Nunca Más

No último domingo dia 24, Boca e River deixaram a rivalidade de lado, assim como os demais clubes da Argentina, para se unir em uma causa única: relembrar e protestar contra a ditadura que assolou o país há algumas décadas atrás. No dia 24 de Março de 1976, o general Jorge Rafael Videla derrubou a presidente Isabelita Perón em um golpe de estado e iniciou o brutal regime que fez um número muito alto de vítimas, entre mortos e desaparecidos. Desde 2003, o dia foi instituído pelo parlamento argentino como Dia Nacional da Memória pela Verdade e Justiça.

As manifestações dos clubes de futebol ocorreram por todo o país e também pela internet: a hastag #NuncaMás se tornou uma das mais comentadas do dia.

Boca

Embora o tempo de vigência da Ditadura na Argentina (1976 – 1983) não tenha sido muito longo, comparado a de outros países como a do Brasil, por exemplo, que durou 21 anos, os efeitos para o país foram desastrosos, devido às inúmeras atrocidades cometidas pelos governantes autoritários. O mundo vivia o período conhecido como Guerra Fria, devido a essa conjuntura, inúmeros governos da extrema direita assumiram o comando de seus países,  prometendo combater o fantasma do comunismo.

Os promovedores da Ditadura na Argentina, em semelhança ao Brasil, a denominavam como “Revolução Argentina”. Logo após a tomada de poder, entrou em vigor no país o Estatuto da “Revolução” que legalizou as atividades dos militares. O intuito dos golpistas era de permanecerem no poder por tempo indeterminado, enquanto fosse necessário para sanar todos os problemas argentinos. A nova “constituição” proibia a atividade dos partidos políticos e cancelava quase todos os direitos civis, sociais e políticos por conta de um quase constante Estado de Sítio. Era a derrocada da cidadania.

O período da Ditadura Militar na Argentina foi cruel e sangrento, a estimativa é de que aproximadamente 30 mil argentinos foram seqüestrados pelos militares. Os opositores, que conseguiam se salvar, fugiam do país, o que representa aproximadamente 2,5 milhões de argentinos. Os militares alegam que mataram “apenas” oito mil civis, sendo que métodos tenebrosos de torturas e assassinatos foram utilizados pelos representantes do poder. O governo autoritário deixou marcas na Argentina mesmo após a ditadura,  com o restabelecimento da democracia, poucos presidentes conseguiram concluir seus mandatos por causa da grande instabilidade econômica e social.

Parabéns aos clubes e ao povo argentino, Ditadura Nunca Mais!

San Lorenzo

Fontes: Sites InfoEscola, Uol Esporte e Goal.com

Preferência Nacional

Que o brasileiro é fã do futebol argentino, não é segredo pra ninguém. As torcidas dos clubes do nosso vizinho, conhecidas pela paixão, são inspirações pra muitos clubes brazucas, além dos muitos craques que encantam e impõem respeito.  E essa admiração é levada mais a sério do que a gente imagina, como reflete o último levantamento do IBGE com os nomes de registro dos brasileiros divulgado nesta quarta dia 27. Com o Censo Demográfico 2010 como base, o instituto mapeou 130.348 nomes diferentes no país, identificando os mais comuns e organizando pelo crescimento década a década. Ídolos do futebol costumam ser inspirações pra muitos pais na hora de batizar seus herdeiros. Nos anos 90, por exemplo,  houve um boom de Romários, motivado pela conquista do Tetra em 1994.

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 Nome de craque argentino é um dos preferidos entre os papais brasileiros segundo IBGE 

Já na década de 2000, quem ganhou muito destaque foi um grande ídolo do clube mais popular da Argentina, o Boca Juniors. Na primeira década do século foram registrados mais de 14 mil “Riquelmes” no Brasil. Como explicar tanta popularidade se o jogador não foi herói de nenhum clube brasileiro? A resposta é simples, foi justamente por ser o carrasco de várias equipes brasileiras na Libertadores, maior competição do continente, que o atleta cativou milhares de torcedores no Brasil. Ele foi o algoz de Palmeiras e Grêmio em finais do torneio, só por citar 02 exemplos. O que faz a alegria de qualquer rival. Rs

O curioso é que “Riquelme” nem é o primeiro nome do jogador, é um dos sobrenomes. Seu nome completo é “Juan Jomán Riquelme”. Mas no Brasil é sempre registrado como o primeiro nome mesmo. E como os pais brasileiros adoram inovar nesse momentos, os “Riquelmes” brasileiros são registrados com K também. Segundo o IBGE, Riquelme foi o 2º nome masculino com o maior crescimento nos anos 2000, quando ele estava no auge no Boca, com alta de 6.894% em relação aos anos 90 –  atrás somente da variável Rikelme, que subiu 10.057%. Como você notou, “Riquelme” só perde pra ele mesmo na preferência dos brasileiros.

 

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