O futebol nasceu na Inglaterra, mas se naturalizou brasileiro

No apagar das luzes do ano de 2022, nosso Rei nos deixou. Pelé que virou adjetivo de excelência há muitas décadas, estará sempre vivo no coração de todo aquele que ama o futebol como arte e não apenas como um esporte. A maioria de nós, não teve o privilégio de ver a estrela de Pelé brilhar ao vivo nos gramados, mas quem teve essa chance, jamais esqueceu e foi marcado pela aura de sua Majestade. Hoje é fácil falar da realeza de Pelé, afinal ele é o único jogador a ganhar 03 Copas do Mundo, além de ter sido eleito o atleta do século, mas imagina reconhecer sua Graça quando ele tinha apenas 17 anos e nenhum Mundial no currículo? Pois foi exatamente isso, que outro gênio brasileiro, o jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues, fez em março de 1958. Em um texto profético, Nelson descreveu Pelé como um rei, após vê-lo jogar pelo Santos contra o América do Rio. Escolhido como personagem da sua crônica semanal, o escritor antecipou o que todos descobririam no futuro: Pelé não era apenas mais um craque em formação, ele era um mágico com a bola nos pés, um sol a brilhar com toda sua esplendorosa majestade. Alguns, que leram a crônica na época, podem ter achado que Nelson estava emocionado demais, porém, hoje em dia, sabemos que ele estava coberto de razão. Obrigada por tudo Rei! Descanse em Paz Edson, nascido para brilhar assim como o inventor da lâmpada; e vida longa ao legado do Pelé Eterno!

Confira abaixo o texto com a profecia do mestre Rodrigues:

A realeza de Pelé – Nelson Rodrigues

Depois do jogo América x Santos, seria um crime não fazer de Pelé o meu personagem da semana. Grande figura, que o meu confrade [Albert] Laurence chama de “o Domingos da Guia do ataque”. Examino a ficha de Pelé e tomo um susto: — dezessete anos! Há certas idades que são aberrantes, inverossímeis. Uma delas é a de Pelé. Eu, com mais de quarenta, custo a crer que alguém possa ter dezessete anos, jamais. Pois bem: — verdadeiro garoto, o meu personagem anda em campo com uma dessas autoridades irresistíveis e fatais. Dir-se-ia um rei, não sei se Lear, se imperador Jones, se etíope. Racialmente perfeito, do seu peito parecem pender mantos invisíveis. Em suma: — ponham-no em qualquer rancho e a sua majestade dinástica há de ofuscar toda a corte em derredor.

O escritor Nelson Rodrigues, apaixonado por futebol, foi pioneiro em reconhecer a majestade de Pelé – Foto – Google Imagens

O que nós chamamos de realeza é, acima de tudo, um estado de alma. E Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável: — a de se sentir rei, da cabeça aos pés. Quando ele apanha a bola e dribla um adversário, é como quem enxota, quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento. E o meu personagem tem uma tal sensação de superioridade que não faz cerimônias. Já lhe perguntaram: — “Quem é o maior meia do mundo?” Ele respondeu, com a ênfase das certezas eternas: — “Eu.” Insistiram: — ”Qual é o maior ponta do mundo?” E Pelé: — “Eu.” Em outro qualquer, esse desplante faria rir ou sorrir. Mas o fabuloso craque põe no que diz uma tal carga de convicção que ninguém reage, e todos passam a admitir que ele seja, realmente, o maior de todas as posições. Nas pontas, nas meias e no centro, há de ser o mesmo, isto é, o incomparável Pelé.

Vejam o que ele fez, outro dia, no já referido América x Santos. Enfiou, e quase sempre pelo esforço pessoal, quatro gols em Pompeia. Sozinho, liquidou a partida, liquidou o América, monopolizou o placar. Ao meu lado, um americano doente estrebuchava: — “Vá jogar bem assim no diabo que o carregue!” De certa feita, foi até desmoralizante. Ainda no primeiro tempo, ele recebe o couro no meio do campo. Outro qualquer teria despachado. Pelé, não. Olha para a frente, e o caminho até o gol está entupido de adversários. Mas o homem resolve fazer tudo sozinho. Dribla o primeiro e o segundo. Vem-lhe, ao encalço ferozmente, o terceiro, que Pelé corta sensacionalmente. Numa palavra: — sem passar a ninguém e sem ajuda de ninguém, ele promoveu a destruição minuciosa e sádica da defesa rubra. Até que chegou um momento em que não havia mais ninguém para driblar. Não existia uma defesa. Ou por outra: — a defesa estava indefesa. E, então, livre na área inimiga, Pelé achou que era demais driblar Pompeia e encaçapou de maneira genial e inapelável.

