Está chegando a hora de fechar mais um ano e receber um outro novinho em folha. O que você costuma fazer nesse momento especial? No vasto universo hispânico, existem várias formas de celebrar La Nochevieja. As tradições e simpatias são as mais diversas possíveis: desde lavar as mãos com champanhe até queimar bonecos com roupas velhas nas praças.
Confira no vídeo a seguir, como é comemorado o Ano Novo na Venezuela, Peru, México e Espanha. E se inspire para o Réveillon. 🍷🍇
A Venezuela é bastante conhecida por suas praias paradisíacas, pelos concursos de Miss Universo, e pelo noticiário político marcado por polêmicas e crises. Mas nossa vizinha vai muito além do que normalmente sai na grande mídia. No mês passado, tive a oportunidade de entrevistar o venezuelano Jésus Arellano, que está cursando o doutorado em Literatura pela UFMG e vive no Brasil já faz um tempo. Durante a conversa, Jésus comenta sobre alguns pontos turísticos muito especiais em seu país, (um em particular bem surpreendente, por se tratar de um país caribenho).
O estudante comenta também sobre como está sendo sua experiência em nosso país e aponta algumas diferenças culturais entre os dois países, como, por exemplo, a comemoração do Natal.
Assista a entrevista e também se surpreenda com essa fascinante Venezuela. Se necessário, ative as legendas automáticas do vídeo 😉
O Brasil recebeu um número alto de imigrantes alemães durante parte do século XIX e século XX. A região onde a presença germânica é mais forte é a do Sul do país, conhecido por resguardar as tradições e a cultura da nação de origem com muito orgulho e apreço. A imigração alemã é algo bem notório e conhecido por aqui, mas o que pouca gente sabe é que a nossa vizinha Venezuela, também foi “colonizada” em parte por esse povos europeus.
Situada no alto de uma montanha bem próxima à capital Caracas, há poucos mais de 30 quilômetros do mar caribenho, a cidade de Colonia Tovar, é um pedacinho da Alemanha em plena Venezuela.
” Viver aqui é uma benção” – proclama José Rivera com o mais largo de seus sorrisos, em uma fresca manhã de sábado na sua bem sortida barraca de frutas na praça central do povoado. Framboesas, pêssegos, abacates, amoras… José tem de tudo.
Seu posto apresenta mais cores que a paleta de um pintor expressionista. Por isso atrai a cada fim de semana aos turistas que visitam a Colonia Tovar. Este agricultor de 50 anos se diz um privilegiado na Venezuela da crise. Ele herdou uma propriedade que explora junto ao restante de sua família: ” Passamos toda a vida bem”, afirma. Um relato como esse é raro na Venezuela atual.
O vendedor de frutas José Rivera diz que a vida na Colônia é uma benção.
Passeando por suas ruas repletas de cervejarias de estilo bávaro e restaurantes que servem uma ampla variedade de salchichas com chucrut ou contemplando sua igreja principal, dedicada a um santo católico que morreu muito antes de que os europeus tivessem notícia da existência da América, nos custa imaginar que o Caribe está tão perto dali. Também o casarão branco, com grossas vigas de madeira que salpica sua verde e montanhosa paisagem lembra mais a Floresta Negra alemã do que a tropical Venezuela.
Como surgiu essa “Alemanha do Caribe”?
O velho Ciro Enrique Breidenbach é o cronista oficial da localidade e conhece sua história melhor que ninguém. “Até 1840, durante o governo de José Antonio Páez, havía uma grande emigração do campo para a cidade e a produção agrícola da Venezuela estava caindo. Devido a essa situação, o militar e geógrafo italiano Agostino Codazzi criou um plano para atrair colonos alemães para trabalharem nos campos”, conta, enquanto mostra com delicadeza de entomólogo o original do primeiro contrato de assentamento firmado com um destes colonos.
Martín Tovar Ponte, um dos notáveis da independência, chegou às terras que ficam a uns 2.000 metros de altura sobre o nível do mar nas que hoje se assenta a Colonia, agraciada por um clima ameno e um solo fértil que são uma das razões pelas quais não se sente a escassez de alimentos que enfrenta outros lugares do país.
Este documento possui o nome dos primeiros colonos da região.
Dois anos depois um grupo de 60 famílias da aldeia de Endingen, no atual estado alemão de Baden-Wurtemberg, em apuros depois de uma época de más colheitas, aceitaram a oferta de Codazzi e iniciaram uma travessia pelo Atlântico que os levaria às terras de Tovar. Nascia assim este lugar tão peculiar.
