Uma loba, como ela, não é pra qualquer um

A colombiana Skakira é uma das artistas latinas mais conhecidas mundialmente desde os anos 90. De lá pra cá, a cantora vem se consolidando cada vez mais no cenário musical global e hoje é reconhecida no mundo inteiro, especialmente depois do mega sucesso “Waka Waka”, tema da Copa do Mundo de 2010, disputada na África do Sul. Recentemente, Skak dividiu o palco com outra super latina: Jennifer Lopez, no intervalo do Super Bowl, maior evento esportivo dos Estados Unidos – outro momento marcante para a cantora. Porém, como nem tudo na vida são flores, no ano passado, a estrela passou por graves problemas pessoais, dentre os quais, uma separação conturbada: após descobrir uma traição de seu então marido Gerard Piqué, jogador de futebol que ganhou fama atuando pelo Barcelona e pela seleção espanhola, o matrimônio chegou ao fim após mais de uma década.

Quem acompanha a vida da artista, pode imaginar como esse momento deve ter sido duro, pois ela sempre tecia muitos elogios ao pai de seus 02 filhos e já havia até mesmo dedicado uma canção a ele: “Me enamoré” em 2017. Naturalmente, porém, os sentimentos de Skak mudaram depois de tanta decepção e a musa resolveu fazer desse limão uma limonada. Antes mesmo de ser confirmado o divórcio, em abril de 2022, a cantora lançou a canção “Te felicito” em parceria com o cantor porto-riquenho Rawn Alejandro, onde podemos perceber claras referências ao término da relação. Repare só um trecho, traduzido para o português, de “Te felicito”:

Eu não compro essa filosofia barata

Me desculpe, nessa moto já não monto

Eu não suporto pessoas de duas caras

Eu colocava minhas mãos no fogo por você

E você me trata como mais um de seus desejos

Sua ferida não abriu minha pele, mas abriu meus olhos

Eu os tenho vermelhos de tanto chorar por você

Quando perguntada sobre a motivação da música “Te felicito” a cantora respondeu para a revista Elle: “Solo puedo decir que ya sea consciente o inconscientemente, todo lo que siento, todo lo que vivo, se refleja en las letras que escribo, en los videos que hago. Es mi forma de ser. Como dije antes, mi música es ese canal”. “Só posso dizer que, seja consciente ou inconscientemente, tudo que eu sinto, tudo que vivo, se reflete nas letras que escrevo, nos vídeos que eu faço. É minha forma de ser”. Como disse antes, minha música é esse canal.

Com certeza, todos perceberam um justo desabafo da colombiana, nesta canção, mas a melhor parte ainda estava por vir. Neste início de 2023, a cantora lançou um novo single em parceria com o DJ argentino Bizarrap, que se tornou um verdadeiro fenômeno na internet: Com 63 milhões de visualizações no Youtube em 24 horas, o vídeo da dupla de artistas se tornou a música latina mais assistida na história da plataforma, segundo informações do jornal britânico The Guardian. “Shakira Bzrp Music Sessions 53” também bateu recordes no Spotify alcançando o primeiro lugar em apenas 01 dia.

“Isso é incrível!! Obrigado a minha equipe maravilhosa e grupo de guerreiras que caminham ao meu lado”, postou Shakira. “E um brinde a todas as mulheres que me ensinam a fazer limonada doce quando a vida te dá aqueles limões azedos”, celebrou a diva pop.

Confira abaixo o clip da música que caiu no gosto do público mundial e analise a letra recheadas de indiretas, ou seriam diretas mesmo, para o ex? Rs Como queiram… 🎤🎤

Fontes: Site Rolling Stone Brasil e Youtube – Foto: Marcelo Theobald/Extra

O meteoro “La Bamba”

Existem músicas que parecem ser feitas para serem eternas. “La Bamba“ seguramente é uma delas. A melodia do folclore mexicano conquistou o mundo através da performance de vários artistas.

Sem uma gravação específica, a canção já era extremamente popular em seu país natal, mais especificamente no estado de Veracruz. As versões originais combinavam elementos da música espanhola, indígena e africana e sequer tinham uma letra definida.

Com o passar do tempo, a divertida faixa passou a ser gravada por diversos artistas que ajudaram a impulsionar seu reconhecimento. As diferentes versões incluem os toques pessoais de nomes como Trini Lopez, Harry Belafonte, Los Lobos, entre outros…

A versão que vou destacar neste post é a de um jovem roqueiro californiano, de ascendência latina. O ano é 1958 e o rock, com grande base em elementos do blues, ganhava popularidade enquanto um gênero de música juvenil. Um dos pioneiros neste movimento foi o cantor norte-americano Ritchie Valens.

Valens, orgulhoso de suas raízes mexicanas, adaptou “La Bamba” para a estética dançante do rock n’ roll. Esta foi a primeira versão a sair do folclore mexicano para conquistar o mundo comercialmente. Não à toa, a canção permanece viva no imaginário musical não apenas do México, mas como de todo o mundo.

Se você tem acesso à Netflix, ou ao Youtube, pode conferir a cinebiografia desse grande astro da música. O emocionante e trágico enredo do filme “La Bamba” (1987) narra a história de vida do garoto Ritchie, que embora muito jovem, chamou atenção pelo enorme talento musical e pela voz marcante.

Com somente 16 anos, ele começou sua primeira banda, a The Silhouettes. O grupo fazia pequenas apresentações locais em algumas cidades próximas na Califórnia. Uma delas chamou a atenção do produtor Bob Keane, que presidia uma gravadora na época. Com sua ajuda, Ritchie acabou se tornando um sucesso com suas composições que misturavam rock e música latina. Em 1958, seu primeiro single “Come On, Let’s Go” se tornou um pequeno sucesso. Entretanto, foram as músicas seguintes que renderam grande fama ao cantor: a dançante “La Bamba” e a belíssima “Donna”, uma homenagem a sua namorada do colégio, Donna Ludwig.

O cantor morreu com apenas 17 anos, cerca de 8 meses após ter alcançado a fama, em um acidente de avião que também vitimou os músicos Buddy Holly  e J.P. Richardson. Posteriormente, a tragédia ficou conhecida como “o dia em que a música morreu” na canção “American Pie”, do cantor Don McLean.

Richard Steven Valenzuela nasceu em maio de 1941 em Pacoima, uma pequena cidade da Califórnia, próxima a Los Angeles. Filho de operários mexicanos, ele desenvolveu o gosto pela música desde pequeno, aprendendo a tocar uma série de instrumentos.

Após a fatalidade que tirou a vida jovem astro, a música “La Bamba” continuou sua trajetória e até hoje se mantém como essencial para a cultura da América Latina. “La Bamba” é descrita, por representantes da Biblioteca do Congresso dos E.U.A., como “culturalmente, historicamente e esteticamente relevante”.

Em 2004, a revista Rolling Stone  lançou uma edição especial em que elenca as 500 Melhores Músicas de Todos os Tempos. A lista conta com a versão de “La Bamba” de Ritchie Valens, que, por sinal, é a única música cantada em um idioma sem ser o inglês. A canção ocupa a 354ª colocação na lista, à frente de sucessos de artistas como Elton John, 2Pac e de nomes da época como Elvis Presley e Muddy Waters.

Ritchie Valens teve uma carreira meteórica que deixa marcas até hoje. Se você é fã de música boa, não deixe de conferir essa comovente e incrível trajetória 🎼

* Com informações dos sites: “Tenho mais discos que amigos” e “Globo.com”

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