

Apesar do espanhol (castelhano) ser compreendido em todo o país, existem outras línguas diferentes que são faladas nas diversas regiões, elas são chamadas de idiomas co-oficiais. Entre elas podemos citar: o catalão, o basco ou euskera e o gallego, que é muito semelhante ao português.

Além desses outros idiomas, ao viajar por esse surpreendente país, podemos escutar alguns dialetos, como o murciano e o canário. Para quem está confuso em relação às diferenças entre idioma e dialeto: Se denomina idioma uma língua de um povo ou nação, ou comum a vários países, que tem gramática e literatura próprias, enquanto os dialetos derivam de uma língua pré-existente.

Nesse vídeo do canal “Fazendo as malas – morar na Espanha, você vai aprender com essa família brasileira sobre a riqueza linguística espanhola. 🇪🇸

Fontes: Blog Conexão Europa e Canal Fazendo as malas – morar na Espanha – Youtube.

De pandemia para endemia?

O Brasil vive um aumento assustador dos casos de Covid-19 provocados pela variante Ômicron. Enquanto isso, na Europa os países discutem como conviver com o temido vírus daqui pra frente. O presidente do governo da Espanha (equivalente ao cargo de primeiro-ministro), Pedro Sánchez, declarou na semana passada que seu país está trabalhando para começar a tratar a covid-19 como uma gripe e não como uma epidemia, como tem sido até agora. E ele também defende que essa seja a estratégia para o resto do continente.

“Estamos trabalhando nisso há semanas”, respondeu Sánchez em entrevista ao canal Cadena Ser quando perguntado se ele está buscando uma “gripalização da pandemia”.

“A ciência conhece melhor o vírus. (…) Temos que avaliar a evolução da covid para uma doença endêmica”, disse Sánchez, embora tenha esclarecido que seu governo ainda aguarda relatórios “mais conclusivos” sobre a variante Ômicron.

O presidente justificou a nova abordagem devido à taxa de vacinação (82% da população com vacinação completa e 36% com dose de reforço), o uso de máscaras, o surgimento de medicamentos como a pílula da Pfizer – cujos ensaios apontam que é eficaz na 89% dos casos para evitar internações e óbitos em pacientes de risco – e a aparente menor letalidade do vírus com a variante mais recente.

“Este é um debate que já estamos tentando abrir em nível europeu”, disse Sánchez, que está levando a questão aos ministérios da saúde europeus e ao Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças. “É um debate necessário.”

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, acredita que é preciso falar sobre uma mudança de estratégia. Imagem: EPA

A ministra da Saúde espanhola, Carolina Darias, acrescentou que a atual sexta onda de covid da Espanha é diferente das anteriores. “Temos que ser capazes de antecipar novos cenários, por isso temos que começar a avaliar a adaptação a um novo sistema de vigilância e controle da covid-19 uma vez superada esta sexta onda epidêmica em que nos encontramos”, disse.

Vigilância

Essa nova abordagem da pandemia é chamada de “vigilância sentinela”.

Ela tem sido usada para outros vírus e implica interromper os testes em massa e, em vez disso, controlar grupos menores que servem como amostra do que está acontecendo no resto da sociedade.

Isso pode ser feito com uma ou mais instituições médicas que coletam rotineira e sistematicamente informações epidemiológicas e amostras laboratoriais de pacientes – mas não deve ser um processo muito extenso, pois pode reduzir a qualidade da informação, afirma o escritório regional europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS). Com a gripe sazonal, por exemplo, “quantidades limitadas de dados de alta qualidade de ‘locais sentinela’ representativos são suficientes para entender a epidemiologia e a circulação”, afirma a OMS.

As localizações devem ser distribuídas no território de forma que produzam uma amostra confiável do que acontece na população em geral.

Além disso, é necessário usar definições padrão que possam ser comparadas ao longo do tempo, tanto dentro de um país quanto com outros países. A informação deve ser comunicada uma vez por semana às autoridades nacionais, de acordo com o escritório europeu da OMS.