“Codazzi queria manter os alemães afastados da população local, porque temia que o contato com os venezuelanos arruinaría seu caráter trabalhador. Ele mesmo, que é descendente de alemães, é um exemplo vivo de que Codazzi não alcançou este propósito. Com o tempo, colonos e nativos foram formando casais, dando lugar a uma excepcional mestiçagem germano-venezuelana que perdura na atualidade.
Alemães na Venezuela
Mariel Rivero, garçonete em um dos estabelecimentos típicos da localidade, é casada com um cidadão alemão e suas duas filhas tem o passaporte do país europeu. “É muito agradável viver aqui, a Colônia me deu tudo, conta. Cabelos loiros e olhos azuis como os seus, pouco frequentes no Caribe, abundam aqui.
São parte de um legado que os mais conscientes dos colonos, como se conhecem aos habitantes da colônia tratam de conservar. É o caso de Carlos e Tulio Misle, pai e filho e envolvidos ambos em projetos vinculados à origem alemã da comunidade.
As duas filhas de Mariel Rivero tem nacionalidade alemã
Tulio viajou à Alemanha para se formar e regressou para montar uma empresa de produção de vinhos e cerveja artesanal que agora tenta expandir, apesar do contexto econômico adverso do país.
“Produzir aquí uma bebida tradicional da Colônia é um orgulho”, afirma, enquanto atende aos clientes de seu negócio. Carlos, seu pai, está empenhado em salvar o “alemão colonial ” a linguagem local que é resultado da fusão entre o alemão e o espanhol.
“Um grupo de pessoas comprometidas com o resgate do nosso acervo cultural levou dois anos dedicando-se a escrever a gramática do alemão colonial”, conta. Alarmados por um estudo em que se comprovam que há cada vez menos falantes, eles decidiram unificar o dialeto para que não se perda, e produziram um manual para ofertar um curso para que os mais pequenos começem a estudá-lo em algumas escolas do município.
Um dos fatores que vem “isolando” o munícipio é o turismo. Mas esta é também uma das fontes de riqueza da Colônia. Ankeith Bracamonte sabe bem disso. Há uns anos decidiu deixar seu posto de servidor público para fundar uma agência de viagens junto a dois sócios.
“O principal atrativo é a gastronomia, que a cada fim de semana, traz visitantes, sobre tudo de Caracas, mas também de Maracay eValencia“, indica, referindo – se às principais cidades da Venezuela.
A gastronomia alemã é um dos principais atrativos turísticos de Tovar
A imagem habitual em qualquer fim de semana aqui é bem diferente das filas, protestos ou mercados desabastecidos que são comuns se projetarem nos informativos internacionais quando mostram a Venezuela.
Uma zona segura
O turismo é também uma das chaves que explicam as razões pelas quais, segundo seus habitantes, a Colonia segue sendo um lugar relativamente seguro apesar de localizar-se no Estado Aragua, considerado um dos mais violentos e perigosos da Venezuela.
Reinaldo, um motorista que trabalha guiando turistas , explica porquê: “O assunto da insegurança está controlado aqui: os que trabalham com o turismo fazem patrulhas civis e quando percebemos algo suspeito reagimos, porque não é interessante pra gente que a Colonia Tovar perda sua boa fama”.
E quanto aos apagões?
A Colônia também tem sorte quanto a isso. Ao localizar-se na mesma linha de serviço de Caracas, que tem prioridade junto ao governo, os cortes de eletricidade são muito raros na localidade.
Ficou com vontade de conhecer a “Alemanha do Caribe”? Veja no vídeo abaixo belas imagens desse lugar tão singular:
A crise enfrentada por nossa vizinha Venezuela vem gerado dramas humanos dia a dia. Um dos mais cruéis é o vivido por crianças que acabaram de chegar ao mundo. Os bebês de pais venezuelanos, nascidos na Colômbia, por exemplo, não tem direito à cidadania colombiana. É o caso de Diego, filho de Júlia.
Ela se dedica a vender sacos para lixo e material de limpeza em uma das melhores áreas de Bogotá. Júlia chegou à Colômbia há dois anos, Diego nasceu nove meses atrás.”Eu não sei que procedimento devo fazer nem onde devo registrá-lo”, declarou a mulher à BBC News Mundo. Seu filho é um dos mais de 20 mil casos de bebês nascidos de imigrantes venezuelanos na Colômbia que não têm nacionalidade. Eles vivem em um bairro no sul de Bogotá, longe dos restaurantes exclusivos e dos grandes centros comerciais da capital colombiana. “Se nada mudar, espero que eles me deixem estudar aqui, que me deixem crescer (aqui)”, diz Julia.
