Famoso poema atribuído a Pablo Neruda é, na verdade, autoria de escritora brasileira

Sabe quando você tem certeza que um texto é de um determinado autor e, de repente, descobre que, na verdade, é de outro bem diferente daquele que você pensava? Tive essa experiência, essa semana, ao pesquisar um poema para ser apresentado na aula de Compreensão e Produção Oral em Espanhol.  Escolhi declamar o poema “Muere Lentamente” de Pablo Neruda, por considerá-lo uma verdadeira lição para a vida. Mas para minha grande surpresa, ao entrar no google descobri que a autoria é bem diferente, aliás, o texto original nem é em espanhol, mas sim, em português.

neruda sorrindo
Famoso poema “Muere Lentamente” foi atribuído erroneamente ao grande poeta chileno – Pablo Neruda

A autora é a jornalista e escritora gaúcha Martha Medeiros, brasileiríssima! Rs Não consegui identificar as causas do engano, mas o fato é que a maioria das pessoas, assim como eu, atribui “Muere Lentamente” ao grande poeta chileno e vão repassando o engano.

Achei a história bem curiosa e divertida, e logo tratei de desfazer o erro para meus colegas de classe Rs

Abaixo segue a versão do poema em espanhol com o devido crédito para Martha Medeiros.

Muere lentamente

Muere lentamente
quien se transforma en esclavo del hábito,
repitiendo todos los días los mismos trayectos,
quien no cambia de marca.
No arriesga vestir un color nuevo y no le habla a quien no conoce.

Muere lentamente
quien hace de la televisión su gurú.

Muere lentamente
quien evita una pasión,
quien prefiere el negro sobre blanco
y los puntos sobre las “íes” a un remolino de emociones,
justamente las que rescatan el brillo de los ojos,
sonrisas de los bostezos,
corazones a los tropiezos y sentimientos.

Muere lentamente
quien no voltea la mesa cuando está infeliz en el trabajo,
quien no arriesga lo cierto por lo incierto para ir detrás de un sueño,
quien no se permite por lo menos una vez en la vida,
huir de los consejos sensatos.

Muere lentamente
quien no viaja,
quien no lee,
quien no oye música,
quien no encuentra gracia en si mismo.

Muere lentamente
quien destruye su amor propio,
quien no se deja ayudar.

Muere lentamente,
quien pasa los días quejándose de su mala suerte
o de la lluvia incesante.

Muere lentamente,
quien abandona un proyecto antes de iniciarlo,
no preguntando de un asunto que desconoce
o no respondiendo cuando le indagan sobre algo que sabe.

Evitemos la muerte en suaves cuotas,
recordando siempre que estar vivo exige un esfuerzo mucho mayor
que el simple hecho de respirar.
Solamente la ardiente paciencia hará que conquistemos
una espléndida felicidad.

Martha Medeiros 

 

 

O lado vermelho de Neruda

    O Pablo Neruda das Letras, dos mais belos versos, das poesias de amores insuperáveis, todos nós conhecemos, mas e o Neruda político, clandestino, fugitivo da justiça, você conhecia?  Esse lado pouco divulgado do prêmio Nobel chileno é relatado pelo talentoso diretor Pablo Larraín em seu mais novo filme.

    Após fazer duras críticas ao governo de seu país, o então senador pelo partido comunista, Pablo Neruda, (Luís Gnecco) começa a ser perseguido pelo presidente Gabriel González Videla, que decretou em 1948 a chamada Lei Maldita contra os militantes vermelhos.  E é através da ótica de seu principal perseguidor, o policial Óscar Peluchonneau, (Gael García Bernal),  que vamos conhecendo a história do poeta por esse outro ângulo.

    “Tem elementos políticos e poéticos, mas, no fundo, é um filme sobre um policial que dá sentido a sua vida ao perseguir o poeta. Neruda entende que, se conseguir escapar, fará com que sua voz seja mais forte, maior, mais ouvida. Nessa volta, se transforma em um gigante, em uma lenda”, explica o diretor Larraín.

    Com elementos de comédia, drama e, claro, policiais, o filme é uma ótima pedida pra quem quiser conhecer um pouco mais sobre a história do grandioso poeta e também do Chile, que se mistura com a dele. Prepare-se para ver um Neruda bem mais humano que poético, mas de nenhuma forma, menos encantador.

 

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