A partir daí, podem ser estimadas as taxas de incidência de pessoas infectadas — sintomáticas e assintomáticas —, internações, pacientes em terapia intensiva e óbitos pela doença. Se esse método for usado com a covid, acredita-se que pode ajudar a evitar a superlotação de hospitais com casos leves, disse a Sociedade Espanhola de Medicina de Família e Comunidade.

Essa posição, no entanto, não é compartilhada por todos os sindicatos médicos da Espanha. E nem mesmo em todos os países.

A transição da pandemia para a endemia

Outros países também estão pensando em como será o fim da pandemia. No Reino Unido, o ministro da Educação, Nadhim Zahawi, que até setembro estava à frente do programa de vacinação contra a covid-19, disse que seu país deve liderar a saída.

“Espero que sejamos uma das primeiras grandes economias que mostre ao mundo como fazer a transição de uma pandemia para uma endemia”, disse ele ao canal Sky News. O país também tem a seguinte taxa de vacinação contra covid-19: 70% com esquema completo e 53% com dose de reforço.

Além disso, o risco de hospitalização para a variante ômicron é cerca de um terço do risco da delta, de acordo com uma análise publicada pela Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido. E a Ômicron está substituindo a Delta pelo mundo como a variante predominante.

Outro estudo preliminar realizado nos EUA por pesquisadores da Universidade da Califórnia, Berkeley, da organização Kaiser Permanente e dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) mostrou que as pessoas infectadas com Ômicron tinham metade da probabilidade de serem hospitalizadas em comparação com a Delta, 75% menos probabilidade de entrar em uma UTI e 90% menos probabilidade de morrer As internações hospitalares, por sua vez, foram reduzidas de cinco para 1,5 dia com a Ômicron.

“O Reino Unido é provavelmente o mais próximo de qualquer país de estar fora da pandemia, se é que já não está fora, em endemia já”, disse David Heymann, professor de epidemiologia de doenças infecciosas da London School of Medicine em um bate-papo virtual aberto com a organização sem fins lucrativos Chatham House. Numa endemia, a doença geralmente está presente, mas não há mais um aumento incomum no número de casos. A gripe, por exemplo, é endêmica.

“Em breve estaremos em uma situação em que o vírus estará circulando, cuidaremos das pessoas em risco, mas aceitaremos que qualquer outra pessoa o pegue”, diz a virologista Elisabetta Groppelli, da Universidade de St. George de Londres.

Especialistas acreditam que é hora de abordar pandemia de maneira diferente

“Se uma nova variante ou uma variante anterior aparecer, para a maioria de nós, como qualquer outro coronavírus de resfriado comum, teremos espirros e um pouco de dor de cabeça e ficaremos bem”, disse Julian Hiscox, chefe de infecções e saúde global da Universidade de Liverpool e integrante do Grupo Consultivo de Ameaças de Vírus Respiratórios Novos e Emergentes do governo do Reino Unido.

Nos Estados Unidos, um grupo de seis especialistas que assessoraram o presidente Joe Biden publicou uma série de artigos nos quais defendiam que é hora de abordar a pandemia de uma maneira diferente. “Nem a vacinação contra covid-19 nem a infecção parecem conferir imunidade ao longo da vida”, escreveu Ezekiel Emanuel, especialista em políticas de saúde da Universidade da Pensilvânia, que coordenou as propostas do grupo.

“As infecções por covid-19 são assintomáticas ou levemente sintomáticas, e o período de incubação do SARS-CoV-2 é curto, o que impede o uso de estratégias específicas, como ‘vacinação em anel’. Mesmo pessoas totalmente vacinadas correm o risco de ter SARS-CoV avançado. Consequentemente, um ‘novo normal com covid’ em janeiro de 2022 não é viver sem covid-19”, disse Emanuel. Ele defende que a covid-19 deve ser tratada como outras doenças respiratórias, como a gripe, já que “as pessoas já conviveram normalmente com as ameaças desses vírus” antes.