As crianças apátridas, ou seja, sem nacionalidade, são um tema de “alta preocupação” para organizações internacionais como o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que defende a adoção de medidas urgentes nestes tipos de situações.
De acordo com a diretoria de Migração da Colômbia, 1.260.594 cidadãos da Venezuela se encontram neste país. Produto desse alto fluxo migratório, nunca antes visto – mais de 20 mil recém-nascidos em território colombiano são filhos de imigrantes venezuelanos.
Até pouco tempo atrás muitos colombianos tinham que deixar seu país por causa de conflitos internos, hoje o país enfrenta o problema inverso – Imagem Getty Images
“Parem de parir”
A questão gerou uma controvérsia especial no início do mês na Colômbia, como resultado da coluna “Parem de parir”, que é assinada pela jornalista e ex-apresentadora da CNN em espanhol, Claudia Palacios, e publicada no jornal El Tiempo – o mais importante do país. A publicação provocou uma tempestade nas redes sociais. O periódico foi descrito como “xenófobo”, “eugênico” e até “fascista”. No artigo, Palacios afirma que o governo colombiano deve fazer do controle de natalidade dos imigrantes venezuelanos a prioridade de sua estratégia de migração. E acrescenta:
“Mas, queridos venezuelanos, aqui não é como no seu país, e é bom que não seja, porque a ponta de subsídios o socialismo do século 21 fez o país mais rico da região muito pobre, então a melhor forma de serem bem-recebidos é vocês estarem cientes de que, apesar dos problemas internos, a Colômbia conseguiu recebê-los como nenhum outro país, mas se vocês continuarem se reproduzindo como estão fazendo, seria ainda mais difícil vê-los como oportunidade para o desenvolvimento em vez de vê-los como problema. “Muitos leitores lembraram à jornalista os milhões de colombianos que já buscaram refúgio na Venezuela, onde muitos também tiveram filhos.
A jornalista (que também contou com algumas vozes de apoio) se defendeu no Twitter escrevendo que “a recepção que a Venezuela deu aos colombianos é reconhecida, mas que esse não é o ponto da questão. O ponto é que a migração em massa em condições tão vulneráveis não é o contexto ideal para ter filhos. Há responsabilidades individuais e estaduais, é disso que a minha coluna trata. “
Lamentável um tema tão delicado como esse ser tratado de maneira tão fria, ainda mais por uma pessoa que é formadora de opinião, não é mesmo?
Desamparo
Tanto o ACNUR quanto outras organizações não-governamentais alertam que os bebês apátridas são uma questão pendente na Colômbia. “Recomendamos que, qualquer que seja o caminho que as autoridades colombianas decidam seguir, seja uma lei ou um decreto, o mecanismo permite resolver esses casos”, diz Juan Ignacio Mondelli, responsável pela proteção do escritório regional do ACNUR.
O organismo internacional pontua que os filhos de imigrantes podem passar a vida inteira sem direito a acessar vários serviços básicos, como saúde ou educação. “Eles vivem nas sombras e, na prática, são excluídos”, afirma o funcionário do organismo internacional. As Nações Unidas não são a única entidade a demonstrar preocupação sobre o caso. A Defensoria do Povo da Colômbia também pede às autoridades deste país para abordar a questão.
“A complexidade do fenômeno e as problemáticas daí decorrentes na garantia dos direitos das pessoas com maior vulnerabilidade, como crianças e migrantes, tais como o risco de apatridia, a desnutrição, a falta de acesso a escolas e serviços de saúde, entre outros, dão conta da necessidade de que as autoridades nacionais atuem rapidamente para evitar prejuízos irremediáveis ”, disse a entidade à BBC News Mundo.
A defensoria acrescenta que “muitos menores de idade nascidos em nosso país não tem nacionalidade, o que resulta na impossibilidade de acesso e garantia de seus seus direitos fundamentais, aumentando assim a vulnerabilidade dessa população.”
Jorge
Bogotá e o departamento fronteiriço do Norte de Santander são os dois destinos mais comuns da diáspora venezuelana. Mais de 270.000 imigrantes se estabeleceram na capital colombiana, enquanto 176.695 pessoas do país vizinho estão localizadas na área de fronteira, principalmente na cidade de Cúcuta.
Maria, mãe do pequeno Jorge, é uma delas. A venezuelana cruzou a fronteira porque sua gravidez era perigosa e após o parto decidiu ficar na Colômbia. O bebê nasceu em fevereiro deste ano e teve que receber cuidados especiais por causa do peso baixo e do estado de fragilidade em que se encontrava.