Ora, para fazer um gol assim não basta apenas o simples e puro futebol. É preciso algo mais, ou seja, essa plenitude de confiança, de certeza, de otimismo que faz de Pelé o craque imbatível. Quero crer que a sua maior virtude é, justamente, a imodéstia absoluta. Põe-se por cima de tudo e de todos. E acaba intimidando a própria bola, que vem aos seus pés com uma lambida docilidade de cadelinha. Hoje, até uma cambaxirra sabe que Pelé é imprescindível na formação de qualquer escrete. Na Suécia, ele não tremerá de ninguém. Há de olhar os húngaros, os ingleses, os russos de alto a baixo. Não se inferiorizará diante de ninguém. E é dessa atitude viril e, mesmo, insolente, que precisamos. Sim, amigos: — aposto minha cabeça como Pelé vai achar todos os nossos adversários uns pernas de pau. Por que perdemos, na Suíça, para a Hungria? Examinem a fotografia de um e outro time entrando em campo.

Enquanto os húngaros erguem o rosto, olham duro, empinam o peito, nós baixamos a cabeça e quase babamos de humildade. Esse flagrante, por si só, antecipa e elucida a derrota. Com Pelé no time, e outros como ele, ninguém irá para a Suécia com a alma dos vira-latas. Os outros é que tremerão diante de nós.

Manchete Esportiva, 8 de março de 1958.

Fontes: folhavitoria.com.br, Canal: Leonardo Guerreiro – Youtube e Getty Images

Maior “gol” da carreira

Lionel Messi, maior jogador argentino da atualidade, é conhecido por sua incrível habilidade dentro de campo. Alguns comentaristas e narradores o chamam às vezes de “alienígena” devido ao fato de seu talento parecer vir de outro mundo. A habilidade técnica do camisa 10 do Barcelona não é novidade pra ninguém, mas uma notícia sobre o craque despertou a admiração de milhares de pessoas pelo mundo.

O jogador é dono da Fundación Leo Messi, “uma organização sem fins lucrativos dedicada ao desenvolvimento de ações de solidariedade e compromisso social, tanto na República Argentina como no mundo.”

A fundação surgiu no ano de 2007, quando Messi e sua família colocaram em prática o objetivo de proporcionar mais oportunidades de crescimento para crianças sem condições financeiras ao redor do mundo.

Uma declaração de Messi no ano de 2010 diz sobre o que motivou o jogador a criar sua própria instituição:

“Um dia, depois de uma visita a um hospital, entendi a dimensão especial de uma figura pública. Eu entendi que para aquelas crianças doentes a presença de um jogador de futebol conhecido pode ser muito útil. Você está lá e recebe o seu sorriso e para eles é uma alegria especial, porque eles têm mais vontade de continuar lutando, porque eles realmente acreditam que vão superar a doença e que vão perseguir seus sonhos.Eu alcancei meu sonho de me tornar um jogador de futebol e quero que saibam que eu lutei muito para chegar lá e tenho que lutar ainda mais para me manter. Quero aproveitar esse esforço e sucesso para ajudar as crianças que mais necessitam, porque eu fui escolhido, porque fico emocionado todos os dias que consigo fazer uma criança sorrir, quando acredita que há esperança, quando a vejo feliz. Por isso decidimos criar a Fundação Leo Messi. E continuarei a lutar para fazer as crianças felizes com a mesma força e dedicação que preciso para continuar sendo um futebolista.”

A instituição de Messi realiza ações de esporte, educação  e saúde, e ao longo dos anos está ajudando muitas crianças a terem mais qualidade de vida. No entanto, um dos novos projetos está chamando a atenção do mundo inteiro. Através da Fundação Leo Messi, e em parceria com outras empresas, como a Fundação Barça, o jogador será um dos responsáveis pela construção do maior centro de câncer infantil na Europa, que receberá o nome SJD Pediatric Cancer Center de Barcelona.

Foram arrecadados 30 milhões de euros por Messi para a construção do centro que atenderá a milhares de crianças que todos os dias enfrentam uma grande batalha para vencer o câncer e criar um futuro melhor para si mesmas.

Confira mais sobre esse belíssimo trabalho no vídeo abaixo:

É possível perceber que os participantes do vídeo fazem uma torre que simboliza o Centro Pediátrico de Barcelona, e a criança que está no topo fazendo um sinal com os dedos indicador e médio em sua bochecha, está representando um gesto com o qual Messi comemorou vários gols. O símbolo representará a luta contra o câncer infantil.

Que atitude mais linda do jogador e de todos os colaboradores, realmente pra aplaudir de pé! 👏

Fonte: Site “O Segredo”.

Para usar en la cancha

A Copa do Mundo da Rússia está chegando ao final, e já contamos os dias para o próximo Mundial no Catar. Pra você já ir se preparando para a festa, aprenda as principais expressões futebolísticas em espanhol. 😉

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*Observações:  Também se usa “cancha” para se referir ao campo, “hinchada” para torcida e “hinchas” para torcedores. 