Não tão cedo

O principal conselheiro da Casa Branca para doenças infecciosas, Anthony Fauci, acredita que uma nova fase está próxima, mas diz que os EUA ainda não chegaram lá. “Qual é a caixa que todos estamos olhando agora? Essa caixa é controle, ou seja, baixar o nível de infecção que causa doença grave de forma suficiente para que possamos incorporar essa infecção. Acredito que possivelmente estamos nos aproximando disso”, disse Fauci.

Com uma taxa de vacinação completa de apenas 62% da população e 23% com doses de reforço, os EUA enfrentam a onda de Ômicron com número recorde de internações pelo vírus, quase o dobro em relação às registradas no Reino Unido.

“O vírus está a caminho de se tornar endêmico. Não há dúvida sobre isso. Mas ainda estamos no meio dessa pandemia”, disse a líder técnica da Covid-19 da OMS, Maria Van Kerkhove, em uma conferência na semana passada.

“Não podemos acabar com a pandemia e fazer com que o vírus se torne ‘endêmico’ em um país, enquanto o resto do mundo lida com a pandemia. Não é assim que funciona.”

*Com informações de BBC Brasil

Vacinação reacende a esperança na Espanha

A  vacinação  libertou as residências geriátricas do jugo da covid-19 na Espanha. Com mais de 90% das pessoas em residências (idosos na maioria) imunizadas contra o coronavírus, o número de óbitos, desta faixa etária, despencou no país.

Segundo o último relatório do Instituto de Idosos e Serviços Sociais (Imserso), ligado ao Ministério dos Direitos Sociais, entre 29 de março e 4 de abril só foram registrados 45 contágios e dois mortos. É uma queda de 99,7% no número de mortos — e de 98% nas infecções — em relação à última semana de janeiro, quando a terceira onda chegava a seu auge e a vacinação ainda não havia surtido efeito. Desde então, a diminuição da onda e os efeitos da imunização maciça nas residências provocaram o desabamento dos casos e mortes, deixando as casas de repouso quase livres de covid-19: em 12 comunidades autônomas não houve contágios em Abril.

As residências geriátricas eram o local perfeito para um vírus que cresce nos espaços fechados e é mais grave nos idosos. A crise sanitária encontrou esses locais desprotegidos e o coronavírus entrou sem resistências. Pelo menos 19.012 idosos residentes com covid-19 morreram em 2020, primeiro ano da pandemia.

Mas esse número pode ser maior, já que, durante a primeira onda, o acesso a testes diagnósticos foi restrito e muitos idosos com sintomas compatíveis não foram diagnosticados. De fato, o relatório do Imserso reúne mais 10.492 idosos mortos nas residências com um quadro clínico compatível com a covid, mesmo que a doença não tenha sido confirmada. “A primeira onda foi terrível. O vírus encontrou aí um caldo de cultura para intensificar sua transmissão e destroçou as residências”, lembra Daniel López-Acunã, ex-diretor de Emergências da Organização Mundial da Saúde  (OMS).

As residências se blindaram durante boa parte de 2020, mas não conseguiram se livrar do vírus. Somente as vacinas, que começaram a chegar a conta-gotas desde 27 de dezembro e foram priorizadas a trabalhadores e idosos de residências, mudaram a realidade desses locais. Os trabalhadores e os residentes tomaram a vacina da Pfizer, de duas doses (a segunda 21 dias após a primeira). Um mês após a primeira injeção, já estavam protegidos.