“Eu não sei se será colombiano ou venezuelano, mas quero que esteja saudável”, disse a mãe, na ala pediátrica do hospital público de Cúcuta. María relata que o marido tenta deixar a Venezuela para se juntar a eles, mas ainda precisa juntar mais dinheiro. Nesse meio tempo, ela fica com uma prima que mora em Cúcuta há alguns anos. Ela espera começar a trabalhar em uma padaria.
Jorge nasceu na Colômbia e teve que receber cuidados especiais por causa do baixo peso
Por que não podem ser considerados colombianos?
Ao contrário de outros países da América Latina ou dos Estados Unidos, o nascimento em território não confere nacionalidade na Colômbia. Entre 2017 e 2019, mais de 3.300 recém-nascidos filhos de imigrantes venezuelanos foram registrados neste país, mas não adquiriram a nacionalidade colombiana. Carlos Negret, Defensor Público, salienta que é por isso que uma lei que permita que “as crianças obtenham a nacionalidade por adoção” é necessária.
“Neste momento essas crianças estão em um limbo jurídico. Nós não vemos, da Ouvidoria, que a situação na Venezuela vai melhorar e é por isso que as crianças vão continuar nessa situação”, disse a autoridade.
A entidade colombiana apresentou um projeto de lei perante o Congresso em abril para que todos os bebês de imigrantes venezuelanos nascidos na Colômbia possam obter a nacionalidade deste país. “O número de crianças nesta situação é extremamente grave. Nós temos que cortar (esse número), acabar com a má administração dessas crianças”, disse Negret. O defensor público salientou que esta situação deve “superar qualquer tipo de nuance política”.
Pais de crianças venezuelanas nascidas em outros países geralmente tem problemas para registrar o nascimento do bebê, porque não tem acesso a um número cada vez menor de consulados venezuelanos, ou porque não tem os papéis da imigração.
O futuro
Júlia e Maria concordam que gostariam de voltar para a Venezuela, mas não sabem quando isso será possível. Enquanto isso, esperam encontrar apoio na Colômbia para que seus filhos tenham acesso à saúde e educação. Elas receberam atenção no sistema público hospitalar, mas sabem que, como os filhos não são colombianos, eles não poderão ter atendimento médico caso tenham algum problema.
No início de junho, o presidente Ivan Duque se reuniu com emissários do ACNUR para tratar do crescente problema dos bebês apátridas. O governo sinalizou que adotaria medidas para evitar que as crianças sejam deixadas em situação de desamparo, mas ainda não anunciou quais serão.
A atriz americana Angelina Jolie, embaixadora do ACNUR, também demonstrou preocupação com a questão em sua recente visita à Colômbia. “O presidente e eu conversamos sobre o risco de que mais de 20 mil crianças venezuelanas se tornem apátridas e estamos comprometidos em apoiá-las”, disse Jolie. Ela cobrou também maior apoio por parte da comunidade internacional para os países que mais tem recebido imigrantes venezuelanos que são Colômbia, Peru e Equador.
Enquanto o Congresso e o governo debatem possíveis soluções para este conflito inesperado, Júlia e Maria cuidam de Diego e Jorge. Júlia segue em uma rua de Bogotá rodeada de restaurantes, oferecendo seus produtos de limpeza, inclusive quando chove. Maria permanece em Cúcuta. Os filhos, nascidos em meio ao seu êxodo, são os motivos que elas têm para não desistir.
Quem nunca sonhou em dar a volta ao mundo? Acordar um dia em Paris, outro em Nova York e estar em Dubai na semana seguinte? Não seria uma má ideia não é mesmo? Pena que pra realizar esse sonho é preciso ter muito dinheiro, ou será que nem tanto? A venezuelana Daniela Lopez, mostra que conhecer o mundo inteiro pode ser mais simples e barato do que todo mundo pensa. A moça, semifinalista do concurso Miss Earth Venezuela 2017, chamou atenção dos seus seguidores por postar fotos em vários países diferentes como Estados Unidos, Emirados Árabes e Brasil. O problema é que todas as fotos foram feitas no mesmo lugar, que parece ser o banheiro da sua casa. Assim fica fácil né? Rs
É claro que esses “deslocamentos” inusitados não passariam despercebidos e logo os internautas começaram a criar os memes com as “viagens” da miss. O mais interessante é que a própria Daniela começou a brincar com a situação, fazendo a diversão dos seus seguidores. No Instagram, ela compartilhou uma das imagens fazendo piada com o caso, explicando que faz isso para ficar entre as fotos populares das regiões marcadas. Ela também lançou a #mibañotransportador (meu banheiro transportador, em português), para que as pessoas sugiram novas localizações para suas futuras postagens.
A história dela me pareceu bem divertida Rs E se o objetivo era ficar mais famosa, com certeza ela conseguiu…