Fonte –  Instagram: @espanholentrelineas

Alegria partiu, foi embora…

Com a eliminação do Brasil, nessa sexta-feira,  diante da Bélgica pelas quartas de final, a Copa ficou sem nenhum representante latino. Que me desculpem os europeus, inventores do futebol, mas o Mundial da Rússia perdeu muito ao virar uma EuroCopa. Talvez o momento deles seja melhor mesmo: são mais altos, são mais fortes, tem mais dinheiro,  são mais organizados, mas não tem nossa alegria. Se no século 19, lá na terra da Rainha, foi criado o esporte que tempos depois se tornaria  umas das maiores atrações do planeta, foi por aqui pela América, em especial pela do Sul, que o futebol foi criando áureas de paixão e ganhando cores de alegria. Ninguém se envolve como a gente: Festejamos e sofremos com a alma e coração. 

Por aqui o futebol está longe de ser só mais um esporte, está mais para religião.  Nós transformamos o jogo criado pelos ingleses em algo muito maior. O que era pra ser apenas  mais uma modalidade cheia de regras, às vezes complicadas, com jogadas violentas, se tornou um verdadeiro espetáculo, graças aos nossos dribles, à nossa gingada, paixão e habilidades natos.

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Pela América Latina o futebol é quase uma religião – Imagem Reprodução Internet

O Mundial da Rússia continua, mas seria muito melhor se ainda houvesse uma seleção de sangue latino no páreo. A emoção colombiana, a garra uruguaia, a farra mexicana,  a paixão argentina, a irreverência brasileira com certeza fazem falta.

Esperamos que no Catar tenhamos mais sorte! 😉

De Cavani para Cavani

Você já escreveu uma carta pra si mesmo? Muita gente faz isso, especialmente para ler anos depois.  Eu ainda não fiz essa experiência, mas imagino que deve ser bem interessante, porque com o passar do tempo as mudanças são inevitáveis e imagino que a pessoa deve ter sensações que variam de nostalgia,  frustração, alegria, ou vários desses sentimentos  misturados. O craque Cavani do Uruguai teve essa experiência, mas ao contrário:  Com 31 anos escreveu uma carta para ele mesmo aos 09.  O  texto, publicado no The Players´Tribune, é emocionante, confiram abaixo:

“Caro Edinson de 9 anos,

Eu escrevo isso para o garoto que no bairro todo mundo chama de ‘Pelado’.

Quando você era bebê, não tinha muito cabelo. Cresceu pouco a pouco. Uma merda! Não havia nada que você pudesse fazer a respeito. Então, graças à criatividade de sua família, você sempre foi o ‘Pelado’.

Bem, fico feliz em dizer que nos próximos 20 anos o futebol vai mudar sua vida de muitas maneiras. Algumas muito boas, outras nem tanto. O futebol vai ajudar você a se livrar daquele apelido. Existe um cara chamado Gabriel Batistuta. Você ainda não sabe, porque o único programa que você tem a paciência de assistir na TV é Tom & Jerry. Seu irmão mais velho, Nando, será o primeiro a ser inspirado por Batistuta. Ele vai começar a se recusar a ir ao cabeleireiro. E usar o condicionador da sua mãe. E pouco a pouco, ele começará a se parecer com o magnífico Batigol. Quando ele está correndo em um campo de futebol, com seu cabelo comprido puxado para trás e segurado por um elástico, será a coisa mais cool que você já viu.

Chegará a hora em que você dirá à sua mãe: “Sem mais cortes de cabelo”.

Você vive a sua vida lá fora, com uma bola nos pés. Do jeito sul-americano. Você não sabe fazer diferente. E também, o que há para fazer dentro? Nada divertido, nada interessante. Não há PlayStation. Não há TV grande. Você não tem nem chuveiro quente. Não há aquecimento também. No inverno, seu sistema de aquecimento é feito por quatro cobertores. Quando você precisa tomar um banho, você tem uma garrafa térmica com água que você aquece na cozinha com querosene. É muito importante entender como combinar água fria e quente. De pé na banheira, você aprende a ser um alquimista.

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Cavani criança – Imagem Reprodução Internet

E, no entanto, isso será um luxo para você. Ou você não se lembra da sua primeira casa? Aquela que não tinha banheiro. Aquela casa onde toda vez que você tinha que se aliviar, você não tinha escolha senão sair e ir para a pequena cabana!

Você pode me deixar te contar um segredo? Quando me lembro dessa imagem agora, não me sinto mal. Por alguma razão, isso me enche de energia. Isso me dá coragem. É uma linda lembrança.

Não se preocupe com o que você tem na casa. Você tem que continuar vivendo sua vida ao sol, Pelado.

