Numa campanha eleitoral vale tudo para atrair a simpatia dos eleitores. Por aqui no Brasil é comum ver candidatos carregando criancinhas no colo, se misturando a operários em obras, indo a feiras populares apreciando aquele pastel frito na hora, numa tentativa de aproximarem ao máximo do público almejado.
Esse tipo de prática já é bem antigo, e atualmente com o avanço cada vez maior das mídias sociais, os marketeiros de plantão não perdem tempo e tentam fazer essa tal aproximação das mais variadas maneiras. Nem sempre, porém, o resultado é satisfatório, muito pelo contrário, o tiro pode sair pela culatra, muitas vezes.
Foi o que aconteceu lá nos Estados Unidos com a pré- candidata democrata à presidência Hillary Clinton, no mês passado. Tentando conquistar a simpatia do eleitorado latino, os responsáveis pela campanha de Hillary, resolveram aproveitar o anúncio da chegada do segundo neto da candidata, para associar sua imagem à das avós latinas.

As sete coisas em que Hillary Clinton é como sua abuela”, é o título de um post publicado no blog da campanha da ex-secretária de Estado. A palavra abuela(“avó”) está escrita em espanhol – a autora da publicação é uma hispana que trabalha na campanha de Clinton. O texto está cheio de referências aos latinos, incluindo a palavra-chave “Respecto”. Clinton “não tem medo de falar da importância do respeito”, diz o post, que ressalta momentos em que ela defendeu os hispanos em sua campanha.
A intenção pode até ter sido boa, mas a reação do público alvo não foi nada favorável para a candidata. Pelas redes sociais latinos se manifestaram contra a intenção de Hillary de se comparar com suas queridas avós. Criaram a hashtag #notmyabuela (“não é minha avó”) que rapidamente viralizou se tornando um dos assuntos mais comentados no twitter americano.
A internauta Marisol Ramos resumiu bem o sentimento dos latinos em relação à campanha:

Realmente tenho que concordar com os internautas: Forçaram e muito a amizade! Espero que a equipe da candidata pense com mais cuidado para as estratégias de publicidade em 2016, se não vão acabar perdendo os preciosos votos dos latinos…
Fonte: http://www.brasil.elpais.com