Comissionada pelo Grupo Karim´s e projetada por Stefano Boeri Architetti, a primeira cidade-floresta inteligente do México terá como foco a inovação e a qualidade ambiental. A cidade busca um equilíbrio entre áreas verdes e construídas e é completamente auto-suficiente em alimento e energia.
Smart Forest City – Cancun é a primeira cidade-floresta do novo milênio, com capacidade para 130.000 habitantes. A cidade será construída em um terreno de 557 hectares, com 400 hectares reservados para espaços verdes. As mais de 400 espécies vegetais usadas no projeto foram escolhidas pela botânica e arquiteta paisagista Laura Gatti, e vão compor um arranjo de mais de 7,5 milhões de plantas espalhadas por toda a cidade. Com uma proporção de 2,3 árvores por habitante, a cidade-floresta “absorverá 116 mil toneladas de dióxido de carbono por ano”. Parques públicos, jardins privados, coberturas vegetais e fachadas verdes ajudarão a estabelecer um equilíbrio com a área construída.
Visando a economia circular, a cidade é cercada por painéis solares e campos agrícolas, tornando-a completamente auto-suficiente em alimento e energia. A água é coletada na entrada da cidade, próxima à torre de dessalinização, e é distribuída “por um sistema de canais navegáveis que conectam a zona urbana aos campos agrícolas”. Dentro da cidade, as pessoas circulam com veículos elétricos e semi-automatizados, deixando seus carros nos limites da cidade.
Por fim, a cidade conta com “um centro de pesquisa avançada que pode receber universidades, organizações internacionais e empresas que lidam com questões de sustentabilidade”. Esse centro receberá pesquisadores e estudantes de todo o mundo.
Um tecido livre de crueldade animal, livre de produtos químicos tóxicos e parcialmente biodegradável. Dois jovens mexicanos estão desafiando a moda exploratória atual e mostrando que esta indústria pode sim ser mais sustentável. E o melhor, a inovação de Adrián López Velarde e Marte Cázarez veio justamente de algo muito presente no imaginário do país: o cacto.
Tudo começa pelo cultivo da espécie Opuntia ficus-indica na cidade de Zacatecas, capital do estado de mesmo nome. “É uma família de cactos que não precisa de irrigação, possui espinhos muito pequenos e é resistente ao frio, o que nos permite garantir uma produção contínua de matéria-prima ao longo do ano”, afirma Adrián López em entrevista exclusiva ao site CicloVivo.
É López quem explica como funciona o processo de fabricação da pele orgânica. “Cortamos as pencas maduras, sem matar a planta, para serem limpas e esmagadas. Posteriormente, são secas ao sol por três dias consecutivos. O processo seguinte é refinar a trituração até atingirmos um nível adequado de pulverização. Então, para esse pó, uma proteína presente no cacto é extraída por meio de um método de congelamento. Finalmente, é feita uma mistura (que patenteamos) entre esse extrato e o pó de cacto, entre outros aditivos naturais que nos permitem fazer a ligação molecular entre a química sintética e orgânica, preservando o desempenho, a estética e a qualidade do material a ser fabricado”.
A mistura obtida em todo esse processo pode ser agregada ao algodão ou poliéster reciclado e até uma mescla destas substâncias -, isso varia de acordo com as necessidades do cliente em “aumentar o conteúdo sustentável do produto final”. Inclusive, os pigmentos também podem ser de origem vegetal.
Mercado
A dupla tem a intenção de expandir os negócios para se tornarem grandes fornecedores, suprindo a indústria da moda, de móveis, artigos de couro em geral e até a indústria automotiva.
Atualmente, a companhia, batizada de Adriano de Marti, possui dois hectares de cultivo, mas com capacidade de expansão de até 40 hectares. O potencial de produção hoje é de 500 mil metros lineares por mês de pele vegetal.
A dupla deseja expandir cada vez mais o produto no mercado.
Encontro em Taiwan
Adrián López e Marte Cázarez nasceram no mesmo dia, no mesmo mês e no mesmo ano. Mas, foi só em Taiwan, em 2011, que suas histórias se cruzaram. O primeiro é natural de Aguascalientes e estudou Política e Economia Global na Universidade Tamkang, em Taiwan, enquanto o segundo é de Culiacán, formou-se em Negócios Internacionais no Tecnológico de Monterrey e foi até a ilha asiática aprender chinês.
De volta ao México, ambos com experiência de trabalhar na indústria da moda e de móveis, resolveram se unir para desenvolver um material sustentável que atendesse às necessidades dessas indústrias.
Após dois anos de investigação, vários testes, entre falhas e erros, finalmente, no último mês de julho, as primeiras execuções bem-sucedidas do material foram obtidas. Nasceu a marca Desserto, fabricante da pele de cacto orgânica, livre de ftalatos e livre de PVC.