Além disso, qual é a razão para ter cartazes de futebol presos na parede? A cada dois ou três anos, quando você muda de emprego ou sua família não pode pagar o aluguel, você tem que se mudar para outro lugar. Mas você sabe o que é melhor? Que em cada casa nova, não importa onde esteja localizada, você sempre tem um pequeno campo do lado de fora. E também há uma bola. Não há locatário no mundo que possa tirar isso de você.

O que mais importa em sua vida neste momento, se bem me lembro, é o Gol do Sorvete.

O Gol do Sorvete é algo mágico. Eu preciso falar com alguém do PSG sobre o Gol do Sorvete. É genial. É pura motivação. A ideia era para os organizadores do campeonato juvenil de Salto. Como você motiva um bando de guris de 6 anos?

Colocando a regra de que o garoto que faz o último gol do jogo toma um sorvete.

O resultado poderia ser 8-1, mas isso não importa. É uma corrida contra o tempo. Marque o último gol do jogo. E a sensação ao ouvir o técnico que tocou o apito para marcar o final, quando você fez o Gol do Sorvete… incrível! Uma imensa alegria. Será chocolate? Você vai pegar um desses do Mickey Mouse? Seja o que for, ao longo desse dia, você é o rei.

Claro que você não é um garoto da capital, Pelado. Os meninos de Montevidéu vivem em um mundo diferente. Um mundo que você nem conhece. Um mundo de chuteiras Adidas, viagens de carro e grama verde. Em Salto, tudo é diferente. Por alguma razão, todo mundo quer jogar descalço. Algumas crianças começam os jogos com chuteiras, mas depois, no intervalo, todas as chuteiras estão empilhadas de um lado e todo mundo corre descalço. Se eu fechar meus olhos agora, ainda posso sentir a lama nas solas dos meus pés. Ainda sinto meu coração batendo, correndo atrás da bola, sonhando com sorvete.

Você carregará esses sentimentos com você por toda a sua vida, porque você é sul-americano. Você é do Uruguai. Você é de Salto. Você vive o futebol de uma maneira diferente.

A bênção e a maldição para os uruguaios é que nunca podemos relaxar. É a história do nosso futebol, é a história do nosso país. Quando colocamos o azul da celeste, sentimos o orgulho da nossa história. Temos de seguir adiante. E você vai.

Quais são seus sonhos, Pelado? Eu nem me lembro deles exatamente. O tempo os transformou em memórias difusas.

O seu sonho é jogar em Montevidéu, como Nando? Você vai conseguir, e quando fizer isso, vai sentir que está jogando na Liga dos Campeões.

O seu sonho é jogar na Europa? Você vai fazer isso e ganhará dinheiro suficiente para mudar a vida de sua família.

O seu sonho é jogar pelo Uruguai? Você fará isso e terá experiências que o farão chorar de alegria e também de tristeza.

O seu sonho é jogar uma Copa do Mundo? (Eu não vou estragar a surpresa, vou dizer que 2010 será El Loco).

Seu sonho é ter muito dinheiro, dirigir bons carros e dormir em hotéis elegantes? Bem, Pelado, você terá todas essas coisas. Mas eu tenho que te dizer uma coisa. Elas não necessariamente farão você feliz.

O que você tem agora, com 9 anos de idade, é algo de que eu sinto muita falta agora. Você não tem um banho quente. Você não tem um dólar no seu bolso. Você nem tem um bom cabelo. Mas você tem outra coisa. Algo que não tem preço. Você tem sua liberdade.

Quando criança, você vive sua vida com uma intensidade e uma paixão que são impossíveis quando adulto. Tentamos nos apegar a esse sentimento quando crescemos, mas ele começa a desaparecer. Ele escorrega pelas nossas mãos. Existem muitas responsabilidades. Muita pressão. Muita vida a ser vivida interiormente.

Você sabe como é a vida agora, aos 31 anos de idade? 

Você vai de um hotel para um ônibus e de lá para um campo de treinamento. Depois do campo de treinamento para um ônibus e um avião. Do avião você vai para outro ônibus. Do ônibus você vai para um estádio.

Em muitos aspectos, você está vivendo um sonho. Mas em muitos outros, você também é prisioneiro desse sonho. Você não pode sair e sentir o sol. Você não pode tirar as chuteiras e jogar descalço. As coisas vão acontecer de modo a tornar sua vida muito complicada. É inevitável.

Quando você é criança, você tem a sensação de que a pessoa mais bem-sucedida é aquela que tem mais coisas. Quando você cresce, percebe que a pessoa mais bem-sucedida é aquela que tem a sabedoria de viver a vida.

Quando você conseguir isso no futebol profissional, você terá tudo com que pode sonhar. E para isso você terá que ser extremamente grato. Mas tenho que ser honesto com você, Pelado. Existe apenas um lugar onde você pode ter essa liberdade total. E dura 90 minutos, se você tiver sorte.