O relatório do Imserso constata os efeitos da vacinação. Durante o mês de janeiro, quando as injeções nas residências aceleraram, ainda havia contágios e mortes em alta: quase 11% dos centros tinham casos na terceira semana de janeiro – 8%, na quarta – e foram contabilizados entre 18 e 24 desse mês 718 mortes. Na semana seguinte se chegou ao pico de mortes semanais de 2021, com 771. Mas a partir de fevereiro, entretanto, as novas infecções e as mortes caíram radicalmente. “Nesta curva é preciso levar em consideração como a evolução da terceira onda influenciou [no final de janeiro chegava em seu auge] e a vacinação. Os idosos se vacinaram em janeiro e precisavam de duas semanas para ter proteção suficiente. Na quarta semana, a proteção é completa, mas a partir da segunda já é de 80%”, diz Salvador Peiró, epidemiologista da Fundação para o Fomento da Pesquisa Sanitária e Biomédica da Comunidade Valenciana.

O avanço da vacinação na Espanha trouxe resultados muito positivos na luta contra a covid-19. Imagem: Reprodução Internet

No início de Abril, somente a Andaluzia e a Catalunha reportaram mortos, um em cada comunidade, mas o relatório do Imserso esclarece que os dados andaluzes correspondem a casos notificados, ou seja, que a morte pode ter acontecido em semanas anteriores. De qualquer modo, o matiz não modifica a tendência de queda a cada semana, com algum aumento pontual: na semana anterior, de 22 a 28 de março, 24 residentes faleceram com covid; de 15 a 21, se registraram 17; de 8 a 14, foram 22; entre 1 e 7 de março, 33.

Com os contágios acontece a mesma coisa: as residências registram desde meados de março por volta de 45 contágios por semana, números bem distantes dos mais de 4.000 semanais que chegaram a ser contabilizados em janeiro. “Ficamos contentes em confirmar as esperanças colocadas nas vacinas. Tínhamos certeza que iriam cortar os contágios e foi o que aconteceu. Agora estamos muito mais tranquilos, mas não podemos relaxar. Estamos recuperando as atividades nas residências e as visitas, mas com prudência”, diz Jesús Cubero, do sindicato patronal Aeste.

Após meses confinadas, as residências começaram a abrir, aceitam visitas e os idosos podem sair. Mas as medidas de segurança são mantidas, como as máscaras e também os equipamentos de proteção individual entre os funcionários. Estão mais tranquilos, mas atentos: “Sofremos muito e dá medo de falar que tudo vai bem, mas a verdade é que o efeito da vacina foi excepcional”, diz Cinta Pascual, presidenta do sindicato patronal Ceaps. Em uma das residências foi realizada uma festa na sexta-feira dia 09 de Abril, para comemorar o 25º aniversário do local: “Ousamos colocar alegria no corpo. Com medidas, em quatro refeitórios diferentes, com máscaras e distância, mas fizemos chocolate com churros, bebemos vermute e houve apresentações musicais. Precisamos nos atrever a abrir. É uma terapia que todos nós precisamos”, afirma.

Fonte: El País Brasil

1939, o ano que não terminou para a Espanha

Em 2019 a Espanha celebra  80 anos do fim da guerra civil que assolou o país. Estima-se que aproximadamente um milhão de pessoas tenham morrido durante os intensos  conflitos ocorridos na década de 1930.   Os combates no território espanhol chegaram ao fim no ano de 1939, porém as novidades sobre o encerramento do conflito, infelizmente,  não seriam tão positivas para a população já que o fim da guerra marcou a vitória de um grupo nacionalista que colocou no poder o  violento general  Francisco Franco.

Contexto Histórico

Assim que se encerrou a guerra civil em território espanhol, teve início o maior conflito internacional do século XX, a Segunda Guerra Mundial.  Francisco Franco, que recebeu apoio de Itália e da Alemanha durante a Guerra Civil Espanhola,  tratou de retribuir a ajuda apoiando esses regimes fascistas que integravam um dos grupos durante a guerra.

O Franquismo se manteve vivo e forte na Espanha mesmo com a derrota de outros países fascistas na Segunda Guerra Mundial, caso de Itália e Alemanha. O regime chegou a ser condenado nos tribunais que julgaram as ditaduras após o término do conflito internacional, mas manteve-se de pé através do poderio de Francisco Franco. A partir daí, foram décadas de dominação do regime Franquista na Espanha.

