Por que escrevemos “México” com x e não com j?

Você já parou pra pensar por que em espanhol “México” não é escrito com “j” (jota) conforme a pronúncia, mas sim com “x”? 🤔 A resposta é: uma questão de identidade nacional.

No espanhol antigo, existia o som [ ∫ ], o do dígrafo “ch” em “achar”. “México” era pronunciado com este som e escrito com “x”. No século XVII, o som [ ∫ ] desapareceu da língua espanhola e foi substituído pelo som [x], o das letras “rr” em “carro”. Em 1815 a Real Academia Española (RAE) determinou que os vocábulos grafados com “x” e pronunciados com o som [x] deveriam ser escritos com a letra “j”.

Essa resolução coincidiu com o período de luta pela independência do país. Os mexicanos não cederam e continuaram grafando “México” com “x”. Somente em 2001, a Real Academia aconselhou que o topônimo fosse escrito com “x”. Grafar “México” com “j” hoje em dia não é incorreto, mas o recomendado é escrever com “x” ✍😉

Fonte: Instagram @hispanofilia_

Qual é a origem da Letra Ñ?

A Letra Ñ é um dos marcos distintivos da língua espanhola, assim como os pontos de interrogação e exclamação invertidos no início das frases. Outro dia, descobri no site da BBC Mundo, a origem da famosa letra e como apaixonada por História que sou, achei bem interessante, segue a abaixo a tradução pra vocês curtirem:

A ñ não entrou no dicionário da Real Academia Espanhola até 1803. Mas a origem dessa letra, genuinamente espanhola, se remonta a quase 1. 000 anos atrás. 

Para conhecer como surgiu esta icônica letra é preciso retroceder até a Idade Média.  No latim, nem a letra, nem o som correspondente a letra eñe existiam. Mas a medida que o latim evoluiu e começaram a surgir as línguas românicas, como o espanhol, o francês, o italiano, o português, entre outras, apareceu este som nasal.

Por não existir no alfabeto latino, os escribas tiveram que inventar formas de reproduzir esse som nos textos das línguas romanas. Assim, desde o século IX, os copistas começaram a transcrever o som da eñe de três formas diferentes:

  • Como uma n dupla (nn), exemplos: canna (caña), anno (año), donna (doña);
  • Como um gn, exemplos: lignu (leño), agnus (cordero);
  • Como “ni” seguido de uma vocal, exemplos: Hispania (España), vinia (viña).

“Em um mesmo texto podíamos encontrar as três variações fonéticas da eñe, segundo a procedência do copista. Não havia uma norma generalizada”, disse José J. Gómez Asencio, catedrático da língua espanhola da Universidade de Salamanca, à BBC Mundo.

Os escribas que optavam por usar a ene dupla (o ene germinada) começaram a abreviar esta forma, deixando uma ene sozinha e colocando um tilde tão característico da ñ.

“Isso foi uma solução para economizar pergaminho e facilitar o duro trabalho dos monges. É por isso que o uso de abreviaturas era muito comum na época” – relata  Gómez Asencio.

Os monges eram praticamente os únicos que sabiam ler e escrever na Idade Média, dessa forma, a maior parte da cultura antiga, se transmitiu através do trabalho desses copistas.

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Os monges estavam entre um grupo de poucas pessoas que sabiam ler na Idade Média e para economizar tempo e pergaminho, simplificaram a ene dupla.

A vitória da Ñ

O uso generalizado dessas três formas de reproduzir o sonido da eñe no mesmo texto gerou uma situação caótica, na qual em um mesmo trecho era possível encontrar as três variantes -ñ, gn  e ni mais vogal – sem que houvesse nenhum tipo de uniformidade.

Assim aconteceu até no século XIII, quando do rei Alfonso X o  Sábio, que buscava estabelecer as primeiras normas do espanhol, decidiu através da reforma ortográfica,  que a  ñ  seria a opção preferencial para reproduzir este som. 

Durante o século XIV a eñe foi estendendo seu uso e Antonio de Nebrija a incluiu na  gramática de 1492, a primeira do espanhol.

O espanhol e o galego optaram pela ñ (España), mas cada língua romana adotou sua própria solução gráfica para o som da palatal nasal. Assim o italiano e o francês permaneceram com gn (Espagne, Spagna), o português com a nh (Espanha) e o catalão com a ny (Espanya). E assim permanece até hoje…

rei da espanha
A reforma ortográfica do Rei Afonso X estabeleceu que o som ñ se representaria somente com a letra ene com tilde.

 

Bem legal conhecer um pouco sobre a história das línguas né? Eu sou suspeita pra falar Rs

Fonte: Site BBC Mundo

Estar a dos velas

No Brasil usamos inúmeras expressões pra demostrar que estamos sem dinheiro: “Tô quebrado”, “Decretei falência”,  “Não tenho nenhum tostão furado”  são algumas entre tantas  formas bem humoradas pra demostrar a falta de recursos.

porquinho

 

Na última semana aprendi,  durante minha aula de Espanhol IV na Fale – UFMG ,  duas formas de dizer que alguém está necessitando muito de dinheiro em espanhol: “Está a dos velas” ou “No tiene ningún duro”.  As expressões me pareceram bem divertidas, assim como as do português 😀 Mas ficar sem grana, com certeza, não é nada engraçado em nenhum  lugar do mundo… Rs

Imagens – Reprodução Internet

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