Quando você coloca suas chuteiras, não importa se você está jogando na terra em Salto, na grama verde de Nápoles ou na frente de milhões de pessoas em uma Copa do Mundo…Eu quero lembrá-lo das palavras do seu pai.

O que ele sempre te diz, toda vez que você vai jogar?

Eu sei que você sabe disso.

Ele diz: “No momento em que você cruza a linha de cal e entra no campo, é apenas futebol. Nada que acontece fora dessa linha irá ajudá-lo com o que se passa dentro de você. Nada mais existe”.

Se você ouvir essas palavras e realmente acreditar no espírito delas, então, mesmo que a pressão seja imensa, mesmo que você esteja jogando em frente de milhões de pessoas… você sairá do campo e sentirá que está jogando descalço.

Você vai sentir a lama presa nas solas dos seus pés.

Você vai sentir o seu coração batendo e vai correr atrás da bola, como se fosse o maior troféu do mundo. Como se você tivesse jogando pelo sorvete…

Sinceramente,

Edi.

 

 

Rainha dos vices quer dar a volta por cima

Nossos hermanos argentinos são conhecidos pela habilidade em campo e pela irreverência de seus torcedores nas arquibancadas. Apesar de sempre figurar como uma das favoritas em todos os torneios que disputa,  a seleção vem frustando seus aficionados já há bastante tempo. O jejum da albiceleste já dura 23 anos. Neste período, foram 07 vice-campeonatos.  Messi, o maior astro do time, já acumula 04 segundos lugares, 03 na Copa América: ( 2007, 2015 e 2016) e um na Copa do Mundo em 2014, quando perderam a final para a Alemanha na prorrogação.

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Torcedores argentinos são conhecidos pela irreverência – Imagem –  Reprodução Internet

O peso da falta de títulos é tão grande, que Messi chegou a declarar, após a perda do título da Copa América Centenário para o Chile em 2016, que não jogaria mais representando seu país: “É incrível, mas não dá. Não passamos outra vez nos pênaltis! É a terceira final seguida. Nós buscamos, tentamos. É difícil, o momento é duro para qualquer análise. No vestiário pensei que acabou. Que a seleção não é pra mim. É o que sinto agora, é uma tristeza grande que volto a sentir – disse à época em entrevista ao canal “TyC Sports”.

A atitude do camisa 10 causou comoção na Argentina e houve uma mobilização geral pela volta do jogador. O prefeito de Buenos Aires inaugurou uma  estátua e fez pedido para que o atleta revisse sua decisão e até o presidente Maurício Macri chegou a ligar para o jogador. Maradona também aderiu à campanha, e houve um ato nas ruas de Buenos Aires reunindo cerca de 500 pessoas para demostrar apoio ao jogador do Barcelona.

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Anúncio de saída de Messi da seleção causou mobilização na Argentina –  Imagem – Reprodução Internet

Os apelos deram certo e para alegria dos fãs argentinos, o camisa 10 voltou atrás da sua decisão 01 mês e meio depois de fazer o anúncio. “Não quero causar nenhum dano,  muito pelo contrário, sempre pretendi ajudar no que eu puder”. É necessário arrumar muitas coisas no futebol argentino, mas prefiro fazer isso de dentro e não criticando de fora” – disse em comunicado à imprensa.

O craque refletiu também sobre a influência que exerce sobre os jovens: “Não quero passar a mensagem que devemos desistir de nossos sonhos”.

Ainda que tenham chegado de forma discreta à Rússia, negando qualquer protagonismo,  após uma campanha sofrida nas Eliminatórias, é evidente que o desejo de Messi e de seus companheiros é deixar a fama de amarelões para trás e ao fim fazer história e levantar uma taça pela sua seleção. Apesar da falta de sorte anterior, eu não deixo a Argentina de fora da lista dos favoritos, afinal, não se encontra um Messi em qualquer time por aí e com sede de vitória então,  quem arriscaria duvidar que tudo é possível? 😉

 

Arriba Peru

Com certeza uma das torcidas mais empolgadas desse Mundial da Rússia será a peruana, e não é pra menos: Nossos vizinhos andinos estavam há 36 anos sem participar do torneio, e sobre o comando do argentino Ricardo Gareca,  conseguiram a tão sonhada vaga, ao bater a Nova Zelândia na repescagem. A empolgação se tornou ainda maior com a liberação do craque Paolo Guerrero, que estava suspenso da competição por ter sido pego no antidoping, mas acabou sendo liberado exclusivamente para disputar a Copa.

O bom momento da equipe reflete também um sentimento de otimismo em relação ao país de forma geral, já que o governo conseguiu reduzir drasticamente a pobreza local nos últimos 10 anos.