O Franquismo  era baseado na ditadura do líder que dava nome ao regime e tinha como característica uma forte repressão aos opositores do sistema. As bases do regime eram definidas pelo catolicismo e o anticomunismo.  Mas apesar da afinidade com o  capitalismo  e o pólo ideológico liderado pelos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, o que marcou a Guerra Fria, a política econômica e a incompetência governamental do ditador  fizeram com que a Espanha parasse de crescer. O regime era mantido por efeito da força radical e eliminadora de adversários que o governo desfrutava. O governo personalista do Franquismo era apoiado ainda pela Igreja Católica e pelo Exército. Com isso, a ditadura comandava os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

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O quadro “Guernica” de Pablo Picasso retrata os horrores sofridos pela população espanhola durante a Guerra Civil.

Os Estados Unidos com sua política ideológica da Guerra Fria investiram milhões de dólares na Espanha, o que elevou a qualidade de vida da população e ofereceu outra máscara para o regime ditatorial. Em troca, Francisco Franco permitiu que os estadunidenses estabelecessem bases militares no território espanhol.

O  Franquismo só chegou ao fim, como regime político, com a morte do ditador Francisco Franco em 1975, o que abriu espaço para a transição para uma democracia parlamentar. A etapa de transição para a democracia,  esteve marcada pelo chamado pacto del olvido, segundo o qual o processo de redemocratização exigia o esquecimento dos traumas e das injustiças cometidas durante a guerra civil e no período ditatorial, o que faz com que até os dias atuais uma grande parte da sociedade espanhola continue discutindo a questão da impunidade de crimes cometidos pelo terrorismo de Estado.

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Tanto a literatura quanto as artes plásticas e o cinema têm tratado, das mais variadas formas, das memórias silenciadas nesses 80 anos e daquelas que se fizeram ouvir, apesar de todos os riscos e impedimentos. Em 2006, as Cortes Espanholas e o Parlamento Europeu condenaram o Franquismo com a justificava de que há provas suficientes para demonstrar que os direitos humanos foram violados durante o período de governo do ditador. 

Debater para não esquecer

Considerando a importância de se debater esse período tão marcante, que ainda deixa sequelas na sociedade espanhola, professores da Universidade Federal de Minas organizaram  um seminário  que acontecerá no próximo dia 28 de outubro no prédio da Faculdade de Letras. O evento contará com a presença de especialistas no assunto da própria instituição mineira e também de outras renomadas universidades do país.

Confira a programação completa 👇

cartaz espanha completo

Fonte:  Site InfoEscola

 

Setenta anos de Almodóvar

O cineasta espanhol mais conhecido na atualidade, Pedro Almodóvar, completou 70 anos no último dia 24 de setembro. Para celebrar o nascimento desse diretor tão marcante, o Museu de Imagem de Som de São Paulo (MIS) preparou uma programação especial, com todos os filmes do diretor.

O objetivo do evento é dar ao público uma dimensão da rica contribuição do espanhol à indústria cinematográfica e cultural.

mostraA mostra “Almodóvar 70 anos” foi organizada em parceria com a Pandora Filmes – distribuidora conhecida por promover acesso aos clássicos do cinema  mundial. O evento possui sessões que variam entre exibições em películas de 35 mm ou digital. Clique aqui para ter acesso à programação completa.

Biografia

De origem humilde, Pedro Almodóvar não teve condições financeiras para estudar cinema, e de qualquer forma,  isso não seria possível,  em sua juventude, já que no início da década de 1970 as escolas cinematográficas estavam fechadas pela ditadura de Franco na Espanha. Então, nesse período, ele foi vendedor de rua, cantor de uma banda de rock e desenhista de quadrinhos. Quando finalmente arranjou algo fixo, em uma empresa de telefonia, economizou seu salário para comprar uma câmera Super 8, que usou para fazer curtas no final dos anos 1970. Populares, seus filmes foram destaque no movimento cultural La Movida, que surgiu em Madrid nessa época. Seus primeiros trabalhos foram lançados em 16mm, e as dificuldades de financiamento que encontrou o forçaram a abrir sua própria produtora, ao lado do irmão, Agustín Almodóvar.

