Revolución Netflix

Cem anos de solidão é a obra mais importante, escrita em língua espanhola, depois de Dom Quixote de la Mancha de Miguel de Cervantes.  O livro, de autoria do ganhador do prêmio Nobel de Literatura, o colombiano Gabriel Garcia Marquez é um sucesso absoluto há várias décadas, contando com mais de 50 milhões de exemplares vendidos  — um verdadadeiro clássico da Literatura mundial.

 E pra quem é fã de Gabo e deseja ver suas obras divulgadas nas mais variadas plataformas, lá vem uma notícia boa: a Netflix comprou os direitos de Cem Anos de Solidão. Os filhos do autor, Rodrigo e Gonzalo García, permitiram que a Netflix transforme o clássico de seu pai em uma série.  O idioma adotado será o espanhol, devido a uma exigência deixada pelo escritor — mas também refletindo o interesse da plataforma por esse idioma, depois do sucesso de  Narcos, Roma, La Casa de Papel, entre outros.

A Netflix contratará apenas talentos latino-americanos para a produção, que será rodada na Colômbia. “Sabemos que será mágica e importante para a Colômbia e a América Latina, mas o romance é universal”, disse Francisco Ramos, vice-presidente de produções em espanhol da empresa, ao The New York Times.

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“Cem anos de solidão”  é um clássico da Literatura mundial – Reprodução Internet

Rodrigo e Gonzalo García serão produtores-executivos, uma área familiar para o primeiro.  Ele foi diretor de quase uma dúzia de filmes, entre elas Coisas Que Você Pode Dizer Só de Olhar Para Ela (1999), o drama bíblico Últimos Dias no Deserto (2015) e Albert Nobbs (2012), adaptando a obra de John Banville. Cem Anos de Solidão será seu décimo projeto televisivo, depois de dirigir capítulos de Os SopranosSix Feet UnderThe AffairCarnivàle e Blue, uma websérie que também produziu entre 2012 e 2014.

Esta compra por si só já prolonga a enorme trajetória da obra.  Publicado em 1967 Cem Anos de Solidão é um desses títulos cujo legado —50 milhões de exemplares vendidos, traduções em 46 idiomas— dificilmente pode ser questionado. Seu sucesso, fundamental no reconhecimento internacional de García Márquez e um fator crucial para a concessão do Nobel de Literatura a ele, em 1982, foi um dos pilares do boom literário latino-americano dos anos sessenta e setenta. Hoje, considera-se um dos trabalhos mais conhecidos do século XX. A história que conta, a da família Buendía, descendentes do fundador do povoado de Macondo, é até hoje uma saga imortal, vigente como leitura obrigatória no mundo inteiro, seja no mais remoto colégio do Meio-Oeste norte-americano ou em altos círculos acadêmicos europeus.

Rodrigo herdou do pai não só o interesse pelo cinema como também a convicção de deixar suas obras em paz. “Não dirigirei um romance do meu pai porque seria um fenômeno de imprensa, não seria visto com objetividade”, refletia ao EL PAÍS em 2008 (não informou se dirigirá Cem Anos de Solidão). Naquela entrevista, comentava que Hollywood começava a agrupá-lo entre Alfonso Cuarón e Guillermo del Toro como os artífices da revolução hispânica de Hollywood. Agora, em tempos de RomaNarcos e do Pinóquio que Del Toro está prestes a lançar pela plataforma, a revolução hispânica segue em frente. Mas será preciso mudar o seu nome. Já não é de Hollywood, e sim da Netflix.

Fontes: Sites El País Brasil e Revista Bula

Universidade americana disponibiliza arquivo de Gabriel Garcia Márquez

A Universidade do Texas divulgou uma ótima notícia para os fãs de Gabriel Garcia Márquez. O Instituto de Ensino Americano, que adquiriu o arquivo do escritor em 2015, colocou à disposição do público, através da internet, mais de 27 mil páginas com conteúdo referente ao autor.

O material é resultado da digitalização de uma grande parte do acervo, incluindo partes de todas as obras de ficção escritas por Garcia Márquez, roteiros, fotografias, cadernos,  etc, segundo informou um comunicado da universidade texana.

Qualquer pessoa com acesso à internet pode consultar de maneira profunda o arquivo de García Márquez, afirmou em nota a bibliotecária Jullianne Ballou, responsável pelo projeto.

Ballou explicou que o material disponível  reflete a  energia  e  disciplina do escritor  e revela uma ótica “íntima do seu  trabalho,  família, amizades e  visão política”.

Rodrigo García,  um dos filhos do autor, declarou que o maior interesse de sua mãe e dos outros filhos de Gabo, “sempre foi que o arquivo alcançasse a maior audiência possível”.

“Este projeto permite  um acesso ainda maior ao trabalho do meu pai, incluindo uma comunidade de  global de estudantes e investigadores”,  ressaltou García.

O acervo, que inclui materiais em inglês e espanhol  foi preparado durante 18 meses, graças ao trabalho de bibliotecários, arquivistas, estudantes, profissionais de informática e restauradores.

Para ter acesso ao arquivo click aqui:

Fonte:  Site Jornal El Colombiano.

 

 

 

 

Crônica de uma morte anunciada

    Geralmente não gostamos de ver um filme, uma série, ou ler um livro, cujo final já é conhecido, porque é  meio sem graça né?  Os famosos “spoillers” são temidos por todos. Mas e quando a história é tão boa, que mesmo já sabendo seu desfecho desde o começo, ela não deixa de prender nossa atenção?

    Alguns filmes e livros tem uma trajetória assim não linear. Penso que não deve ser fácil escrever histórias desse tipo, é uma tarefa pra gênios mesmo. E por falar em gênio, o livro que recomendo a vocês hoje é de um desses autores que merecem o título de magistral. Se trata de Gabriel Garcia Márquez, um dos colombianos mais conhecidos em todo o mundo. El Gabo, como também era chamado,  tinha como poucos, o dom de escrever narrativas de uma maneira incrivelmente envolvente. É o que podemos constatar em “Crônicas de uma morte anunciada” publicado em 1981.

    Como o próprio título da obra sugere, desde o início, já sabemos que o personagem principal, Santiago Nassar,  vai morrer. E apesar, desse principal acontecimento do livro, ser conhecido já nas primeiras páginas, vamos sendo surpreendidos e fisgados pela trama traçada pelo autor em sua maneira singular de escrever. Imperdível a leitura!

 

    Abaixo segue o link do Canal  literário “Prosas e Algo Mais” que também recomenda a  obra:

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