O vídeo motivacional, elaborado para empolgar os torcedores, reflete bem esse clima de otimismo e esperança que vive o país vive. Confira no link  abaixo e sinta  la buena onda dos peruanos 😀

Uruguai e sua estranha neurose futebolística

Já entrando no clima da Copa da Rússia que começa nesta  quinta – feira, o post de hoje vai falar sobre a relação dos torcedores uruguaios com o maior evento do futebol mundial. Se por aqui no Brasil, estamos meio desanimados com o time canarinho, após o traumatizante 7 a 1 contra a Alemanha, no nosso vizinho Uruguai a situação é bem diferente. A empolgação com a equipe celeste é sempre forte, ainda mais neste ano, após uma ótima campanha nas Eliminatórias.  Outro dia li um artigo do psicólogo, jornalista e escritor uruguaio Agustín Acevedo Kanopa no New York Times em espanhol, e achei muito interessante a análise que ele fez sobre como o torneio afeta os ânimos de toda a população de quatro em quatro anos e sobre o conflito psicológico que a população e também os atletas travam em relação à sua amada seleção.  Resolvi fazer a tradução e compartilhar com vocês, confiram no texto abaixo 😉

Uruguay e su extraña neurosis futebolística

O Uruguai está às vesperas de jogar seu terceiro mundial consecutivo e nós psicólogos estamos preocupados. É uma conversa que temos a cada quatro anos: quando a seleção começa a ir bem, os pacientes se sentem melhor, conectam cabos soltos de seu desejo, são alcançados por pequenas epifanias ou adquirem a coragem para tomar uma decisão a um longo tempo adiada.

Mas, sobretudo, se sentem melhor: melhor com seu país, melhor com seu par, com seu chefe, consigo mesmos. À sombra dessa nova felicidade, nós psicólogos começamos a parecer desnecessários.

Duas empresas de eletrodomésticos de Montevidéu enfrentam uma situação similar. Campanhas publicitárias de ambas anunciam que em cada compra de uma televisão de plasma, se a seleção chega à semifinal, será reintegrado ao cliente a metade do dinheiro. Mas a expectativa é tanta que uma delas (Barraca Europa) estendeu a promoção para todos os produtos que tem a venda, enquanto a outra (Multi Ahorro Hogar) dobrou a aposta e promete cem porcento de reembolso se o Uruguai sai campeão. As vendas não param de crescer.

Pouca, pouquíssima gente acredita que podemos sair campeões. No entanto, quando se trata da seleção, a pessoa aposta por ela como quem joga na Mega Sena: não movido pela certeza ou pela esperança de que vai ganhar, mas pelo medo de descobrir que saíram os números que ela se esqueceu de jogar nessa semana.

Ainda se deixamos de lado a loteria do campeonato, algo mudou nesta última edição. Pela primeira vez, há adolescentes que praticamente não se lembram de ter tentado preencher um álbum Panini sem figuras da Celeste. Com sangue, suor e lágrimas, mas classificados ao fim.

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Imagem: Reprodução Internet

Para os nascidos nos anos 80, a história — ainda a atual — joga com a lembrança traumática dos anos 90, o canibalismo institucional da Associação Uruguaia de Futebol daqueles anos, com problemas contrastantes, dispensas de técnicos, insubordinação de jogadores e campanhas falhas. O gosto amargo de ver um Mundial tendo que torcer por outras equipes.

Há coisas mais estranhas.  Nos descobrimos, pela primeira vez em muitíssimo tempo, classificados com folga, sem termos que sentar naquele incômodo lugar chamado repescagem. Uruguai: praticamente classificado na penúltima data, segundo na tabela de posições durante quase todas as eliminatórias, quase invicto em seu próprio Estádio Centenário, salvo o penoso 4 a 1 contra o Brasil.

É difícil separar as neuroses individuais de uma uruguaice mais ampla  e colectiva, mas uma vez e outra, falando entre a gente —  os torcedores —  acostumava escapar algo: Durante as Eliminatórias estivemos esperando uma catástrofe que nunca chegou.

O começo das Eliminatórias não podia ser melhor: um histórico 2 a 0 frente a Bolívia na altura de La Paz, acompanhado de uma sucessão de surpreendentes goleadas no Centenário. Tudo isso sem Suárez (que cumpria sua longuíssima suspensão após a mordida em Giorgio Chiellini no Mundial passado. O Campeonato seguiu rodada a rodada, o Uruguai se alternava entre o primeiro e segundo lugar. Havia algo suspeito ali. Houve certos momentos de incerteza, como quando a Celeste perdeu três partidas em sequência, mas foi tão grande a colheita na primeira fase, que as reservas davam para três invernos nucleares.