A  produtora El Deseo, que produziu filmes de cineastas como  Guilhermo Del Toro, deu chance a Pedro para que se ele lançasse de vez no mercado na década de 1980.  Foi com  “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos” (1988) que o produtor alcançou algum status, arrecadando prêmios e indicações importantes. A partir de então, seria figura recorrente em premiações como o Goya, o David di Donatello e em festivais como o de Cannes, evento do qual foi presidente do júri em 1992.

Características marcantes

Almodóvar ficou famoso por quase sempre trazer em seus filmes o tema da diversidade sexual e da exploração sexual da mulher, além de ser amplamente conhecido por usar e abusar das cores fortes. Ele é conhecido também pelo hábito de trabalhar com os mesmos atores diversas vezes.  Entre as figuras que ficaram conhecidas como “atores de Almodóvar” estão:  Carmem Maura, Marisa Paredes, Chus Lampreave, Penélope Cruz e Antônio Bandeiras.  Pedro recusou inúmeras vezes a direção de filmes hollywoodianos, por preferir conduzir os seus próprios projetos, tornando-se assim um dos mais autênticos nomes do cenário do cinema contemporâneo.

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Penélope Cruz e Antônio Bandeira são uns dos “atores de Almodóvar”.

Dor e Glória

No quesito Óscar,  Almodóvar também não tem o que reclamar: já possui duas estatuetas  na bagagem — Melhor Filme Estrangeiro em “Tudo sobre minha mãe” (2000) e roteiro original em “Fale com ela” (2002). E no ano que vem, o diretor terá mais uma vez uma película na disputa pela maior premiação do cinema mundial.  É a sétima vez que a Academia seleciona uma obra de Almodóvar para concorrer ao Oscar. A escolhida da vez é “Dor e Glória”, que representará a Espanha na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. A 92ª edição dos prêmios será realizada em 9 de fevereiro em Los Angeles, Estados Unidos.

“No momento estou viajando para o Festival de Toronto, por isso não posso estar na Academia com todos vocês, mas quero agradecer o apoio e a oportunidade de poder competir, mais uma vez, na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar. É uma grande honra representar nossa indústria. Não será fácil estar entre os cinco indicados, porque há muita competição todos os anos, mas farei, com a [produtora] El Deseo e a Sony Pictures Classics, tudo o que puder para que isso aconteça. Quero compartilhar minha alegria com todos os atores e técnicos que participaram do filme. Obrigado a eles por seu talento e dedicação, e à Academia por nos dar esta oportunidade. Obrigado de coração”, disse o diretor em comunicado ao saber da escolha.

Em Cannes, onde a carreira internacional de “Dor e Glória” começou em maio,  Almodóvar conversou com  o jornal El País sobre esse drama estrelado por Salvador Maíllo, um alter ego do cineasta encarnado por Antonio Banderas, e assim resumiu seu amor pelo cinema: “Embora o personagem de Antonio esteja em uma situação mais crítica que a minha, sofri um medo semelhante por não poder filmar por doença,  fiquei com receio de não poder trabalhar em mais nenhum filme. Tenho uma grande dependência de fazer filmes, é total. Este é, para mim, o tema mais pessoal de “Dor e Glória”. Foi … terapêutico, apesar de eu odiar essa palavra, porque ninguém dirige como terapia” – afirma.

Seus fãs torcem pra que essa dependência continue por muitos e muitos anos e que venham muchissímas otras películas más! Vida longa ao mestre! 🎬

Fontes: El País, Adoro Cinema, Acervo “O Globo”.

 

 

 

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