Como boa amante do cinema, sempre gosto de acompanhar a cerimônia do Oscar. Neste ano, infelizmente não consegui assistir, mas no dia seguinte, ao procurar notícias sobre a premiação, tive uma surpresa pra lá de agradável: A película chilena “Uma mulher fantástica” ganhou o prêmio de melhor filme estrangeiro – foi a o primeiro Oscar de um longa metragem da história do Chile. Como era de se esperar a vitória foi motivo de celebração por todo o país. A presidente Michelle Bachelet até recebeu a equipe no Palácio La Moneda, sede do governo nacional com todas as honrarias! Não é pra menos né? Não é todo dia que se ganha um Oscar… Rs

“Un honor recibir en La Moneda, la casa de todos, al equipo de #UnaMujerFantástica. Como otras grandes expresiones de nuestro arte, esta película ha impulsado conversaciones sobre avances sociales que Chile demanda” – escreveu a presidente em seu twitter.
O filme aborda um tema que ainda é tabu, não somente na sociedade chilena, mas em vários países no mundo, inclusive o Brasil: a personagem central é uma transexual. A produção explora questões importantes como a violência e a aversão ao diferente.
“A presença de uma personagem transexual só apareceu como uma possibilidade importante de ser abordada porque ainda é um tema pouco explorado” disse Gonzalo Maza, um dos roteiristas de “Uma mulher fantástica” à BBC Mundo, depois de sua passagem pelo Festival Internacional de Cinema de Berlim.
Além de entrar pra história como o primeiro longa metragem chileno a vencer um prêmio da maior festa do cinema mundial, “Uma mulher fantástica” proporcionou outro feito: Foi a primeira vez que uma atriz transgênero apresentou um prêmio na cerimônia: Daniela Vega, protagonista do filme, apresentou o cantor Sufjan Stevens, que interpretou Mistery of Love, parte da trilha de “Me Chame Por Seu Nome”. “Quero convidar vocês a abrirem seus corações e seus sentimentos e sentirem a realidade. Vocês conseguem?” – disse Daniela, emocionada.
Segundo o diretor do filme, Sebastián Lelio, a história de Daniela foi uma inspiração para a produção: Antes de encarnar Marina, uma transexual que perde inesperadamente o seu namorado, a atriz trabalhava como cabeleireira em um salão de beleza. Foi um golpe de sorte, o destino, ou o acaso, que levou a diretor até ela, quando ele começava a estudar as personagens de “Uma Mulher Fantástica” e sondava o universo transexual de Santiago. Em princípio, ela prestaria uma consultoria à produção, mas acabou sendo a estrela de um filme exaltado pela forma como retrata a dor, a perda e o medo do desconhecido.
Quando o filme estreou no Chile, há um ano, foi recebido com muito entusiasmo. Daniela peregrinava pelos principais canais de TV, olhava fixamente para a câmera e se soltava: “Goste de você, ame-se, respeite-se da maneira mais digna. Todos os nossos corpos transitam; eu transicionei pelo gênero, outros fazem isso envelhecendo”. A atriz, que começou sua caminhada artística como cantora lírica, foi a primeira transexual a aparecer nas capas de revistas no Chile, tornando-se um marco cultural.
Fiquei muito feliz em saber que nosso vizinho está se abrindo cada vez mais à diversidade, assim também como Hollywood. O respeito ao diferente é algo que só fez bem a todos. 😉
Fonte: Sites – BBC Mundo e El País Brasil
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