De isso se trata, em definitivo, a neurose: um estranho culto individual que leva a estar o tempo todo encontrando sinais de uma possível desgraça. Porque, em que momento se gesta o gol contrário? O certo é que estas desgraças estão prescritas em jogadas muito mais insignificantes: uma bola mal passada, uma falta erroneamente cobrada na metade do gramado, uma série de segundas bolas perdidas. Inevitavelmente ficamos traçando no ar uma fórmula sinistra.

Agora o que acontece quando esse mesmo medo forma parte do sentir e do estilo de jogo de um país inteiro? Talvez seja uma benção e uma maldição nascida do Maracanaço: O Uruguai se sente mais cômodo sendo aquele país de quem não se espera nada, um boxeador que se encontra preso entre as cordas e os punhos do adversário. Se esta situação não chega, a Seleção dá um jeito de colocar-se em apertos e buscar como um estranho sistema de auto-regulação, a impossibilidade de vencer (e assim se levantar).

Prova de sobra foi o que aconteceu na última Copa: em um grupo dificílimo, formado por Costa Rica, Inglaterra e Itália, o Uruguai estreia com uma derrota de 3 a 1 com a Costa Rica, aparentemente —  o rival mais simples, para logo depois se ver obrigado a ganhar de 2 a 1 da Inglaterra e depois vencer a Itália por 2 a 0.

As confusões em que se mete a seleção são o mesmo combustível que a mantêm funcionando. Uma espécie de vício épico, citado e reinventado a cada passo, ainda quando não parece haver obstáculos à vista.

Por isso, a Celeste sempre leva sua autodestruição atada ao pé, fazendo de seus malabarismos um autêntico estilo. Em tempos regidos pelo paradigma do estilo de jogo espanhol, no qual a posse de  bola é tudo, a Celeste foi uma das pouquíssimas equipes medianamente exitosas que seguiu necessitando desprender-se da pelota,  deixando a outra equipe marcar o ritmo do jogo.

Na arena do trágico, o Uruguai sempre soube rebelar-se frente  a seu destino, mas nunca soube — nunca quis —  escrever-lo. A lista de rivais na primeira fase do Mundial, pela primeira vez, em muito tempo, parece acessível: uma Rússia organizada, mas bastante dizimada em seus partidos de preparação: uma Arábia Saudita volátil, um Egito que volta, depois de muitíssimos anos, liderado por Mohamed Salah.

Há uma frase poderosa no filme “Do crepúsculo ao amanhecer: Eres tão perdedor que nem sequer se das conta quando já tens ganhado”. 

O Uruguai, essa ilha melancólica e ateia em um mar de países cristãos, um dos poucos países com uma maior quantidade de psicólogos por cabeça, mas por outro lado historicamente associado aos primeiros postos de suicídios da região, protagonista de proezas futebolísticas como poucos, enfrenta a possibilidade de poder ganhar sem seu vício épico. De ganhar de forma natural, sem apertar os dentes, ou televisores como prêmio. Será questão de ver o quão prisioneiros somos de nossos próprios mitos,  e de como aprender a traçar nosso destino sem os pés dos outros.

 

 

 

 

 

 

 

 

O Euro de Manu

    Que nossos hermanos argentinos são apaixonados e jogam futebol como poucos a gente sabe muito bem, afinal, são nossos maiores rivais, mas o que nem todo mundo sabe é que a Argentina tem grande destaque também em outro importante esporte coletivo: O basquete. A seleção deles já conquistou vários títulos importantes e sempre incomoda bastante os adversários.

    Uma demostração de como o basquete argentino é forte aconteceu nos Estados Unidos. O Canal Oficial de TV da NBA promoveu, desde o final do ano passado, um curioso concurso: Selecionaram 16 grandes jogadas executadas por algum atleta da liga ( o lance poderia ser patenteado pelo jogador ou ser sua marca distintiva)  e elaborou um torneio de eliminação direta, no qual os fãs deveriam votar, a través de Twitter, escolhendo qual jogada avançava em cada etapa. No final a vencedora seria eleita a melhor de todos os tempos da Liga.

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Craque argentino vence prêmio da TV da NBA – Imagem Reprodução Internet

    Sem dúvida só de ter o nome  entre os selecionados já era um  privilégio.  Imagina então alcançar o primeiro lugar? Pois,  foi exatamente esse feito que o jogador argentino ManuGinobili do San Antonio Spurs conseguiu com o lance criado por ele o Eurostep. O argentino deixou pra trás outras jogadas históricas como o Fade away de Michael Jordan, o crossover de Allen Iverson, a flotadora de Tony Parker o gancho de Kareem Abdul-Jabbaentre outras jogadas marcantes.  Pra se ter uma ideia de como a lista era exclusiva – entre os candidatos  não havia nenhum lance do grande astro Kobe Bryant.