O produto é super resistente e tem durabilidade mínima de 10 anos. Ainda pode ser personalizado de acordo com o gosto e as necessidades de cada cliente em espessura, cores, texturas, suportes, resistência ao rasgo e à tração, flexibilidade, entre outras exigências do mercado.
Urgência por mudanças
De acordo com o relatório da organização dinamarquesa Global Fashion Agenda, a indústria da moda ocupa o 5º lugar como a indústria mais poluente do mundo. Além disso, sua produção está interligada com várias outras por meio do consumo agrícola, pecuário, energético e de transporte. Ou seja, o impacto nos recursos naturais é praticamente imensurável. “Com as atuais trajetórias de produção e consumo, essas pressões se intensificarão em 2030, a ponto de ameaçar o crescimento da própria indústria.
A indústria da moda ocupa o 5º lugar como mais poluente do mundo.
A pele vegana mexicana foi lançada oficialmente na exposição Lineapelle, em Milão, em outubro deste ano. “A recepção do nosso material tem sido bastante positiva em todo o mundo. Confirmamos que as indústrias têm um interesse genuíno em contribuir para o cuidado ambiental. Atualmente, estamos trabalhando em projetos importantes na indústria da moda, calçados, automotivo e até aeronáutica”, revela López.
Bolsas de couro vegano
O sonho da dupla é que grandes designers e as melhores marcas automotivas e de vestuário, do México e do mundo, substituam a pele animal e sintética pelo “couro vegano” de cacto. Eles querem voar alto. E nesse momento em que o mundo clama por mudanças de real impacto, inserir a sustentabilidade em todo os processos não é um adendo opcional, mas sim imprescindível, para um futuro climático possível.
Atualmente a questão das mudanças climáticas figura como um dos tópicos mais discutidos em todo planeta. A preservação da natureza é de suma importância para garantir a sobrevivência das próximas gerações em condições favoráveis. Mas, infelizmente, o sistema capitalista não favorece o meio ambiente, já que seu principal objetivo é alcançar sempre grandes lucros, mesmo que se pague um alto preço por isso.
Certamente você já ouviu falar no termo “obsolescência programada”, que basicamente consiste em produzir equipamentos com vida útil delimitada previamente, para que assim o consumidor seja obrigado a comprar um item novo de tempos em tempos. No entanto, entre todos os efeitos nocivos que esta prática pode causar, o mais preocupante é a questão ambiental, já que não sabemos mais o que fazer com a quantidade imensurável de lixo eletrônico existente no mundo. Contra isso, uma empresa familiar peruana empresa desenvolveu um modelo de notebook de madeira que pode durar para sempre.
O Wawalaptopé um computador de placa única, produzido por uma família especialista em computação e marketing. O objetivo é tentar levar tecnologia nova e acessível para as áreas mais remotas do Peru. O notebook é leve e mede apenas 25,65 cm, mas o melhor de tudo é que ele também é acessível e custa apenas 235 dólares, (cerca de 998 reais) muito abaixo do valor do mercado.
O Wawalaptop original foi lançado em 2015, mas a versão 2.0 possui um revestimento reciclável de fibra de média densidade e já vem com a instalação do sistema operacional Linux gratuito. Inovador em todos os sentidos, ele suporta carregamento regular e solar, mas sua característica mais impressionante é a facilidade com que pode ser desmontado.
Javier Carrasco, gerente de tecnologia da Wawalaptop , explica que isso é intencional, justamente para incentivar os usuários a explorar e mexer nos componentes eletrônicos, permitindo que eles atualizem quando acharem necessário. Em vez de jogar fora o dispositivo, eles podem simplesmente substituir sua placa obsoleta e, assim, usar o mesmo dispositivo por 15 anos ou mais.
A família ainda não tem planos de lançar seu laptop de madeira fora do Peru, mas uma coisa podemos afirmar: este computador é muito mais do que tecnológico. Ele é uma verdadeira resistência ao ultrapassado conceito de obsolescência programada! 👏👏
Obsolência programada
Você já parou para pensar que não faz sentido um aparelho eletrônico que compramos e pagamos caro parar de funcionar de repente, mesmo não tendo muitos anos de uso? Saiba que isto está programado e é uma decisão dos fabricantes, que trabalham com a noção de lucro máximo e nos obrigam a trocar de carro, geladeira e smartphone de tempos em tempos.
O conceito surgiu lá na década de 1930, durante a Grande Depressão, que afetou a economia em todo mundo. A iniciativa visava incentivar um modelo de mercado baseado na produção em série e no consumo, a fim de recuperar a economia dos países naquele período. Quase um século depois, ela está mais presente do que nunca em nossas vidas, infelizmente…
Por isso, atitudes como a da família peruana são tão importantes para resistir a essa imposição que tanto prejudica o meio ambiente e também as pessoas mais pobres, que estão sempre tendo que investir os poucos recursos que tem para adquirir itens básicos. Torcemos pra que ideias como essa se espalhem 👏👏 💻 🌿