Veja como é o EuroStep,  jogada que conquistou os fãs da Liga Americana,  no link abaixo:

Fonte: Jornal Clarín – Argentina

Gracias Medellín

A terça-feira dia 29 de novembro de 2016 jamais será esquecida. A data marca o dia mais triste do esporte brasileiro. Com a queda do avião do time da Chapecoense um sentimento de tristeza muito grande tomou conta de nosso país. Afinal como aceitar essa  dura realidade da total imprevisibilidade da vida? O vazio que nos invade ao ver tantos sonhos interrompidos é enorme. Mas em meio a tanto desalento, gestos de solidariedade espalhados pelo mundo, nos fizeram ter ainda um pouco de esperança. O verde da Chapecoense que simboliza justamente esse sentimento de esperança é também o verde do Atlético Nacional de Medellín, adversário da equipe brasileira na final Copa Sul-Americana.

Não houve partida. Não houve disputa.  Não houve alegria. Não houve comemoração. O que se viu em Medellín, na noite de quarta, foi uma das mais bonitas manifestações de solidariedade e humanidade da história do esporte mundial:  Milhares de pessoas, a maioria vestidas de branco e portando uma vela acesa,  compareceram ao estádio Atanasio Girardot para homenagear as vítimas da tragédia.

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Foto Raul Arboleda – AFP 

No horário em que começaria o jogo, às 21:45 (horário de Brasília) o estádio já estava com sua capacidade máxima preenchida.  Outras milhares de pessoas, ficaram do lado de fora  e acompanharam a cerimônia por telões.

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População de Medellín promove emocionante à equipe da Chapecoense – Foto – Luís Acosta – AFP 

Nas arquibancadas, os colombianos ergueram buquês de flores e diversas faixas e cartazes em homenagem às vítimas da tragédia, suas famílias e à cidade de Chapecó. Pôde-se ver também algumas fotos dos jogadores da Chape e bandeirinhas com o escudo do clube catarinense. Um momento de emoção muito forte!

Um das faixas resumiu o sentimento dos colombianos em Medellín: “o futebol não tem fronteiras. Força torcedores, famílias e povo de Chapecó”.

Organizada pelo Atlético Nacional e pela Prefeitura de Medellín, a cerimônia de homenagem à equipe brasileira começou com 71 pombas brancas sendo soltas no céu da cidade, lembrando o número total de vítimas fatais do acidente.  Depois, um minuto de silêncio foi respeitado em memória dos mortos.

O minuto de silêncio aconteceu exatamente às 21h45, horário em que aconteceria a partida do Atlético Nacional contra a Chapecoense no jogo de ida da decisão da Copa Sul-Americana. Momentos depois, todo vestido de preto, o elenco do time colombiano subiu ao gramado em silêncio.

A homenagem também contou com a participação da Orquestra Sinfônica da Colômbia, que tocou o hino do país e logo em seguida, o do Brasil – muito aplaudido pelos torcedores colombianos.

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Foto: Felipe Pereira – UOL 

A cerimônia de homenagem à Chapecoense contou ainda com a presença de importantes autoridades. Entre elas, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, o governador do departamento da Antioquia, Luis Perez,  o prefeito de Medellín, Federico Guitiérrez, o presidente da Conmebol, Alejandro Hernandez,  além do presidente do Atlético Nacional, Juan Carlos de la Cuesta, que se vestiu de preto, em luto.

O prefeito de Medellín também falou aos colombianos no estádio. Ele destacou o sentimento de solidariedade que tomou conta da Colômbia com o desastre:

“Tudo que estão vendo e o que não pode ver ao redor do estádio, este sentimento, este valor, se chama solidariedade. O pior que pode ocorrer a qualquer sociedade é a indiferença. E nós não somos indiferentes com nossas dores e a dos outros. Temos o coração machucado, mas é um pouco de carinho que queremos que chegue ao Brasil e a Bolívia”, disse Federico Gutiérrez. 

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Prefeitos de Chapecó e Medellín reunidos em momento de grande emoção – Imagem Reprodução Internet 

Na parte final da homenagem, mais cenas tocantes.  Diversas crianças, vestidas com o uniforme da Chapecoense, soltaram balões brancos enquanto o mestre de cerimônia anunciava o nome de cada um dos 19 jogadores mortos no acidente.

Na sequência, os jornalistas brasileiros também tiveram seus nomes lembrados. E, à medida que se lia uma mensagem do Papa Francisco, os torcedores jogaram pétalas de flores no gramado do Atanasio Girardot – que, pelo menos por uma noite, tornou-se a segunda casa da Chapecoense.

Em meio a tanto carinho e respeito, sem dúvida a equipe colombiana ganhou a torcida de todos os brasileiros. Nossa cor daqui pra frente será sempre o verde da Chapecoense e também do Atlético Nacional de Medellín…

#GraciasColômbia

#ForçaChape

Fontes: http://www.globoesporte.com  e http://www.esporte.uol.com.br

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